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Defesa pede, e Daniel Alves será o último a falar em julgamento

Do UOL, em Barcelona e em São Paulo

05/02/2024 08h56

O julgamento de Daniel Alves começou nesta segunda-feira (5) em Barcelona, mas o jogador só falará em juízo na quarta-feira (7), depois de todas as testemunhas do caso.

O que aconteceu

O brasileiro foi ao Tribunal Superior de Justiça da Catalunha e acompanhou o primeiro dia de audiência sentado no banco dos réus, mas a defesa fez um pedido para que ele fosse o último a declarar.

O pedido foi feito pela advogada Inés Guardiola. A advogada da denunciante, Ester García, e a fiscal do Ministério Público, Elizabeth Jiménez, não se opuseram à demanda.

Entendemos que contribui para o processo e que se justifique que o acusado declare em último lugar, com pleno conhecimento de todas as provas, disse a juíza responsável pela sala.

A defesa também dispensou a mãe da denunciante como testemunha — ela havia sido convocada para prestar depoimento na terça-feira (6).

O julgamento começou com uma série de considerações iniciais das partes. Antes de pedir que Daniel Alves fosse o último a falar, Inés Guardiola formalizou um pedido de cancelamento do processo.

A advogada alegou que o excesso de informações divulgadas pela imprensa e pela polícia prejudicou o princípio de presunção de inocência de seu cliente.

Ela também afirmou que a investigação policial começou sem o conhecimento do suspeito, e que, privado de informações, Daniel Alves não pôde exercer o seu direito de defesa.

A advogada disse ainda que "caso tivesse sabido da investigação imediatamente, o acusado poderia ter feito uma análise de álcool no sangue".

Além disso, segundo ela, Daniel Alves sofreu um "julgamento paralelo, por parte dos meios de comunicação".

Não teve um processo com todas as garantias. Demorou para ter direito de defesa. Não teve um processo justo. Pedimos a anulação do processo ou reparação de todos os direitos infringidos, concluiu a advogada.

As alegações da defesa foram rebatidas pela procuradora do Ministério Público e pela advogada da denunciante, Ester García. Ambas negaram que houve violação dos direitos fundamentais de Daniel Alves durante o andamento do processo.

Ainda nesta segunda-feira, espera-se que sejam ouvidas a denunciante e cinco testemunhas: uma amiga e uma prima que a acompanhavam na discoteca, além de dois garçons e um segurança da Sutton.

O depoimento da denunciante acontecerá a portas fechadas. Nem mesmo a imprensa credenciada terá acesso às declarações, e todos os registros feitos para uso interno da Justiça terão voz e imagem distorcidas.

As medidas têm como finalidade preservar a identidade da mulher e fazem parte do Estatuto da Vítima — também foi preparado um biombo para impedir qualquer contato dela com Daniel Alves.

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