Técnico no campo: Carpini jogou com Rato e orientava colegas quando jogador

Thiago Carpini deu um lançamento longo para Wellington Rato dominar e encobrir Rafael. Em março de 2017, o lance significou gol de honra da Caldense contra o Cruzeiro e uniu três personagens que mais tarde estariam do mesmo lado no título do São Paulo da Supercopa do Brasil.

Então zagueiro (ou volante), o atual treinador deu assistência para seu meia-atacante, que marcou em seu goleiro (que era do Cruzeiro) quando já chamava atenção pelo apreço tático e era definido pelos colegas como "um treinador no campo".

'Era treinador e não sabia'

Carpini chegou à Caldense depois de passar por clubes como Ponte Preta, Atlético-MG, entre outros. Foi sua última equipe como jogador.

Pela Veterana (apelido do clube), disputou 12 partidas entre Estadual, Série D e Copa do Brasil, quando enfrentou o Corinthians. Era capitão da equipe.

"Era uma jogada que treinávamos bastante, um passe longo para o atacante achar o espaço. Foi um jogo muito marcante e equilibrado que fizemos. Naquele Campeonato Mineiro, empatamos com América-MG e ganhamos do Atlético-MG na última rodada. Por um ponto não nos classificamos", disse Thiago Oliveira, treinador daquela equipe.

Lateral-esquerdo do time, Rafael Estevam lembra com carinho do parceiro e garante: ele já era 'treinador dentro de campo'.

Ele era um treinador dentro de campo. Jogava de zagueiro pela esquerda e volante, eu sou lateral-esquerdo, então a gente conversava muito. Tanto dentro dos jogos quanto fora de campo. Era um cara com uma leitura de jogo muito boa, um entendimento muito bacana. Ele já era treinador e não sabia. Tanto que em pouco tempo partiu para essa carreira.

Rafael Estevam

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Imagem: Divulgação/Caldense
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Convencido a voltar a jogar

Carpini já tinha ensaiado uma aposentadoria quando recebeu três ligações de Thiago Oliveira. O técnico assumiu a Caldense e convenceu o jogador a seguir com ele.

Foi o treinador — que hoje comanda o Bandeirante de Birigui na Série A3 do Paulista — que uniu Carpini e Rato, jogador com quem tinha trabalhado anteriormente e também levou para Poços de Caldas.

Carpini, segundo Thiago, sempre mostrou entendimento tático acima da média e um perfil de liderança que impulsiona seu sucesso repentino na carreira de técnico.

Ele sempre deu indícios de que seria treinador. Era muito inteligente, meu capitão. Conhecia aspectos táticos e imaginávamos que seria treinador. Sempre foi um líder, nunca ficou fora de treinamentos, se dedicava ao máximo. Eu tinha muita confiança nele, conversávamos muito sobre nossa equipe, sobre os adversários, ele me ajudava muito orientando os companheiros em campo. Fico muito feliz pelo sucesso dele.
Thiago Oliveira

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