O técnico Cuca assumiu hoje o comando do Athletico-PR e comentou seu retorno ao futebol após ter anulada a condenação por estupro de uma menor de idade, que teria ocorrido na Suíça no final da década de 1980.
O que aconteceu
Ele volta a treinar um clube quase um ano após seu pedido de demissão no Corinthians. Na época, Cuca ficou no cargo por apenas dois jogos e pediu para sair diante da repercussão e da pressão sobre o caso.
O treinador disse que devia ter buscado "resolver a situação" antes. Ele alegou que, após a saída do Corinthians, colocou na cabeça que precisava ir atrás da situação e que contratou equipes de advogados na Suíça e no Brasil.
Cuca afirmou que, se o caso não tivesse prescrito, a chance de ele ser absolvido era "próxima ao 100%". A condenação foi anulada por falta de advogado em julgamento, realizado em 1989, dois anos depois de quando o crime supostamente teria ocorrido. O mérito, no entanto, não foi julgado.
Devia ter feito isso antes. As coisas estavam paradas, na cabeça da gente é uma coisa que já tinha acabado, mas eu, como homem, devia ter feito isso antes, ido atrás e resolvido. Fomos ao problema, na Suíça, contratamos lá duas equipes profissionais de advogados civis e criminais para que a gente pudesse buscar um novo julgamento, com mais duas equipes aqui no Brasil. Pela Justiça de lá foi concedido, foi aceito o pedido nosso, dentro da possibilidade foi dada essa condição, mas já havia prescrito o episódio.
Como já tinha prescrição, o próprio Ministério [Público] de lá já não tem como te dar uma condição de um novo julgamento, que segundo os meus advogados, nossa chance de absolvição era próxima ao 100%. Ninguém tem 100%, mas era próxima, nos dava uma confiança grande. Infelizmente, pela prescrição, não houve. O que de melhor houve foi a anulação, descondenação e indenização. Cuca, em entrevista ao Athletico-PR
O que mais ele disse
Passagem e repercussão no Corinthians: "Meu último clube foi o Corinthians, infelizmente uma passagem muito curta, só dois jogos. Diante dos fatos e dos acontecimentos, resolvemos, com a diretoria, sair depois da classificação na Copa do Brasil. Aquilo foi uma coisa que me marcou muito, a mim e a minha família toda. Daquele momento em diante, pus na cabeça que tinha que resolver essa situação, ainda que tardia".
Sentimento de alívio: "A gente fica muito aliviado porque, quando saí do Corinthians, sempre falei a verdade. Tem dizeres aí que a moça reconheceu, ela por três vezes não reconheceu e está nos autos. A advogada pode dar um DNA inconclusivo, e não é meu, que eles mesmo entenderam que é inconclusivo. São coisas que não encaixo as palavras certas para falar, não decoro nada, falo as coisas do meu coração, do meu sentimento".
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