Efeito Messi leva turistas da Disney aos jogos de futebol do Inter Miami
O tradicional turismo na Flórida (EUA), que atrai milhares de visitantes graças às praias badaladas e outlets de Miami, e com parques de diversão da Disney e Universal em Orlando, ganhou um ponto a mais no mapa de atrações: o estádio do Inter Miami, em Fort Lauderdale. O motivo tem nome e sobrenome: Lionel Messi.
Desde que o argentino iniciou sua jornada na nova equipe da Major League Soccer, o futebol norte-americano ganhou mais atenção e, consequentemente, arquibancadas cheias. É comum encontrar turistas rodeando a arena — mesmo em dias sem jogos — para tirar fotos e lotar a loja oficial em busca de qualquer peça que tenha o nome de Messi. Logo depois da parada que já se tornou obrigatória, eles seguem viagem e voltam para Miami ou partem para Orlando.
É uma mistura peculiar: pessoas com vestimentas customizadas para passeios em grupos rumo à Disney, conhecida como a terra onde os sonhos se tornam realidade, reservam um tempo especial para comprovar o sonho realizado do Inter Miami.
O chamado "efeito Messi" que bombou o futebol norte-americano não existe por acaso. Tudo isso faz parte de um planejamento que iniciou há cerca de três anos com os executivos do Inter Miami David Beckham, Jorge Mas e Xavier Asensi. A ideia era trazer o melhor futebol do mundo e, então, o clube colocou o alvo no craque argentino.
"Na época, Messi estava no Barcelona, e ele nunca havia jogado em outro lugar. Quando ele foi para Paris, vimos uma verdadeira oportunidade. Isso se tornou nossa vida. Trabalhamos por anos e conseguimos trazê-lo", disse Xavier Asensi, diretor de negócios do Inter Miami.
"Ele gerou um hype não só em Miami, mas nos Estados Unidos, e em geral. Nós viajamos pelo mundo agora, fomos para a África do Sul, Hong Kong, China, Japão, e isso foi emocionante para um time da MLS fazer esse tipo de tour. Acontece que como Messi, não há ninguém, e nunca haverá. A partir daí, estamos falando do maior esporte do mundo e na cidade de Miami, o ponto de encontro multicultural. Não teria como ser diferente", completou.
Até as equipes adversárias celebram a vinda de Messi. Os clubes entendem que a presença de jogadores como ele, Luis Suárez e Jordi Alba só fortalecem cada dia mais a Major League Soccer, que ainda corre atrás de grandes ligas como a NBA (basquete), NFL (futebol americano) e MLB (beisebol).
"Acho que é um efeito similar ao de quando Beckham veio para a Liga como jogador. Isso realmente eleva a qualidade, e os times querem continuar a melhorar. Quando você pode trazer atletas de tamanha qualidade como Messi, isso aumenta o nível, não só do time que eles estão jogando, mas da Liga em geral", disse Pablo Mastroeni, técnico do Real Salt Lake, adversário de hoje do Inter Miami.
Chase Stadium
Mais uma para a conta do "efeito Messi". Ontem, o Inter Miami anunciou a venda dos naming rights do estádio à empresa do ramo financeiro JP Morgan Chase. A arena atualmente localizada em Fort Lauderdale levará o nome do banco, que é um dos maiores dos Estados Unidos.
"O Inter Miami tem a honra de se associar ao maior banco do país, JP Morgan Chase. Não poderíamos ter imaginado um parceiro mais adequado, e estamos muito ansiosos para buscar nossos sonhos no mais novo Chase Stadium", disse Xavier Asensi, diretor de negócios do Inter Miami.
"Agora, quando as pessoas falarem de Inter Miami, quando falarem de Lionel Messi, lembrarão que o banco Chase está relacionado. Isso é muito importante", disse Jorge Mas, dono do Inter Miami ao lado de David Beckham.
O Chase é uma das empresas mais ativas no esporte norte-americano. Eles são investidores da casa de show Madison Square Garden, do US Open, do Grande Prêmio de Miami de F-1, e também estão nas arenas do Golden State Warriors e do Atlanta Hawks da NBA.
Vale lembrar que o Inter Miami está mandando suas partidas em uma arena provisória que foi montada em Fort Lauderdale em apenas oito meses. O clube está construindo o novo estádio, que já tem instalações próximas ao aeroporto de Miami e lá será o Chase Stadium.