Último a falar em julgamento, Daniel Alves chorou ao falar que soube pela imprensa da denúncia de estupro contra ele.
O que aconteceu
O jogador falou por cerca de 20 minutos, respondendo apenas a perguntas de sua advogada, Inés Guardiola, algo que oficializou à corte assim que começou seu depoimento.
Disse ter bebido cinco garrafas de vinho e uma garrafa de uísque japonês junto de três amigos. Sozinho, afirmou ter bebido quase três garrafas.
Revelou que dançava com a mulher de forma sexual, e disse que ela "tocou em suas partes íntimas".
Fomos para o banheiro, ela começou a fazer sexo oral em mim. Depois, sentou em minhas pernas e eu tirei [o pênis] para ejacular.
O jogador disse, ainda, que a denunciante "em momento algum pediu para parar" ou demonstrou não estar interessada no sexo.
A advogada de defesa perguntou se o que Daniel declarava naquele momento é o mesmo que declarou na audiência de instrução.
Sim. Com diferença de que não falei do sexo oral porque poderia pegar mal com a minha mulher.
Ele afirmou, também, que soube da denúncia pela imprensa. Neste momento, começou a chorar e pediu água.
Guardiola perguntou sobre a condição financeira do jogador, que disse ter apenas 50 mil euros na conta quando pagou os R$ 900 mil (150 mil euros) à Justiça. "Perdi todos os meus contratos", chorou.
Questionado sobre ter falado com a denunciante depois de terem saído do banheiro, Daniel Alves disse que não voltou a vê-la, assim como não viu as amigas que estavam com ela.
"Bruno me levou para casa, minha esposa já estava dormindo. Deitei e dormi".
Ao fim do depoimento, o Ministério Público pediu a palavra para apontar contradições. O júri pediu um recesso de dez minutos para analisar o depoimento.
O Ministério Público confirmou o pedido de nove anos de prisão; a acusação pede a pena máxima, 12 anos, enquanto a defesa quer absolvição. Entretanto, Guardiola sugere como alternativa um ano de prisão (que ele já cumpriu) + 50 mil euros de multa.
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