Arthur Elias aponta falha do Brasil na Copa e quer rivais com medo de Marta
A seleção brasileira feminina abre a temporada nesta madrugada, pela Copa Ouro Concacaf, e o técnico Arthur Elias já está de olho nos Jogos Olímpicos de Paris. Enquanto "abre o Brasil" para novas jogadoras, o treinador trabalha para tornar o time mais ofensivo e ter Marta "desempenhando um futebol de alto nível".
Novo ambiente após frustração na Copa
Foi muito importante fazer a primeira convocação na Granja [Comary], um lugar maravilhoso para se treinar, fechar o grupo e ter uma construção de um novo ambiente. Desde o primeiro momento eu falei sobre a confiança que eu tenho no futebol feminino brasileiro, aquilo que eu acredito que a seleção pode fazer, e aos poucos ir mudando esse ânimo da equipe. Foi uma convivência excelente.
A seleção brasileira foi eliminada ainda na primeira fase da Copa do Mundo feminina. O empate com a Jamaica marcou também a despedida de Marta em Mundiais.
Difícil falar de algo que pode ser aproveitado [do trabalho da Pia], porque entendo que o trabalho é integrado dentro de um processo e uma ideia de jogo que é única. Eu via uma seleção que se defendia muito bem e que faltava um pouco de recursos ofensivos.
Na primeira convocação eu trouxe isso para elas [jogadoras], da gente treinar muito a nossa construção, organização ofensiva, as transições, aumentar o número de chances criadas dentro de uma partida. A eficiência é algo que a gente sempre precisa melhorar.
Planejamento para Paris 2024
Copa Ouro funciona como "prévia" para as Olimpíadas: "Essa oportunidade é bastante rica, e o formato da competição é idêntico ao dos Jogos Olímpicos, então a gente vai conseguir testar algumas armas que a gente tem preparado para Paris".
Momento de abrir a seleção: "A gente está no ponto de abrir a seleção para mais atletas que não participaram da última Copa do Mundo, de observar e conhecer esse leque maior de jogadoras para conseguir escolher as atletas certas para os Jogos Olímpicos".
Convocação com "cara olímpica" só no meio do ano: "A convocação da próxima data Fifa deve ser com nomes bastante diferentes dessa convocação atual. Na convocação de final de maio, começo de junho, provavelmente teremos um grupo mais parecido com o que estará nas Olimpíadas".
'Impacto Marta'
O que interessa para a Marta, para mim e para a seleção brasileira, é ter a Marta desempenhando futebol de alto nível, para realmente ter o impacto que a gente precisa com a presença dela, que é de os adversários olharem para o Brasil com mais preocupação.
Independente de qualquer situação, de qualquer jogadora, a seleção brasileira sempre vai ser muito forte, mas a Marta traz um impacto tanto interno para o nosso grupo, de confiança, de jogar com uma atleta que é muito fora de série e estando bem, e também para a preocupação com os adversários.
Arthur, porém, não pretende "centralizar" uma eventual conquista do ouro olímpico em Marta. Durante a Copa do Mundo de 2023, algumas jogadoras da seleção brasileira se uniram para tentar trazer o título inédito para a camisa 10.
Não passa na minha cabeça um discurso de centralizar uma conquista olímpica em qualquer jogadora que seja, porque é uma conquista de um país, de todo o desenvolvimento que a gente tem pela frente. Claro que a Marta é uma jogadora espetacular, maior expoente do futebol feminino nosso, mas eu acho que o grupo tem muitas e muitas motivações para a gente entregar nas Olimpíadas.
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Quero receberMarta não foi convocada para a Copa Ouro. A atacante Bia Zaneratto usará a camisa 10 na competição.
Título inédito é uma missão de vida
É um desejo [ganhar uma Copa do Mundo ou um ouro Olímpico], mas também é um sentimento muito profundo que eu tenho. Eu dediquei mais da metade da minha vida ao futebol das mulheres, então fui aprendendo muito.
Com certeza eu mais me beneficiei de estar no futebol feminino do que contribui, mas quando você chega numa seleção brasileira e tem a chance de realizar algo com impacto é algo que não só deve ser um objetivo, mas que para mim é um sentimento e até do ponto de vista mais espiritual. É o que eu sinto, que tem essa missão e estou muito focado, muito determinado, trabalhando muito com a minha comissão técnica e com todas as atletas para que isso possa acontecer.
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