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Rodrigo Caetano age como escudo de Dorival em temas espinhosos na seleção

Rodrigo Caetano e Dorival Júnior na convocação da seleção brasileira Imagem: Staff Images / CBF

A presença de um coordenador geral de seleções já fez a diferença para Dorival Júnior na primeira convocação dele desde que virou técnico da seleção. Rodrigo Caetano assumiu para si pelo menos dois temas mais espinhosos na coletiva de ontem (1) e deu exemplo prático do que não acontecia nos tempos de Fernando Diniz, por opção da CBF.

O que aconteceu

Rodrigo Caetano foi preparado e respondeu em nome da CBF o questionamento sobre o conflito de calendário entre o Brasileirão e a convocação da seleção durante a Copa América. A pergunta inicialmente foi feita a Dorival.

O coordenador geral também foi quem falou sobre o retorno de Paquetá, em uma decisão de trazer o meia de volta, diante da falta de qualquer punição a ele na Inglaterra, após investigação sobre apostas.

Na hierarquia, Caetano é um chefe de Dorival e expressa o posicionamento institucional da CBF nas questões ligadas à seleção.

O que Rodrigo Caetano falou

Calendário

"Acho que a CBF já se manifestou oficialmente. Esse é um assunto diretamente relacionado à diretoria de competições do nosso diretor Julio Avelar. Só faço uma consideração porque até pouco tempo atrás estava em clube e quando a gente está em clube tem por natureza ter uma visão muitas vezes visando o benefício do clube, o que é natural e legítimo. Mas existe ideal e o possível. Pelo que soube, até fiz contato antes de estar aqui, é que temos uma limitação absurda em relação a datas. Já teve solicitação. Todos sabem como é montado o calendário anual. Prioridade de datas para Fifa, depois Conmebol, depois CBF? Estão faltando dias no ano para contemplar tudo isso. A verdade é essa. Com absoluta certeza de que tudo que foi e será possível ser feito, o nosso diretor fará. Temos limitações que fogem até a condição da CBF. Não vejo como conflito. A seleção sempre vai ser a seleção brasileira. Nunca foi conflitante e nem a CBF aos clubes e muito menos às competições que ela mesma administra. Não vejo por esse lado, não podemos cair nesse discurso, na minha visão. Campeonato Brasileiro tem sua importância e a seleção e a Copa América idem. Mas enfim, vale ressaltar também que pouco tempo atrás, quando eu ainda estava em clube, sempre reivindicamos a parada durante as datas Fifa e isso já ocorreu. Já avançamos nesse sentido. Só que tem uma hora que? Lamentavelmente o torneio continental também teve uma data a mais. De forma impositiva, a Fifa determinou que os clubes da Conmebol vão entrar em uma fase anterior, não na semifinal. Por tudo isso que estou falando, volto ao dizer que existe o ideal e o possível. A diretoria de competição as vezes vai além do possível. Volto a dizer que respeitamos o pleito dos clubes, mas infelizmente nesse caso, principalmente neste ano, não dá para atender na plenitude o desejo deles. Isso foi devidamente explicado não só no posicionamento da CBF, mas na nota da diretoria de competições".

Paquetá

"É simples o caso do Paquetá. Ele segue jogando normalmente, não teve qualquer tipo de punição em cima dele. Não diz respeito a nós julgarmos. É um atleta de altíssimo nível, não tem qualquer tipo de investigação ou acusação em curso, pelo menos por enquanto. E não seríamos nós que iríamos determinar isso, pelo contrário. O conheço porque na época em que eu estava no Flamengo foi feita a transição, fico feliz por ele ter atingido a maturidade e essa confirmação como jogador extraclasse que se tornou. Por tudo isso, se faz por merecer na parte técnica, aqui ele está e aqui seguirá se confirmar tudo que a gente espera dele".

A mudança do cenário

Antecessor de Dorival, Fernando Diniz não teve esse "escudo" porque a decisão do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, era ele mesmo tocar o departamento de seleções, após a saída de Juninho Paulista.

Isso fez com que o próprio Diniz tivesse que responder por questões técnica e institucionais nas coletivas. Diniz sentiu falta de ter um diretor de seleções.

Ednaldo já tinha percebido antes da virada do ano que precisava delegar a seleção a alguém com papel de diretor.

Ter essa figura para uma conexão dentro da CBF também era o desejo de Dorival, quando foi convidado para assumir o cargo.

A chegada de Rodrigo Caetano tem efeito diante da mídia, de comunicação e também vem acompanhada da contratação de outros nomes para a diretoria de seleções. É o caso de Juan, que virou o novo coordenador técnico.

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