A defesa de Robinho pretende dar outros passos após ver o habeas corpus que evitaria a prisão do ex-jogador ser negado. O ex-atleta foi detido na noite de hoje (21), em Santos.
Quais os próximos passos
A defesa do ex-jogador pretende enviar embargos de declaração ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Esta medida serve para esclarecer contradições ou omissões da decisão proferida por um juiz ou órgão.
O segundo passo é o envio de um recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal (STF). Este tipo de medida acontece quando a defesa avalia que houve uma decisão que contraria a Constituição.
[Primeiro passo seria] Habeas corpus ao Supremo. Eventualmente, um embargo de declaração, recurso extraordinário e vamos discutir no Supremo as questões condicionais. José Eduardo Alckmin, advogado de Robinho, após sessão do STJ
A prisão de Robinho
A defesa de Robinho tentou evitar a prisão com um pedido de habeas corpus enviado ao STF. Ele foi enviado horas depois de o STJ decidir que o ex-jogador deveria cumprir a pena no Brasil, mas foi negado pelo ministro Luiz Fux na tarde de hoje (21).
Robinho foi levado à sede da Polícia Federal em Santos e passou por exame de corpo de delito e por uma audiência de custódia. Após este passo, Robinho foi transferido para a Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo.
O ex-jogador foi condenado a cumprir 9 anos de prisão. Ele foi condenado em todas as instâncias na Justiça italiana por estupro cometido em 2013. Como o Brasil não extradita seus cidadãos, a Itália pediu para que o STJ julgasse a homologação do cumprimento da pena em solo brasileiro.
O caso
Robinho e mais cinco amigos foram denunciados por estupro por uma mulher albanesa. O caso aconteceu no dia 22 de janeiro de 2013, na boate Sio Cafe, em Milão, na Itália. Até hoje, apenas ele e Ricardo Falco foram condenados.
Os outros quatro amigos de Robinho não foram condenados. Como todos já haviam deixado a Itália durante as investigações, eles não foram localizados pela Justiça para serem notificados para a audiência preliminar que aconteceu em 31 de março de 2016. Assim, o juiz resolveu separar os casos
Em 2014, Robinho admitiu ter mantido relações sexuais com a vítima, mas negou violência sexual. Ele reforçou o discurso em 2020, em entrevista ao UOL.
Ainda em 2020, quando já havia sido condenado em primeira instância, ele acertou seu retorno ao Santos. O Peixe, no entanto, suspendeu o contrato com o atacante dias depois por causa da pressão da torcida e da imprensa pelo caso.
Em 2022, Robinho foi condenado na terceira e última instância da Justiça italiana a nove anos de prisão. Entretanto, ele nunca foi preso por já estar no Brasil, que não extradita seus cidadãos. Sendo assim, a Itália pediu para que o Brasil julgasse a possibilidade de o ex-jogador cumprir a pena em solo brasileiro.
O Ministério Público Federal se manifestou a favor da prisão de Robinho. O vice-procurador geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, mencionou as gravações feitas pela Justiça italiana que levaram à condenação de Robinho. Essas gravações foram publicadas pela primeira vez no podcast UOL Esporte Histórias - Os Grampos de Robinho.
Mais sobre o caso
O podcast UOL Esporte Histórias - Os Grampos de Robinho trouxe áudios inéditos usados pela Justiça italiana para condenar Robinho e Ricardo Falco pelo estupro.
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