Em entrevista exclusiva ao De Primeira, o CEO Marcelo Paz afirmou que o Fortaleza não deve voltar a campo até que haja punição aos responsáveis pelo ataque ao ônibus do clube e que os seis atletas feridos se recuperem dos traumas.
Marcelo Paz relatou momentos de "terror" no ônibus do Fortaleza com a bomba jogada por torcedores organizados do Sport, após o empate por 1 a 1 pela Copa do Nordeste, na Arena Pernambuco. Segundo ele, os atletas estão traumatizados física e emocionalmente.
'Fortaleza não tem que jogar até ter punição': "O Fortaleza não tem que voltar a campo enquanto seus jogadores lesionados estejam recuperados e enquanto os agressores não forem punidos. Estou com prejuízo emocional, físico e que chega no prejuízo técnico. Meu goleiro está com sete pontos na cabeça, o Escobar, que é o único lateral que eu tenho, porque o Bruno Pacheco está lesionado, está com 13 pontos no rosto e teve um trauma cranioencefálico. Quem vai arcar com isso? Nosso posicionamento é de não jogar até que eles se recuperem, espero que se recuperem logo, mas também a punição, porque a impunidade é a mãe do próximo crime. Se não houver punição, vai ter outro, até morrer alguém. Isso começa no 'ou joga por amor ou joga por terror', quando se tolera isso, quando se tolera pedra, quando se tolera no desembarque do aeroporto 40, 50 pessoas hostilizando, botando dedo na cara, xingando. Por que no futebol pode fazer isso? Que livre conduta é essa que os profissionais do futebol podem ser xingados, ridicularizados, humilhados e nada acontece? Se em qualquer cidade do país um ônibus estiver passando e uma pessoa jogar uma bomba dentro do ônibus, ela vai ser presa imediatamente e vai ser punida, e por que no futebol pode?"
'Foi um terror, um trauma absurdo': "Foi algo aterrorizante, eu estava no ônibus, fico sempre nas poltronas da frente, estávamos voltando do jogo, era tarde, mais de meia-noite, o ônibus vinha em boa velocidade e eu vi um movimento de torcedor do Sport, notoriamente da organizada, com camisa amarela, correndo. Quando a gente passou um pouquinho, veio o estrondo, a pancada dentro do ônibus e o terror, ninguém sabia o que tinha acontecido, é bomba, é pedra, jogador sangrando desesperado, grito. O saldo disso são 6 jogadores lesionados, o Escobar com 13 pontos no rosto e trauma cranioencefálico, o João Ricardo com sete pontos na testa, o Tite com pedaço de vidro na panturrilha que não conseguiu ser retirado, o Sasha, o Brites e o Dudu também com estilhaços pelo corpo, ferimentos na cabeça e nas pernas, foi terrível. Um trauma absurdo, ninguém sabia nem esperava, a gente voltando de um jogo, a gente trabalhando, o jogo foi normal, não teve nenhum incidente no jogo, jogo jogado, 1 a 1, os times se respeitam, se conhecem, tem quatro jogadores ex-Fortaleza no Sport, os treinadores se conhecem da Argentina, são de Rosário os dois, o presidente do Sport é meu amigo e acontece um negócio desses com vândalos, não é a primeira vez. Quando o agente começa a aceitar a pedra, é porque já faliu, dessa vez foi uma bomba e seis pessoas ficaram feridas.
'Espero que as autoridades façam a parte dela': "Fizemos um B.O. ainda ontem a noite, a diretoria do Sport prestou todo o suporte a gente, mobilizou a equipe médica deles, mobilizou contatos em Recife, estavam muito chateados com o que aconteceu, a gente percebe claramente que não há uma conivência entre a diretoria do Sport e esses atos, mas fizemos o B.O., está tudo registrado, os jogadores devem ser ouvidos virtualmente, nossa parte estamos fazendo, espero que as autoridades façam a parte dela, identificarem, prenderem e punirem exemplarmente, nas esferas esportivas também, se tiver que ter punição. Fizemos o que tínhamos que fazer, dar suporte médico, emocional aos nossos atletas, e também o B.O".
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