'Não caí de paraquedas': Carpini zera nova dúvida com fim de tabu no SPFC
O técnico do São Paulo, Thiago Carpini, reforçou ter encerrado mais uma "dúvida" sobre seu trabalho ao quebrar um tabu de dez anos: o Tricolor, que superou o Corinthians na Neo Química Arena, nunca havia vencido o alvinegro em Itaquera. Ele abordou o tema em entrevista coletiva.
A resposta dos jogadores tem sido muito positiva e, em particular, para mim também. Não é uma crítica, mas muito se criou uma situação: 'poxa, quem o Carpini vai escalar? Quem ele vai tirar em um grupo vitorioso?'. Estreamos com vitória depois de muitos anos no Paulistão e estamos há quatro jogos de invencibilidade. Com tudo isso vêm a interrogação e o porém: 'e o clássico?'. Passamos por ele Carpini em entrevista coletiva
O que mais ele falou?
"Não caí de paraquedas". "Agora vem: 'e a decisão?'. Vamos enfrentar um grande adversário. Depois vai ser: 'e a Libertadores?' 'e o Brasileiro?'. A gente precisa reconhecer a capacidade independente da idade e entender que há um trabalho. Eu não caí aqui de paraquedas. E isso não é uma crítica. Prefiro que as dúvidas continuem, tenho dificuldade quando estou no conforto. O desconforto me estimula. É só um ponto a ser citado. Vamos pensar no São Paulo como um todo, e não se o Carpini é jovem ou não. Vamos olhar para frente."
Raio-x do jogo. "Um jogo como esse não tem retrospecto recente ou antigo, é tudo muito igual. Parece clichê, mas é um atmosfera diferente. A equipe se portou bem, jogar contra o Corinthians aqui em qualquer circunstância é desafiador. Vejo o resultado de maneira muito positiva. Uma quebra de tabu não significa que não há situações para serem melhoradas. Nem tudo foi tão bom, mas o saldo é mais positivo por conta de tudo que foi apresentado coletivamente e individualmente. Alguns atletas vão surgindo como lideranças, como o Luiz Gustavo, como próprio Rato não só por ser um cara decisivo, mas também comprometido nos comportamentos sem a bola. No jogo passado, o Nikão também deu assistência, então ganhamos muitas opções. Ficamos felizes e teremos até o fim do dia para comemorar, o torcedor queria muito essa quebra de tabu. A cobrança interna existia, por mais que a gente tente ameniza. Existia a cobrança por nós mesmos, para dar uma resposta ao torcedor."
Classificação e jogos
Final. "É só o início de uma semana decisiva, temos coisas a serem melhoradas já para o fim de semana, com uma decisão diante de um adversário que tem o treinador mais longevo [Abel] dentro do futebol. É um elenco que se conhece bem. Agora temos um tempo para construir a ideia para domingo."
Ataque poderoso. "Poderia falar que isso é o nosso trabalho e é a melhora individual, mas o que crio é um comportamento coletivo para que a gente tenha volume de chances. Essa efetividade é da capacidade individual dos atletas. Precisamos criar situações, mas o momento de fazer gol não é fácil, e aí vem do mérito deles. Isso me deixa otimista. É uma estrada longa a ser percorrida. Queria citar também a regularidade: por mais que alguns pontos ainda divergem — e isso é um assunto interno, não vou expor —, são quatro jogos de invencibilidade, isso é muito importante para o início de Paulistão."
Fim de tabu e comparações com antecessores. "Em relação ao tabu, em algum momento ele iria acontecer. Não sou pior ou melhor do que nenhum deles [ex-técnicos]. Esses caras viveram muito mais. Com o Muricy, eu procuro extrair o máximo do conhecimento, ele é muito vitorioso e é importante ter ele ao lado. Em algum momento iria acontecer e que bom que foi na minha vez. O mérito maior é dos atletas. Foi uma boa herança do Dorival também: a gente vem em um processo em que as coisas vinham acontecendo de maneira positiva e isso facilita nosso trabalho."
Situação de Lucas. "Não preocupa. Eu achei que o Lucas estava um pouco inseguro em soltar um pouco mais, vi que ele estava apreensivo e depois acabou esquecendo um pouco da lesão. É meio involuntária a preocupação em ficar fora de uma semana decisiva. Ele é um cara muito importante para nós. Era programado ele jogar 45 minutos junto com o Rafinha. Os dois terminaram bem, mas vamos seguir o programado não só em função do resultado, o 1 a 0 não estava resolvido, mas também precisamos pensar a curto, médio e longo prazo."
Fase individual como treinador. "Me sinto privilegiado e abençoado. São momentos que não foram títulos, mas pelo tamanho da dificuldade, é como se fosse. Chegar na final do Paulistão com um time pequeno fez parte da minha história. Depois do Água Santa, precisaria de uma consolidação, veio o Juventude. Depois, precisava de uma consolidação em prateleira diferente, aconteceu que Deus preparou esse momento para nós do São Paulo e não poderia ter sido um momento melhor. Fico feliz com tudo isso. Sei o quão difícil foi chegar neste momento e sei da dificuldade para me manter onde quero ficar. Tenho ambições e sei que tenho que fazer muito mais. Pés no chão, sem muita euforia. Tudo que é demais extrapola um pouco."
Confiança dos jogadores. "As três primeiras rodadas foram importantes para gente chegar neste jogo, e a quebra de tabu tem um aspecto muito positivo. Quando começa o jogo, isso não influencia em nada, mas chegar em um momento bom, em que o São Paulo navega tranquilamente, é muito positivo. Que não seja demais, que essa calmaria no bom sentido não nos atrapalhe. É importante sim, um jogo está atrelado ao outro, é uma construção de ideias, não tem como dizer que nosso momento não é positivo, assim como é o do nosso adversário."
Situação antes de encarar Palmeiras. "Os números do Abel falam por si só, é um cara que admiro e respeito. Criou-se até uma relação de uma certa amizade com a equipe técnica, a gente sempre trocou mensagens, não com o Abel, mas com pessoas do corpo técnico. Às vezes, a gente tem dificuldade de aceitar a capacidade das pessoas: ele quebrou paradigmas pelo fato de ser estrangeiro. As pessoas são competentes. Ele aproveitou e vem sendo vitorioso. Vai ser uma partida muito difícil, tive a oportunidade de enfrentá-lo cinco vezes e foram cinco confrontos parelhos. Hoje, estamos em uma mesma prateleira e tem tudo para ser um grande jogo. O Sao Paulo chega em um momento muito bom."
James Rodríguez. "Ele treinou esta semana com o grupo, não posso afirmar se ele tem condições de participar do elenco que viaja, mas vem se sentindo melhor. O controle de carga está próximo do retorno, mas vai mais do feedback do atleta em relação a parte clínica e física. A gente precisa respeitar o momento em que o James se sinta seguro. Não sei se é neste fim de semana ou para as próximas rodadas."
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