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Saída de Mattos no Vasco tem ruído com SAF, desgaste com os Díaz e prints

Alexandre Mattos (esq) e Lúcio Barbosa (dir): diretor de futebol foi demitido pelo CEO da SAF do Vasco Imagem: Leandro Amorim / Vasco

Do UOL, no Rio de Janeiro

22/03/2024 04h00

A demissão de Alexandre Mattos no Vasco pegou o público de surpresa, mas internamente a queda se desenhava. Desalinhado da filosofia de trabalho da 777 Partners, proprietária da SAF, e com uma relação desgastada com o técnico Ramón Díaz e seu filho Emiliano, o dirigente já vivia uma turbulência que explodiu após vazamentos de prints do ex-diretor de futebol.

O ruído com a 777

Mattos até tentou seguir a filosofia da 777, mas não conseguiu. Conhecido por seu perfil agressivo no mercado, ele encontrou um processo mais burocrático, com várias camadas de aprovação na empresa até o sinal verde para executar.

Entre o querer, o poder e a execução, atritos aconteceram. Do lado da empresa, vetos a nomes sugeridos para reforços. Do lado do dirigente, insatisfação com a demora e a consequente perda de oportunidades.

Para fora, o discurso de Mattos era o de obedecer as diretrizes. Nos corredores, porém, a insatisfação já era manifestada publicamente, como ocorreu logo em seus primeiros meses, durante um evento na CBF.

Desgastes com os Díaz

A relação com Ramón Díaz e seu e filho auxiliar, Emiliano, não era boa. Ela se desgastou durante a montagem do elenco, já que por muitas vezes houve uma falta de alinhamento.

O UOL apurou que Mattos se reuniu com Emiliano um dia antes de ser demitido para aparar arestas. A conversa foi vista por ambos como produtiva e parecia caminhar para uma trégua, mas ao cair da noite, um vazamento de prints voltou a enfurecer o auxiliar argentino.

Os prints vazados

Prints de uma conversa de Mattos com um jornalista vazaram nas redes sociais. Nele, o dirigente dava detalhes de bastidores de negociações, postura da 777 Partners sobre contratações, questões de orçamento, trabalho com os Díaz e mais.

O vazamento foi o principal estopim para a demissão, mas não o único. O CEO da SAF, Lúcio Barbosa, entende que a 777 disponibilizou um bom orçamento para reforços, com mais de R$ 100 milhões, e a montagem do elenco não foi vista como satisfatória. Com isso, foi até o CT Moacyr Barbosa e comunicou o dirigente do desligamento pessoalmente.

Mais tarde, em entrevista coletiva, Barbosa justificou a demissão como "quebra de confiança". Lucio afirmou: "sem confiança não há como seguir com o trabalho."

Mattos, por sua vez, emitiu nota oficial e disse que "existem divergências em várias situações de como pensamos o futebol". O dirigente escreveu ainda que sempre expôs à 777 as necessidades do Vasco e a agilidade que o mercado exige.

Comissão provisória

Lúcio Barbosa informou que os contatos para o substituto de Mattos serão imediatos. Ele ressaltou que há também o caminho inverso, de profissionais procurando o clube para oferecer seus serviços.

O Vasco ficará com um departamento de futebol provisório enquanto isso. Lúcio estará no comando, com o auxílio do técnico Ramón Díaz e Emiliano, sob a coordenação da 777 Football Group e apoio do scout da companhia.

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