A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do MP-SP e sete suspeitos viraram réus pelo sequestro de Marcelinho Carioca e de sua amiga Tais Moreira, em dezembro do ano passado.
O que aconteceu
Os sete tiveram prisão preventiva decretada, e cinco já estão detidos. Outras duas pessoas seguem foragidas.
Quatro foram presos em flagrante quando a PM localizou as vítimas. Eliane Lopes de Amorim, Jones Santos Ferreira, Thauanata Lopes dos Santos e Wadson Fernandes dos Santos tiveram a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia. Depois, Eliane foi colocada em prisão domiciliar.
O quinto envolvido foi detido na semana passada. Caio Pereira da Silva se apresentou à Delegacia Antissequestros (DAS) no último dia 2, acompanhado por um advogado.
Dois seguem com mandado de prisão preventiva. Camily Novais da Silva e Matheus Eduardo Candido Costa ainda não foram encontrados pelas autoridades.
Um novo inquérito policial foi solicitado para apurar o envolvimento de mais três pessoas no caso. Eles foram indiciados pela polícia por terem digitais encontradas no lado externo do carro de Marcelinho, mas tanto o MP como a Justiça analisaram que há necessidade de mais investigação.
Há evidências de que os agentes agiram com unidade de desígnios para roubar e arrebatar suas vítimas, sequestrando-as com fim de extorquir-lhes dinheiro, tudo de forma organizada, com divisão tarefas, inclusive, com etapa final de dissimular a origem ilícita do produto do crime. Trecho da decisão
O envolvimento dos réus no sequestro
Caio, Jones e Matheus foram os responsáveis pelo sequestro, segundo a denúncia do MP. O arrebatamento foi feito utilizando-se de uma arma de fogo, e a digital de Matheus foi encontrada dentro do carro de Marcelinho. Caio e Matheus já possuíam passagens criminais por outros delitos patrimoniais.
Jones comandava a dinâmica financeira da empreitada. Ele fez a cooptação dos envolvidos para a operação das transferências.
Wadson e Eliane forneceram suas contas bancárias para o recebimento das transferências. Foi na conta de Wadson que Luan, advogado de Marcelinho, depositou R$ 30 mil pensando que era um pedido do ex-jogador.
Caio, Camily, Matheus e Thauannata cuidavam da dinâmica do cativeiro. Caio foi identificado como quem controlava as ações, e fugiu do local junto de Camily quando o resgate chegou. Segundo a polícia, foi Caio quem alugou a casa utilizada para manter as vítimas.
Caio, Camily, Jones, Matheus e Thauannata praticaram extorsão e estelionato. Antes de o sequestro ser anunciado, eles se passaram pelo ídolo corintiano e enviaram mensagens pedindo transferência de valores.
Todos foram denunciados por associação armada. Pela complexidade da operação, o MP não descarta que o grupo esteja envolvido em outros sequestros, mas o mérito não foi relatado ou investigado pela polícia.
Relembre o caso
Marcelinho e Taís foram sequestrados na madrugada de 17 de janeiro, em Itaquaquecetuba, região metropolitana de São Paulo. O ex-jogador disse que dirigiu até a casa da amiga após ter ido ao show de Thiaguinho, na Neo Química Arena, no sábado, para repassar a ela ingressos do segundo show do cantor, que ocorreu no domingo.
Os dois ficaram mais de um dia em cativeiro até serem liberados. Após ser resgatado, Marcelinho relatou que foi abordado por três criminosos, recebeu uma coronhada e foi levado ao cativeiro. O carro dele, um modelo da Mercedes-Benz, foi deixado em outro local.
Os sequestradores se passaram por Marcelinho para pedir mais de R$ 30 mil e depois cobraram R$ 200 mil para soltá-lo. O advogado do ídolo corintiano fez a transferência de R$ 30 mil, mas o montante do resgate não foi pago porque a Polícia Militar já estava envolvida.
Depois disso, um vídeo do ex-jogador afirmando que tinha sido sequestrado pelo marido da amiga foi divulgado. Na filmagem, ele aparece no cativeiro com o olho esquerdo roxo, e a versão é confirmada por Tais. A polícia encontrou o local a partir de uma denúncia anônima.
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