Goleiro vice em duas Libertadores e mais 3 são afastados por caso de abuso
Do UOL, em São Paulo
07/03/2024 19h54Atualizada em 08/03/2024 16h22
O goleiro Sebastián Sosa, que atuou contra o Santos e o Corinthians nas finais da Libertadores de 2011 e 2012, respectivamente, e disputou a Copa do Mundo do Qatar, foi um dos quatro jogadores afastados pelo Vélez Sarsfield após denúncia de abuso sexual.
O que aconteceu
O clube argentino anunciou nesta tarde o afastamento de Abiel Osorio, Brian Cufre e José Ignacio Florentín, além de Sebastián Sosa. A medida foi tomada seguindo o protocolo de atuação da equipe em casos de violência de gênero, e o Vélez se colocou à disposição das autoridades para colaborar com a investigação.
Os quatro são acusados de abuso sexual contra uma mulher de 24 anos. O caso teria ocorrido em um quarto de hotel em Tucumán no último domingo (3), após uma partida do time na cidade. A estudante de jornalismo teria feito contato com Sosa.
Quem são eles
Sebastián Sosa tem 37 anos e foi vice-campeão da Libertadores de 2012 pelo Boca Juniors. Reserva, o goleiro entrou no decorrer do primeiro jogo da final e levou os dois gols do Corinthians. O uruguaio, revelado pelo Peñarol e que teve passagens pelo futebol mexicano, está em sua segunda passagem pelo Vélez Sarsfield. Ele também foi convocado para a Copa do Mundo de 2022, no Qatar.
Abiel Osorio é atacante e tem 21 anos. Formado pelo próprio Vélez, ele está em sua terceira temporada como profissional.
Braian Cufré atua como lateral e tem 27 anos. O defensor, também revelado pelo time argentino, já jogou pelo Mallorca, da Espanha, e pelo New York City, dos EUA.
José Florentin é meio-campista e tem 27 anos. O jogador paraguaio começou a carreira em seu país no Guaraní e foi para o Vélez em 2022.
Sebastián Sosa, Brian Cufre, Abiel Osorio e José Ignacio Florentín são acusados pela estudante de jornalismo. O suposto crime teria ocorrido em um quarto de hotel em Tucumán, Argentina. A notícia foi publicada hoje pelos principais veículos do país.
A denúncia
O crime sexual teria ocorrido após uma partida do Vélez. A equipe enfrentou o Tucumán fora de casa no sábado (02), pela Copa da Liga Argentina.
A mulher diz que aceitou convite de Sosa para encontrá-lo em um hotel, mas foi surpreendida com a presença dos outros três atletas. A estudante de jornalismo e o goleiro uruguaio trocaram mensagens pelas redes sociais.
Ela alega que se sentido mal, após ter deitado em uma cama, os quatro jogadores teriam cometido o abuso. A denunciante afirmou que sensação de mal-estar se deu depois de ter ingerido fernet, uma bebida alcoólica.
A estudante de jornalismo conseguiu deixar o local na manhã do domingo. Ela denunciou o suposto crime acompanhada de sua advogada, Patricia Neme, e o assunto está sendo investigado pela Polícia de Tucumán em conjunto com a Unidade Fiscal de Delitos Contra a Integridade Sexual.
A violência sexual contra a mulher no Brasil
No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.
Como denunciar violência sexual
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.