Bruno lembra fase com 'monstro' Weverton na Lusa e vê exagero em críticas

O ex-palmeirense Bruno defendeu o Palmeiras por quase toda sua carreira de goleiro, mas uma passagem pela Portuguesa nos tempos de "Barcelusa" rendeu, além de vitória, uma relação especial com um dos ídolos do atual elenco alviverde. Os times jogam hoje, aliás, pelo Campeonato Paulista.

De goleiro para goleiro

Hoje preparador de goleiros, Bruno foi emprestado à Lusa no início de 2011 e encontrou um colega de 23 anos: Weverton. Até então pouco conhecido no cenário nacional, o jovem já pertencia ao time paulista e havia defendido clubes como Oeste e América-RN em anos anteriores.

Antes mesmo de iniciar a famosa "disputa sadia" por posição, o recém-chegado atleta se machucou e precisou ficar afastado dos treinos. Melhor para o atual camisa 21 do Palmeiras, que segurou a titularidade daquele elenco — que ganhou a alcunha de "Barcelusa" pelo bom desempenho na Série B.

Ao retornar da lesão, Bruno viu o companheiro de profissão brilhar e evitou qualquer rusga: a relação transcendeu os campos e se tornou uma amizade entre os goleiros, com direito a apelido de "monstro" e idas a restaurantes pós-treinos.

Weverton já chamava atenção na Portuguesa

Jovem voando. "O Weverton começou a fazer bons jogos e, quando voltei, ele estava muito bem. Não faria sentido ele sair da posição de titular. Ele sempre foi esse cara trabalhador e tranquilo. Eu brinco com ele até hoje porque eu chamava ele de monstro, porque ele jogava e, no dia seguinte, estava lá treinando igual todo mundo. Ele sempre foi esse tipo de goleiro que gostou de treinar."

Laços criados. "Procurei ajudar da melhor maneira possível não só ele, mas todos os meninos da Barcelusa, porque eu tinha um pouquinho mais de experiência, já estava no Palmeiras há muito tempo. Criamos laço, saíamos para almoçar. Às vezes, pegava os meninos da base que treinavam com a gente e almoçávamos todos juntos no Outback."

Goleiro Weverton na época em que atuava pela Portuguesa
Goleiro Weverton na época em que atuava pela Portuguesa Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

Caminhos diferentes. "Fiquei muito feliz quando a gente acabou sendo campeão [da Série B], mas no ano seguinte, eu voltei para o Palmeiras e ele ficou mais um tempo na Portuguesa antes de se transferir para o Athletico. Daí para frente, ele só cresceu na carreira: ganhou Olimpíada, veio para o Palmeiras, acabou conquistando tudo e está entre os maiores goleiros da história do clube."

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Esforço recompensado. "Ele batalhou muito por tudo isso, desde o comecinho, para chegar onde ele chegou — e no nível que ele chegou. Ele merece tudo isso."

Atuais críticas de torcedores. "Eu acho que as críticas são exageradas, mas a gente sabe como que é o Palmeiras, um time grande. Costumo brincar que não é todo mundo que consegue jogar em time grande, em especial o goleiro. O Weverton já demonstrou totais condições de jogar."

Último jogo contra o Corinthians. "Quando tem um erro em clássico, sempre aparece muito mais, ainda mais do jeito que foi: com 2 a 0, 2 a 1 e aí tomando o gol no fim. Foi um erro de julgamento pelo que parece na TV, mas a gente não está na cabeça dele. Pelo que deu para ver foi um erro de julgamento ali, ele achou que a bola estivesse fora e acabou tirando a mão. Mas todo mundo pode errar."

Pressão. "Pelo nível de excelência que ele demonstrou no Palmeiras, em qualquer coisinha que acontecer, a cobrança vai ser muito maior. Acredito que [a crítica] seja mais por isso, mas a torcida do Palmeiras sabe dos créditos ele tem por tudo que já ganhou e pelas defesas que fez. Não é um erro, mesmo em jogo importante, que vai abalar."

Resposta em campo. "Independente se você for bem ou mal, a cobrança vai acontecer em time grande, e jogador de time grande tem que gostar disso — e eu tenho certeza que ele gosta. Não é à toa que ele tem tanto tempo em alto nível, inclusive com convocação para seleção brasileira. Não vai ter problema, como ele mesmo já mostrou no último fim de semana. A resposta dele vai ser continuar trabalhando do jeito que ele sempre fez, e os jogos bons vão continuar acontecendo naturalmente."

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