Robinho foi preso pela Polícia Federal na noite de ontem (21), passou por uma audiência de custódia e depois foi levado para a penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo.
O que aconteceu
O ex-jogador vai cumprir sua pena na Penitenciária 2 de Tremembé. O local é conhecido por abrigar presos de casos de grande repercussão nacional.
O presídio abriga nomes 'famosos' do noticiário brasileiro, como Alexandre Nardoni, Cristian Cravinhos, Gil Rugai e Lindemberg Alves, por exemplo. Quando Edinho, filho de Pelé, foi preso, ele também ficou na P2 de Tremembé.
Tremembé recebe presos conhecidos, pois eles costumam correr risco em penitenciárias comuns. Dessa forma, o local garante a segurança e a privacidade dos internos.
Robinho pode ficar até 20 dias em uma cela especial, utilizada como uma forma de adaptação. Após isso, ele será colocado em uma cela comum.
A P2 fica a cerca de 150 km da capital paulista e foi criada após a desativação do complexo do Carandiru, que ficava em São Paulo.
Como funciona a P2 de Tremembé
A P2 de Tremembé tem espaço para alojar até 584 detentos, tanto do regime semiaberto quanto do fechado. A estrutura compreende dois blocos destinados ao regime fechado e um alojamento para os detentos do semiaberto.
Os presos fazem as refeições diárias nas celas e têm direito ao banho de sol. O local conta com biblioteca, horta, cozinha, igreja, sala de aula, campo de futebol e fábricas da Funap (Fundação "Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel").
Mesmo no regime fechado, os presos podem trabalhar na unidade, atuando na fabricação de diversos produtos. Nas oficinas da Funap, eles atuam com mão de obra em serviços para empresas e governos municipais.
As oficinas também funcionam como aprendizado e uma forma de reduzir a pena, através do programa de remição de pena pelo trabalho. Nesse sistema, a cada três dias trabalhados, o detento pode abater um dia de cárcere. No entanto, para isso, o preso precisa ter uma autorização da Justiça.
Além disso, os internos têm acesso a cursos de teatro e oficinas de leitura e origami, além de uma biblioteca com mais de 7,5 mil títulos.
O caso
Robinho e mais cinco amigos foram denunciados por estupro por uma mulher albanesa. O caso aconteceu no dia 22 de janeiro de 2013, na boate Sio Cafe, em Milão, na Itália. Até hoje, apenas ele e Ricardo Falco foram condenados.
Os outros quatro amigos de Robinho não foram condenados. Como todos já haviam deixado a Itália durante as investigações, eles não foram localizados pela Justiça para serem notificados para a audiência preliminar que aconteceu em 31 de março de 2016. Assim, o juiz resolveu separar os casos
Em 2014, Robinho admitiu ter mantido relações sexuais com a vítima, mas negou violência sexual. Ele reforçou o discurso em 2020, em entrevista ao UOL.
Ainda em 2020, quando já havia sido condenado em primeira instância, ele acertou seu retorno ao Santos. O Peixe, no entanto, suspendeu o contrato com o atacante dias depois por causa da pressão da torcida e da imprensa pelo caso.
Em 2022, Robinho foi condenado na terceira e última instância da Justiça italiana a nove anos de prisão. Entretanto, ele nunca foi preso por já estar no Brasil, que não extradita seus cidadãos. Sendo assim, a Itália pediu para que o Brasil julgasse a possibilidade de o ex-jogador cumprir a pena em solo brasileiro.
O Ministério Público Federal se manifestou a favor da prisão de Robinho. O vice-procurador geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, mencionou as gravações feitas pela Justiça italiana que levaram à condenação de Robinho. Essas gravações foram publicadas pela primeira vez no podcast UOL Esporte Histórias - Os Grampos de Robinho.
Mais sobre o caso
O podcast UOL Esporte Histórias - Os Grampos de Robinho trouxe áudios inéditos usados pela Justiça italiana para condenar Robinho e Ricardo Falco pelo estupro.
Ouça todos os episódios de UOL Esporte Histórias - Os grampos de Robinho
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