No quadro "Finanças do Esporte", que acontece toda sexta no De Primeira, o colunista Rodrigo Mattos mostrou como a era dos galácticos transformou o Real Madrid no clube mais rico do mundo.
O Real revolucionou a utilização da imagem dos jogadores e passou a tratá-los como grandes marcas globais. A chegada de craques como Figo, Zidane, Ronaldo e Beckham foi fundamental nesse processo, apontou Mattos.
Assim, entre 2000 e 2005, o Real aumentou sua receita em 68% e ultrapassou o Manchester United como clube mais rico. Em 2010, na segunda era galáctica (CR7, Kaká & Cia), o time merengue se tornou o primeiro a faturar acima dos 400 milhões de euros.
O Real Madrid obviamente não era um clube pobre antes dos galácticos, mas ele estava ali entre segundo, terceiro e quarto. Quando começa a era, ele está em segundo e o clube mais rico era o Manchester United. A era dos galácticos durou até 2004, 2005, e quando acaba o Real Madrid se torna de fato o clube mais rico do mundo. Isso se prolonga por 12 anos seguidos, já na segunda fase dos galácticos, que tinha Cristiano Ronaldo, Benzema, Kaká, Di Maria e Ozil.
É um período longo que transforma o modo como enxergamos o futebol, os jogadores se tornam ativos até mais importantes que os clubes, simbolizado nas figuras do Cristiano Ronaldo e do Messi. E isso começa no Real Madrid, quando ele traz os jogadores independente de como ia montar o time. Se você pensar, Figo e Beckham jogam na mesma posição, o técnico que se vire para encaixar todo mundo. Rodrigo Mattos
Real Madrid: clube mais rico do mundo após galácticos
Primeira era dos galácticos (2000-2004)
- Contratações: Figo, Zidane, Ronaldo e Beckham
- Receita em 2000: 164 milhões de euros (2º mais rico)
- Receita em 2005: 275 milhões de euros (1º mais rico)
- Resultado no período: Aumento de 68% na receita
Segunda era dos galácticos (2009-2010)
- Contratações: Cristiano Ronaldo, Kaká, Benzema, Di Maria, Ozil
- Receita em 2010: 401 milhões de euros (1º mais rico)
Fonte: Deloitte Money League
Marcos Motta: Galácticos foram criados pelo Real como produto de imagem
O advogado e professor Marcos Motta explicou que o direito de imagem e a propriedade intelectual dos atletas são hoje dois pilares de qualquer transação no futebol. Segundo ele, quando você contrata um jogador atualmente, o negócio está apenas começando.
A gente lembra do Real Madrid dos galácticos, mas se eu perguntar para vocês que ano foi os galácticos, a Domitila vai dizer que foi 2002, o PVC vai dizer que foi 2004, você vai me dizer que foi 2005 e está tudo certo, o que mostra que os galácticos não foram criados como um time de futebol, eles foram criados como um produto de negócio baseado em propriedades intelectuais e imagens dos atletas. Ou seja, propriedade intelectuais que traziam monetização, que trazia novas propriedades, que traziam monetização, e criou-se ali um caso que ficou para a história como uma linha de corte no mercado do futebol.
A questão dos direitos de imagem é muito importante, porque, por exemplo, o que acontece hoje na Arábia Saudita não é só uma transformação do esporte, é uma transformação social, macro. Dificilmente você encontra uma indústria que consegue trazer três pilares que, quando alinhados, são absolutamente imbatíveis: o pilar econômico, o pilar social e o pilar esportivo. Quando você alinha esses pilares, você consegue uma transformação muito mais macro e isso passa pela imagem dos atletas. Marcos Motta
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