Famoso lanche de linguiça tem 'pegadinhas' e une torcida do Bragantino
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O lanche de linguiça é uma atração à parte em dia de jogo em Bragança Paulista. O tradicional sanduíche da cidade carrega toda uma mística que envolve a torcida do Bragantino no entorno do estádio Nabi Abi Chedid, mas também possui particularidades que podem pegar os visitantes de surpresa.
Lanche requisitado
Bragança Paulista é considerada a capital nacional da linguiça. A cidade recebeu, em 2019, o título de Capital Nacional da Linguiça Artesanal pelo Congresso Federal em reconhecimento à importância histórica do alimento na economia local. A reportagem do UOL foi conferir o tão famoso lanche no jogo contra o Botafogo, pela Libertadores, na última quarta-feira (13).
O sanduíche está tanto dentro quanto fora do Nabi Abi Chedid. Barraquinhas de comerciantes locais são um point nos arredores e há um restaurante na parte interna do estádio reconhecido pelos lanches em homenagem a personalidades do clube. No Rosário, os clientes podem pedir o X-Vanderlei Luxemburgo, o X-Mauro Silva ou o X-Pintado, por exemplo, e comer com vista para o campo.
Mas vale o alerta: o restaurante dentro do estádio fecha em horário de jogo. Localizado em um dos portões do Nabizão da torcida mandante, o famoso Rosário fecha cerca de quatro horas antes do início das partidas. Quem quer comer os lanches temáticos precisa chegar bem cedo, ou aguardar se vai reabrir depois — uma outra lanchonete vende sanduíches nas arquibancadas durante as partidas. Um estabelecimento "primo" do Rosário até fica aberto do outro lado da rua, só que não tem o cardápio completo. "Mas a calabresa é a mesma", assegurou um funcionário.
No entanto, torcedores visitantes de primeira viagem podem ficar perdidos. Os lanches de linguiça vendidos por comerciantes 100% de Bragança ficam na área destinada apenas à torcida da casa, separada do setor visitante. A região não é exclusiva, mas quem vem de fora costuma se concentrar em outro lugar, em uma praça no fundo do estádio. Lá, alimentos e bebidas são vendidos por ambulantes de fora da cidade. "A gente só pode ficar aqui", disse Vinicius, que saiu da capital com a família para trabalhar no dia em uma das ruas na vizinhança.
Point da torcida
As barraquinhas destinadas à torcida do Bragantino ficam em uma rua perpendicular ao estádio. Quatro quiosques improvisados no asfalto alimentam a multidão que chega para o jogo.
A linguiça é o carro-chefe, mas outras comidas também são vendidas, como pastel, pernil e espetinhos.
Um personagem característico é Derley Fabiano, que está há mais de 20 anos no meio e é dono de uma das barraquinhas. "Ele está aqui desde que me mudei e comecei a frequentar o estádio", relatou Paulo, um dos clientes, tirando um sorriso do proprietário.
Derley também tem um negócio de pipas e patrocina uma das organizadas do Bragantino. Durante a conversa, o comerciante parou diversas vezes para responder a vozes conhecidas que sempre comparecem nos dias de jogo. Perto do horário da partida, o movimento fez o papo ficar em segundo plano.
Lanche de linguiça une a torcida
A linguiça faz parte do "ritual" que une a torcida. O local serve como concentração de torcedores antes da partida, que ficam comendo e bebendo no entorno horas antes de a bola rolar. Com Derley, inclusive, há confiança com os clientes: ele vende fiado e conta com a honestidade dos torcedores.
O lanche de linguiça é comercializado a R$ 20 na barraca de Derley. Em dias bons, são vendidos cerca de 150, mas a média fica entre 80 a 120. "Pessoal gosta de vir, se sente bem, o relacionamento entre todo mundo é bom", disse.
Se o lanche é bom? Sim, é gostoso e mata a fome. A linguiça justifica a fama, mas o pão, um tanto quanto murcho, deixou a desejar.