Estilos opostos de Tite e Diniz mudaram seleção e se encontram no Fla-Flu
O primeiro jogo entre Flamengo e Fluminense desta temporada coloca em lados opostos os dois últimos treinadores da seleção. Com estilos diferentes, Tite e Fernando Diniz duelam para garantir o título da Taça Guanabara, 16h (de Brasília), no Maracanã.
O que aconteceu
Os trabalhos foram bem diferentes, seja por filosofia ou por resultados. Diniz ficou seis jogos no cargo com duas vitórias, um empate e três derrotas. Já Tite teve seis anos e meio à frente da seleção com 81 jogos, 60 vitórias, 15 empates, seis derrotas e duas Copas na bagagem.
O treinador do Flu chegou na seleção rompendo aos poucos os laços com o trabalho de Tite, mas não totalmente. Além de alguns nomes convocados, o jeito de jogar também foi mudando e isso dificultou a adaptação do time ao novo modelo.
Temos de ter consciência de sair para um jogo totalmente posicional para um jogo que não é posicional. É água e vinho. É ter tempo, e a gente não tem. Foram dois dias para executar em campo. É ter paciência. Não é passar o que a gente tinha como base para um estilo de jogo diferente. É encontrar o estilo de jogo do Diniz pouco a pouco
Classificação e jogos
Danilo, depois do empate com a Venezuela em outubro
Na época, os líderes da seleção falaram bem do que foi feito antes. Apesar do resultado na Copa do Mundo do Qatar, havia o entendimento no grupo de que o que foi feito por Tite beirou a perfeição. Por isso, não queriam descartar o esforço empregado.
Alguns novatos tiveram oportunidade com Diniz. Como os goleiros Lucas Perri e Bento, o zagueiro Nino, os laterais Caio Henrique, Carlos Augusto, Yan Couto e Vanderson e os meio-campistas André, Joelinton e Raphael Veiga.
Se há algo em comum com a dupla é o tratamento humano. Tanto Tite quanto Diniz são frequentemente elogiados publicamente e nos bastidores pelo cuidado com os jogadores e funcionários no dia a dia. Na seleção não foi diferente.
No fim, o caos na CBF e o começo conturbado de Diniz custaram a ele o cargo. Sem Carlo Ancelotti, o treinador do Fluminense nem completou os meses prometidos por Ednaldo Rodrigues e voltou a focar somente no tricolor. Dorival Jr assumiu o time e está prestes a estrear.
No encontro do ano passado, tudo igual em 1 a 1. O Flamengo saiu na frente, mas viu o Fluminense melhorar no segundo tempo e empatou. O resultado foi ruim naquele momento, mas caso se repita mantém o rubro-negro na liderança da Taça Guanabara. Os dois times já estão classificados para a semifinal do Carioca.
As mudanças
Tite fez Eliminatórias históricas na seleção. Foi o primeiro colocado nas duas, de 2018 e 2022, sem perder uma partida. Nas grandes competições, porém, não teve o mesmo êxito, caindo nas quartas das duas Copas.
O jogo posicional foi apenas um dos impactos levados à seleção. Para tentar furar defesas fechadas, Tite preferia apostar nos pontas e alargar o campo, mais ou menos como tem adotado no Flamengo.
Já Diniz define seu estilo como aposicional. A proposta é que os atletas tenham liberdade para trocar de posições e possam se aglomerar ao redor da bola, utilizando mais os passes curtos. Essa filosofia é mais distante do que se vê na Europa e, portanto, afez a adaptação em curto espaço de tempo ser complicada.
Mesmo com a alteração no estilo, o nome de Diniz era quase uma unanimidade entre os atletas. Como interino, o treinador promoveu algumas mudanças em nomes e ajudou a oxigenar a seleção depois de mais uma eliminação traumática em Copas.
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