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Pato relembra cavadinha em eliminação do Corinthians e cutuca Tite: 'Errou'

"Quero falar de coração que não foi sacanagem", disse Pato mais de dez anos depois Imagem: Vinícius Costa/ Agência Preview

Do UOL, em São Paulo

01/03/2024 17h26

Alexandre Pato tornou-se o vilão do Corinthians na eliminação alvinegra para o Grêmio da Copa do Brasil de 2013. Na ocasião, o atacante tentou dar uma cavadinha em Dida na disputa de pênaltis, viu o goleiro defender e acabou, ao lado do elenco paulista, eliminado do torneio nas quartas de final.

Mais de dez anos depois...

Pato disse que não cometeu qualquer tipo de "sacanagem". Ele relembrou o assunto em participação no podcast Flow Sport Club.

Ele negou que tenha sofrido qualquer tipo de violência no vestiário — o boato surgiu após Douglas, ex-meia daquele Corinthians, dizer que alguns atletas queriam bater no colega.

Por fim, o atacante deu uma cutucada em Tite, atual técnico do Flamengo que comandava o alvinegro naquela ocasião.

O que Pato falou?

Ideia da cavadinha. "Eu treinei assim. Eu falava para o Cássio, para o Danilo [Fernandes] e para o Walter que eu bateria assim. Todos os pênaltis que bati no treinamento [deram certo]. Falei: 'vou bater assim porque o Dida é grande, ele vai se esticar e a bola vai passar'. Eu não queria que chegasse aos pênaltis."

Erro fatal. "Na hora que pego a bola, penso: 'vou fazer do jeito que treinei, se eu trocar pode dar ruim'. Na hora que vou cavar, eu erro a força e a bola sai fraca. Ele [Dida] foi para o lado, mas dava tempo de voltar e minha cavada foi errada. Criou um mal-estar, foi muito ruim. Sei que teve revolta do torcedor. Mas o jogador nunca vai querendo errar. Naquela época, era o Grêmio, eu tinha jogado no Inter. Era uma baita oportunidade."

Reação. "Sei que minha decisão causou muita tristeza e revolta, mas quero falar de coração que não foi de sacanagem. Acaba a entrevista, eu poderia chegar na mídia e chorar e fazer um 'teatro', mas eu quis ser eu mesmo. Eu falei que treinei assim e isso soou mal."

Clima no vestiário. "Quando chego, está todo mundo triste, aí vou para o meu lado e começo a chorar. Não estava vendo a consequência do que estavam falando fora. Eu estava com o peso de ter errado e de ter perdido. Não teve nenhum movimento, ficou cada um nos seus grupos. Nunca aconteceu algo de alguém querer bater ou segurar. A única vez que quase apanhei foi no Inter, do Fernandão, que o Edinho segurou ele. Para mim, neste dia, não aconteceu nada deste nível. Se eles conversaram entre eles, cada um fala o que quer."

Mágoa com Tite. "Eu admiro o Tite, é um baita treinador e ser humano, mas ele errou sobre esse assunto. Na hora, ele fala: 'tudo o que vai ser falado aqui, fica aqui'. E ele começou a me xingar de irresponsável. Ele é o treinador e eu baixei a cabeça, ele tem razão. Eu errei, pode falar. Mas, depois de alguns anos, ele escreveu no livro dele uma coisa que falou que não falaria. Para quê?".

Reviravolta? Criou um clima no Corinthians de mal-estar dentro do grupo. No jogo seguinte, contra o Fluminense, bati um pênalti e fiz o gol. Eu tentei resgatar uma coisa que veio na minha cabeça: Milan x Liverpool, na Champions League, que foi para os pênaltis. O Shevchenko cava e erra. Aí ele fica no Milan, dá a volta por cima e é campeão na Champions depois."

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