O que era para ser uma "simples" viagem de nove horas de ônibus tornou-se um verdadeiro perrengue para Leonardo Torres, torcedor do São Paulo de 28 anos que resolveu sair da capital paulista rumo a Belo Horizonte para acompanhar, ao lado da namorada Camila e do sobrinho Matheus, o Tricolor de perto na final da Supercopa do Brasil. Ele relatou ao UOL o drama para chegar ao destino.
O sonho virou pesadelo
A viagem começou por volta das 22h40 (de Brasília) de sábado na Rodoviária do Tietê, em São Paulo. Leonardo e os outros passageiros tinham como previsão desembarcar em Minas Gerais às 7h40.
A chegada a Belo Horizonte, no entanto, atrasou e foi recheada de percalços. Segundo o torcedor, um acidente o obrigou a deixar o veículo — a saga ainda contou com um erro no caminho, táxi de R$ 1,4 mil e muito improviso.
Do início ao fim: veja relato
Começo normal. Até que... "Compramos a passagem no dia 29 de janeiro. Saímos do terminal rodoviário do Tietê na noite do sábado. Entre um cochilo e outro, por volta das 2h30 da manhã, escuto e vejo o nosso ônibus arrastando em uma mureta de concreto que divide uma pista da outra. Do nada, o ônibus parou e ninguém falou com a gente."
Susto com motorista. "Outros ônibus pararam ao nosso lado para prestar socorro. As pessoas notaram que o motorista estava desmaiado e, depois disso, chegou o resgate notificando que o motorista havia sofrido um mal súbito e, por isso, bateu."
Onde estamos? "Claro que o importante é a saúde do motorista, mas logo depois do acidente fomos olhar o Google Maps para saber em qual altura da Fernão Dias estávamos. Foi aí que nos deparamos que estávamos na Dutra e perto de Resende, no Rio. Para onde o motorista estava nos levando? É um mistério. Como solução, a companhia de ônibus não nos deu suporte, e assim os outros ônibus nos deram carona até uma parada no Graal em Resende. Isso já na casa de 4h. A empresa foi bem negligente, muita gente saiu em um prejuízo financeiro e emocional."
-> Nota da edição: o UOL entrou em contato com a viação responsável pela viagem e aguarda um posicionamento
Mudança de veículo. "A solução apareceu com três taxistas que estavam na parada, inclusive um senhor de 70 anos entre eles. Os táxis estavam com pneus carecas, mas era o que tinha. Nos cobraram R$ 1,4 mil por carro para ir de Resende ao Mineirão. Éramos eu, minha namorada, meu sobrinho e mais 11 pessoas divididas em três táxis."
Novo perrengue. "Uma das estradas que a gente passou para cortar o Rio de Janeiro parecia zona de narcotráfico: só estrada de pedra. Sentíamos assoalho do carro arrebentando no chão."
Carro quebrado. "Faltando uma hora para a chegada no Mineirão, já perto de Congonhas (MG), um dos carros ferveu: era muita fumaça. Estourou a mangueira do radiador. Tentei um Uber e, por sorte, um motorista acabou aceitando porque estava voltando do interior para Belo Horizonte. Conseguimos chegar no estádio às 15h e assistimos ao jogo normalmente."
Festa pós-perrengue. "A sensação quando entramos no estádio já era meio que de dever cumprido, já que tudo ocorreu para não estarmos no Mineirão. Foi tensão o tempo todo, mas a partir do momento que o juiz apitou o inicio do jogo, parecia que nada tinha acontecido antes. Foi foco total na partida. A preocupação não era se a volta daria certo, mas sim o São Paulo ser campeão, e quando o Rafael defende o pênalti do Piquerez, a emoção de tudo que vivemos no dia fez com que eu e meu sobrinho, que é só um ano mais novo que eu, desmontássemos em choro."
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