Abel se posiciona contra discriminação após fala de diretor do São Paulo
Abel Ferreira abriu a entrevista coletiva após a goleada por 5 a 1 contra a Ponte Preta falando sobre o xingamento que recebeu de Carlos Belmonte, diretor de futebol do São Paulo. Ele afirmou que não irá mais falar sobre o assunto.
O que ele disse
Eu repudio todo ato de discriminação, nacionalidade ou qualquer tipo de violência. Dizer que isso vai muito além da esfera de futebol. É uma questão de humanidade. Repito: repudio todo e qualquer ato de discriminação. Essa era a mensagem que gostaria de falar antes da coletiva. Desse assunto, publicamente, não falo mais. Abel Ferreira, técnico do Palmeiras
O que aconteceu
O UOL apurou durante a semana que o treinador do Palmeiras preferia não ter recebido o pedido de desculpas de Belmonte. O vídeo do diretor do São Paulo foi publicado nove dias após ele ter chamado Abel de 'português de merd*', e, na opinião do treinador, só foi gravado para cumprir um acordo com Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) em troca de liberar jogadores do São Paulo de julgamento e punição.
Além disso, a reportagem também apurou que a decisão do TJD foi considerada um "tapa na cara da sociedade" por Abel. Em todas as ocasiões em que o técnico errou, no dia seguinte, ele se desculpou publicamente — como foi no desentendimento com Calleri no Morumbis e quando tomou o celular da mão de um jornalista no Mineirão.
O São Paulo conseguiu trocar o julgamento e punições a seus atletas e dirigentes por multas em dinheiro. Essa decisão não agradou em nada a diretoria do Palmeiras.
O que mais Abel disse na coletiva
O que Abel achou do cancelamento do julgamento dos jogadores do São Paulo: "Sou o treinador do Palmeiras, não cabe a mim decidir o que fazer. Não é minha função".
Eficiência do Palmeiras contra a Ponte Preta: "A imagem deste equipe é entrar forte no jogo. Podíamos ter feito três, quatro gols, mas não conseguimos traduzir. Falei várias vezes sobre a importância da eficiência da equipe. Não tem a ver com o que produzimos, mas ser efetivos na área. Hoje as bolas entraram, diferente de jogos anteriores. Às vezes por mérito do adversário, outras por deficiência do gesto técnico na finalização. Entramos fortes e essa era nossa intenção. Mostrar a superioridade que temos na teoria, fora do papel, porque no papel é muito fácil. Depois precisamos ir pra dentro de campo e fazer e acontecer. Esse adversário venceu grandes equipes. Viemos mostrar nossa superioridade e manter um espírito competitivo. Jogar sempre pra ganhar".
Dificuldade do Paulistão: "Esse Paulista tem sido um Paulistão onde o Palmeiras tem jogado sempre fora de casa. Tenho que agradecer nossos torcedores por nos acompanhar. Gostaríamos de ver o estádio cheio, mas entendo perfeitamente. De qualquer maneira, agradeço aos que ficam em casa e que torcem por nosso sucesso. Mas especialmente aos que acompanham e vem até aqui para torcer. Quando não ganharmos, sei que teremos as setas apontadas, isso por elevarmos o sarrafo. Mas são três anos nessa competição, sei como é".
Mayke na ponta direita: "Funcionou porque tivemos dinâmica. Sei que vocês gostam de ser treinadores, porque todos podem falar. Meu pai, minha mãe, minha mulher me faz perguntas. Todos têm opiniões e está certo. Mas minha responsabilidade na equipe são táticas. Aos que vivem do futebol, tem programas, são comentadores, jornalistas, que vivem tal como eu, vivendo de futebol... tenho que dizer que minha função no time, como treinador, é tática. Se chutam, cruzam ou driblam, não é minha responsabilidade. São deles. Os protagonistas são os jogadores. São o que dão a cara, quem vão lá para dentro e fazem o que tem que fazer. Eu dou as coordenadas. Hoje foi com muita dinâmica, tivemos uma semana para trabalhar. Os jogos são diferentes, mas hoje correu tudo bem. Nós já fizemos jogos muito parecidos com esse daqui e, ao chegar no final, não ganhamos o jogo. Futebol é assim. Por exemplo, se tivessem 2, 1. Seria diferente? Vocês que são especialistas e me disserem como treinar para não sofrer um gol daqueles, me digam, pois aprenderei com vocês".
Críticas a Flaco López e comparação com Haaland: "Todos têm que ouvir com muita atenção o que o Flaco López disse, e todos aqueles que o criticaram. O Haaland bateu recorde de gols e esse ano ficou um período sem gols. Isso é em todo lado, não só no Brasil, é global. Quando o centroavante faz gols, é espetacular, e quando não faz, vai ter crítica. A minha função é dizer aos meus jogadores que eles tem que ter capacidade para fazer um gol de bicicleta e falarem que você é o melhor do mundo, e errar um embaixo da trave e ser o pior do mundo".
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