Nem ex-Mirassol sabe explicar goleada de 6 a 2 aplicada contra o Palmeiras
Eu lembro que todo mundo ficou sentado no vestiário após o jogo e ficava se olhando sem saber o que tinha acontecido, sem acreditar que tínhamos vencido o Palmeiras por 6 a 2. Eu lembro que perguntei pro Camilo: Foram 6 gols mesmo? Não sei o que aconteceu naquele dia, estava todo mundo inspirado.
A frase acima é do ex-atacante Tiago Luís, revelado pelo Santos e com passagem pelo Mirassol. Ele estava em campo há quase 11 anos quando o time do interior aplicou uma goleada por 6 a 2 no Palmeiras, pelo Campeonato Paulista. Esse foi o duelo mais marcante entre as equipes que se enfrentam hoje, às 18h (de Brasília), na Arena Barueri.
O que aconteceu
Em 2013, o Palmeiras vivia um processo de reformulação intenso após ser sido rebaixado para a Série B do Brasileirão no ano anterior. O time do Palmeiras que entrou em campo naquele dia tinha: Fernando Prass; Weldinho (Ayrton), André Luiz, Marcos Vinícius e Juninho; Márcio Araújo, Léo Gago (João Denoni), Charles (Ronny) e Wesley; Leandro e Caio Mancha. O técnico era Gilson Kleina.
Apesar da goleada, o Alviverde terminou a primeira fase na sexta colocação (com 9 vitórias, 7 empates e 3 derrotas) e passou para o mata-mata. A equipe acabou eliminada nas quartas de final ao perder para o Santos nos pênaltis.
Mirassol acabou rebaixado para a Série A2, mas torcedores focaram apenas na goleada. Tiago Luís garante que o placar daquele jogo fez com que quase todos os torcedores esquecessem do rebaixamento e lembrassem apenas da atuação histórica contra um gigante do futebol brasileiro.
Veja outras aspas de Tiago Luís
Repercussão da goleada histórica: "Estávamos sem confiança nenhuma no campeonato, brigando para não cair, e não sei o que aconteceu aquele dia. Todo mundo inspirado. Aquela semana todo mundo treinou bem, focado, mas com desconfiança. O pensamento era: 'agora vamos pegar o Palmeiras. Vai ser difícil, mas não impossível'. 1 a 0 para nós já era excelente, levaria a confiança lá para cima. Mas seis gols foi um negócio que ninguém acreditou, nem nós jogadores. Foi incrível, só deu nós a semana inteira. Ninguém queria falar de outra coisa, só deu Mirassol".
Reação dos jogadores em campo: "Eu tinha muita amizade com o Wesley por conta da nossa passagem pelo Santos. No jogo, a gente via no semblante dos jogadores do Palmeiras que o jogo já tinha acabado. Mas nós estávamos empenhados em vencer sem perder o ritmo de jogo. A gente não fez graça em nenhum momento, nós queríamos fazer gol. A zoeira só rolava na comemoração, teve uma que eu fiz com o Camilo que pegou muito porque a gente gostava muito de jogar futevôlei".
Jogo lembrado até hoje mesmo após quase 11 anos: "Eu guardo esse jogo na memória. Como faz muito tempo, quando as equipes se enfrentam sempre me mandam meme até hoje. A internet não esquece".
"Banco do Palmeiras parecia clima de velório"
André Hernan, colunista do UOL, trabalhou na transmissão daquele jogo para uma emissora de TV e lembrou detalhes do que viu em campo.
"A cada gol do Mirassol, o banco do Palmeiras parecia um clima de velório. O pessoal se olhava e não sabia explicar o que estava acontecendo. Ninguém sabia o que fazer, parecia um boxeador que perde por nocaute e fica na lona perdido", iniciou Hernan.
"Depois a torcida do Palmeiras fez protesto, gerou uma pressão. O vestiário lá de Mirassol na época era tipo uma casinha na altura do gramado, e a diretoria do Palmeiras pediu reforço policial. A torcida foi para a porta do estádio e tinham membros das organizadas na porta do vestiário. Eu lembro que o time demorou quase três horas para deixar o estádio e precisou sair escoltado", concluiu.
Apesar da dura derrota, o técnico Gilson Kleina foi mantido no cargo e o Palmeiras conseguiu retornar à elite do futebol brasileiro no final daquele ano.
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