Abel fura Palmeiras e confirma novo reforço: 'Víamos desde o ano passado'
O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, furou a diretoria alviverde e "anunciou" a contratação do meia Rômulo, do Novorizontino. O português falou sobre a novidade em entrevista coletiva após a vitória sobre o Ituano, pelo Campeonato Paulista.
O Palmeiras tem R$ 20 milhões para comprar um ponta? Não. Tem R$ 15 milhões para comprar um meia? Não. Temos que usar outros recursos, às vezes esperar mais um pouco... nossos reforços estão aqui dentro, chegaram mais dois miúdos: o Lázaro, que acreditamos ter muito potencial e que pode se afirmar, e não sei se já foi divulgado, mas acho que posso falar — tem a ver com uma política minha até para valorizar o Paulistão: o Rômulo foi um jogador que víamos desde o ano passado. Este ano, as coisas correram bem e ele vem para ajudar Abel Ferreira
O que mais Abel falou na coletiva?
Escalação e sistema diferentes. "É olhar para os jogadores que temos e ver quem está em melhor forma e aceitar as opiniões. Uns gostam, outros não. Minha função é escolher os melhores para cada jogo: hoje escolhi este e amanhã vou escolher outros. O meio campo é um setor onde temos muita concorrência boa. O Aníbal chegou bem e depois teve um problema no tendão devido ao gramado do Allianz, mas recuperou bem. Teve outro problema que vocês não sabem — e não têm que saber de tudo. Ele está aí para nos ajudar. O Fabinho entrou bem, é um menino. O Zé Rafael também foi bem em uma posição um pouco diferente. O Ríos também, em boa dinâmica. O Veiga um pouco cansado, mas o meio campo é um setor em que estamos muito bem servidos."
Paulistão é laboratório? "É uma verdade sua, não minha. Eu não vejo as coisas desta maneira. É uma competição que faz parte do calendário brasileiro. Acho que há jogos a mais, mas é uma competição bem organizada. Estou no terceiro ou quarto ano que disputo o Paulistão e também tenho um objetivo individual: a ver se, algum dia, consigo ser o melhor treinador nesta competição, porque nunca fui. Cada ano que passa, a organização está melhor. Sinceramente, acho que há jogos a mais, é minha opinião. Mas as equipes tem bons jogadores e jovens treinadores que, contra nós, dão a vida. Eu preparo meus jogadores para isso, não há jogos para brincar. Vamos fazer o que conseguirmos para vencer."
Classificação e jogos
Situação de Breno Lopes. "É tão difícil contratar jogadores... Não posso dispensar jogadores como o Breno, que é um jogador que nós gostamos. Precisamos de atletas que nos ajudem seja como reserva ou como titular. No ano passado, na reta final, ele jogou. Não tenho informação nenhuma [sobre transferência]. Sei que o jogador está satisfeito por pertencer a este grupo campeão, e nós também estamos contentes."
Gramado em Barueri. "Prometo que vou ser mais leve, não vou me chatear com coisas que não estão no meu controle. Vou jogar até no terrão, se for no cimento é no cimento, na madeira é na madeira... vamos competir de qualquer jeito. Vocês sabem minha opinião sobre isso, não vale a pena vir falar da mesma coisa. Vou procurar ser mais leve nas minhas observações porque não vale a pena. As coisas vão mudar no ritmo delas, e não no ritmo que acho que deveria ser. Queremos as melhores condições possíveis para os jogadores do Palmeiras porque nos exigem títulos, qualidade de jogo, intensidade... para que isso aconteça, é preciso bons jogadores e uma boa pista: que não tenha buracos e que seja rápida para usarmos os pneus slicks e tirar os melhores tempos do nosso carro. É isso que queremos e é isso que peço. Sou treinador, não sou cuidador de grama. Posso dizer que, onde eu jogar, meu adversário também vai jogar."
Adaptação de Anibal. "Às vezes, quero ir ao shopping e comprar uma carteirinha barata para minha mulher, mas ela fala: 'não quero essa, quero aquela ali vermelha, azul...'. E diz: 'ah, você pode pagar, vai lá comprar porque quero aquela'. A qualidade paga-se, não há outra forma. O Aníbal foi um reforço que, infelizmente, o clube não conseguiu trazer mais cedo com a saída do Danilo. Chegou quando tinha que chegar e estou muito grato, ao lado da torcida, pelo esforço que a diretoria fez. Todo mundo viu que é possível comprar jogadores por R$ 8 milhões e vender por R$ 18 milhões, como fizemos com o Artur. Não tem que ter medo, temos que arriscar. O Aníbal nos traz competitividade."
Cartão azul é boa ideia? "Se vocês prometerem que este ano não vão dizer: 'o Abel já tem 49 cartões amarelos...'. Pera aí, o ano começou de novo. Vocês contam há três anos e meio. Eu ainda não fui demitido, ou querem que eu seja demitido para limpar meus amarelos? Cada vez que levo um amarelo, é 48... 50... pera aí, começa de novo. Minha ficha está limpa. Tenho um amarelo este ano. Eu aprendi com minha mulher que não posso sempre fazer as mesmas coisas. Aprendi que tenho que inovar e fazer coisas diferentes. Faço isso na forma de jogar, de criar coisas novas, de inventar, errar... Em outras arrisco e vejo que vai dar resultado. Se isto é um desafio e a Fifa acha que pode melhorar, não digo não."
Força pela direita. "O Mayke se machucou e vai ficar fora por algum tempo, não sei quanto. Quando fazemos três zagueiros, os de fora precisam subir mais, isso dá amplitude. Essa linha de três nos dá boa dinâmica, chegada e consistência. O Marcos Rocha é inteligente e experiente, com um simples passe consegue isolar um jogador. As decisões são dos jogadores, o treinador é a tática. Quando taticamente a equipe não encaixa, o problema é do treinador, mas todo o resto é deles, e eles sabem que o treinador estará sempre ao lado deles."
Força do elenco. "Se vocês olharem para os quatro primeiros classificados, conseguem tirar um perfil do que o que os clubes querem. Há treinadores que querem jogadores prontos. Não vou alterar uma vírgula do que disse quando cheguei: apostamos na nossa formação, temos quase 50% dos jogadores da equipe principal formados na base. Temos jogadores com 17 anos que temos que exigir o mesmo do que os de 30, e não é fácil."
Zé Rafael irritado em substituição. "O Zé saiu chateado comigo com razão. O jogador vai, dá uma dividida, rouba uma bola e o treinador ainda o tira? Tirei porque pensei que ele tivesse se machucado, mas felizmente não. Ele tem direito de ficar chateado comigo. Queremos esta competição: o López fez gol, o Rony entrou e fez gol... Ninguém pode adormecer porque o difícil não é ganhar sempre, é ganhar de forma consistente, e as 14 decisões que tivemos, é preciso estar lá. O Palmeiras, ganhando ou perdendo, estava lá, e queremos estar lá. Temos que acompanhar nossos rivais."
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