A Justiça Federal de Santos divulgou o vídeo da audiência de custódia de Robinho, realizada na noite de ontem (21), na sede da Polícia Federal no município.
O que aconteceu
Robinho respondeu todas as perguntas. Ele tinha o direito de permanecer em silêncio, segundo o juiz Mateus Castelo Branco Firmino da Silva, que comandou a audiência.
O ex-jogador afirmou não ter sofrido nenhum tipo de tortura ou maus-tratos durante a prisão realizada em sua casa. Robinho também disse que se entregou à polícia sem apresentar nenhum tipo de resistência.
Ele declarou que está "super bem" em questões de saúde. Entretanto, afirmou que seu pai depende dele por não estar bem, mas que ficará com o restante da família na residência do ex-jogador.
Robinho sorriu algumas vezes durante a audiência de custódia. Ela serve para garantir os direitos de um indivíduo que foi preso e evitar abusos no ato da prisão.
Após a audiência, Robinho passou por exame de corpo de delito e foi levado até Tremembé, no interior de São Paulo, onde cumprirá a pena.
Medo por maus-tratos e novo habeas corpus
A defesa de Robinho entrou com um novo pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal). O pedido foi enviado durante a tarde de hoje (22).
Ontem (21), o STF negou o primeiro pedido, enviado antes mesmo da prisão ser realizada. O ministro Luiz Fux foi sorteado como relator e indeferiu o pedido no final da tarde.
A defesa de Robinho teme que ele seja vítima de extorsão ou maus-tratos. O ex-jogador foi condenado na Itália a nove anos de prisão, e a Justiça brasileira homologou a sentença estrangeira em sessão realizada pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), realizada na última quarta-feira (20).
É um presídio, não é uma maravilha, precisa ter precaução e não colocar em risco a integridade física dele. José Eduardo Alckmin, advogado de Robinho, à CNN
O advogado afirmou ainda que a prisão só poderia acontecer após esgotadas as chances de recursos.
O caso
Robinho e mais cinco amigos foram denunciados por estupro por uma mulher albanesa. O caso aconteceu no dia 22 de janeiro de 2013, na boate Sio Cafe, em Milão, na Itália. Até hoje, apenas ele e Ricardo Falco foram condenados.
Os outros quatro amigos de Robinho não foram condenados. Como todos já haviam deixado a Itália durante as investigações, eles não foram localizados pela Justiça para serem notificados para a audiência preliminar que aconteceu em 31 de março de 2016. Assim, o juiz resolveu separar os casos
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Quero receberEm 2014, Robinho admitiu ter mantido relações sexuais com a vítima, mas negou violência sexual. Ele reforçou o discurso em 2020, em entrevista ao UOL.
Ainda em 2020, quando já havia sido condenado em primeira instância, ele acertou seu retorno ao Santos. O Peixe, no entanto, suspendeu o contrato com o atacante dias depois por causa da pressão da torcida e da imprensa pelo caso.
Em 2022, Robinho foi condenado na terceira e última instância da Justiça italiana a nove anos de prisão. Entretanto, ele nunca foi preso por já estar no Brasil, que não extradita seus cidadãos. Sendo assim, a Itália pediu para que o Brasil julgasse a possibilidade de o ex-jogador cumprir a pena em solo brasileiro.
O Ministério Público Federal se manifestou a favor da prisão de Robinho. O vice-procurador geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, mencionou as gravações feitas pela Justiça italiana que levaram à condenação de Robinho. Essas gravações foram publicadas pela primeira vez no podcast UOL Esporte Histórias - Os Grampos de Robinho.
Mais sobre o caso
O podcast UOL Esporte Histórias - Os Grampos de Robinho trouxe áudios inéditos usados pela Justiça italiana para condenar Robinho e Ricardo Falco pelo estupro.
Ouça todos os episódios de UOL Esporte Histórias - Os grampos de Robinho
Você pode ouvir todos os episódios nos links abaixo.
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