Mano cita matemática e cobra reforços no Corinthians: 'Sem outra solução'
Do UOL, em São Paulo
30/01/2024 23h03Atualizada em 31/01/2024 10h28
O técnico Mano Menezes fez as contas de quantos jogadores saíram e de quantos chegaram para cobrar reforços no Corinthians. Ele também pediu calma após a derrota para o São Paulo, a terceira em sequência, e apontou os caminhos para o time vai dar a volta por cima.
A matemática não mente, saíram 12 jogadores e entraram três no grupo. Óbvio que estamos passando por processo que todos esperávamos que tivesse sido acelerado, mas tenho acompanhado o trabalho de todos, Se trabalha 24 horas por dia para tentar resolver essas questões (...) Precisa qualificar o elenco, não tem outra solução. Mano Menezes, em entrevista coletiva
Sonhos: "Estamos no caminho de alguns acréscimos, mas sei como é o futebol, que os resultados todos querem para agora. A gente que tem que ter a cabeça no lugar, sei que o torcedor vê com emoção, as perspectivas foram grandes, pelo menos no 1º momento. Se sonhou bastante alto, na verdade vejo todo dia que as pessoas que assumiram o Corinthians continuam sonhando. A realização está dentro de um processo que envolve a realidade momentânea que o clube atravessa, vamos continuar trabalhando todo dia para logo logo entregar o que o torcedor quer ver".
Resultados previsíveis: "Certamente não precisaria ter acontecido três derrotas, mas em produção, era previsível. A gente, com a experiencia que tem, sabe o que saiu, e que a gente ainda não trouxe para suportar saídas que tivemos. Volto a dizer, temos trabalhado para resolver isso, estou com a direção todos os dias, procurado exatamente encontrar jogadores à altura dessa exigência que temos. Esse é o caminho que vamos seguir".
Execução e sistema: "Continuo achando que a execução é fundamental, a gente tem errado até tecnicamente algumas coisas, não por ser mais complexo o sistema. O sistema simples, o mais difícil do futebol é sempre a execução, e isso está ligado diretamente à qualidade do elenco e ao trabalho. Não tenho nada a reclamar da entrega deles. Jogadores estão em momentos são diferentes, alguns mais confiantes, outros menos, oscilação ainda está dentro do esperado. Temos que começar a crescer, solucionar nossos problemas".
Fim do tabu: "Falaram do famoso tabu, a gente constrói situações como essa não é pelo treinador, pela direção, isoladamente. São os jogadores com a qualidade que têm".
O que aconteceu
O Corinthians viu cair uma invencibilidade de quase dez anos em sua casa diante do rival. O São Paulo nunca havia vencido na Neo Química Arena até hoje.
Foi a terceira derrota seguida do Alvinegro paulista na nova temporada. O clube do Parque São Jorge só venceu na estreia do Paulistão, tendo perdido para Ituano e São Bernardo antes do Tricolor.
Mano lamentou que o Corinthians não conseguiu repor as peças perdidas, mas ressaltou que confia no trabalho. A nova direção optou por não renovar com medalhões como Renato Augusto, Giuliano e Gil, e até o momento o treinador só tem Félix Torres, Palacios e Hugo como novos nomes — Rodrigo Garro ainda não pôde ser regularizado.
O que mais Mano disse na coletiva
Tempo para trabalhar: "Tem que ter paciência nessa hora. Agora teremos dois dias para trabalhar. Nos últimos dois jogos, não tivemos nem um dia. Quando as coisas funcionam bem, isso passa batido. Com a derrota e instabilidade, precisava de um pouco mais tempo para trabalhar. 48 horas é o dia que os jogadores mais sentem o cansaço da partida anterior, e nesse dia é véspera do jogo seguinte. Para a gente que esta mexendo bastante, custa bem caro, mas vamos passar por isso".
Blindar o elenco: "Não gosto muito do termo 'blindagem', acho que isso não existe. Quem está como profissional sabe a grandeza que é tudo isso que participamos, a responsabilidade que temos. Temos que resolver os problemas em campo, treinador não pode abandonar".
Fase de Yuri Alberto: "Não tenho como reclamar do Yuri Alberto, da disposição, entrega dele com um a menos, sozinho lá na frente, mandou bola na trave. O caminho da retomada é o trabalho, se continuar como está no dia a dia, as coisas vão voltar a funcionar bem.
Falta de criatividade: "Questão de construção nossa, de criação, equipe ainda carece, mas o caminho é esse".
Vermelho de Caetano: "Erramos, se erra lá dentro. Se avalia no calor do jogo um lance que o jogador vai esticar o braço, na ultima hora faz um movimento mais agressivo, como foi o caso. Critério foi bem rigoroso, mas acho que o gesto ocorreu no final. Com as imagens, não tem escapatória. Claro que nos prejudicou no jogo, ele sabe disso, não precisa bater em cima disso, a não ser internamente".
Reformulação do elenco: "Questão da construção, sempre a próxima é mais difícil. O que estamos fazendo agora são as circunstâncias desse momento, não dá para comparar épocas diferentes. Nas outras duas épocas, dentro dessa reformulação, tínhamos jogadores mais experientes, e temos hoje mais jovens. É ver o banco. Não é fácil para os jovens em momento de pressão maior. Gostaria de colocá-los em situação mais favorável".
Utilização dos meninos da base: "Jogo era muito delicado para fazer alterações com 10 em campo, segurei até onde pôde. Clássico pode ficar perigoso, tomamos o 2 gol, se joga os meninos para dentro e toma o 3º, vira uma coisa que prejudica todos. Confio neles, sabem que confiamos, mas não podem ser apontamos como solução de tudo que estamos passando. Vamos trabalhar com eles, mas tem uma etapa. Colocando eles hoje, Arthur fez um gol, ótimo para centroavante, trabalhar dessa forma. Temos anos de experiência, muito conhecimento que a gente tem, para saber conduzir o processo".
Maturidade do time: "Derrota é ruim sempre, não tem meio-termo. Como treinador, tenho que tirar um pouco essa questão para saber avaliar se em alguns aspectos temos melhorar, o que está ocasionando esse tipo de situação. Não podíamos ter pedido de jeito nenhum, situação bem pontuais, mostra imaturidade da equipe. Não de idade, mas da construção dela. Equipe mais madura, mais trabalhada, não comete erros ingênuos, bobos".
Situação de Garro: "Regularização é com a direção, estamos fazendo tecnicamente o que temos que fazer. Trabalhando com os jogadores, relacionamos o Garro, esperando esses últimos detalhes para dar condição para ele".
Fator psicológico: "São duas coisas diferentes. A vitória traz confiança e a derrota falta. É bem direto. Às vezes não joga nem tão bem, mas vence, então fica em condição de diminuir pressão para próxima rodada, não ter o externo, que não tem jeito, afeta. Todo mundo lê o que se escreve, afeta o torcedor, faz parte do jogo, vem pro estádio um pouco maias preocupado. Só tenho que elogiar a parte externa da nossa torcida, ajudou o tempo inteiro.".
Emoções do técnico: "Eu acho que o treinador tem que participar do jogo como acha que tem. No Brasil, se você não cobra, é passivo demais. Se cobra, é exaltado demais. Tem que ter consciência, transparência, lealdade com os jogadores. Até quando comete erros tem que ter grandeza. Caminho é esse, acreditar um no outro, estar junto, para sair logo".