12h 'no corre' e confere da PM: a saga para colocar bandeirão no estádio
Quem vê a festa das organizadas nas arquibancadas pode não saber de toda logística e perrengues envolvidos para proporcionar o colorido das bandeiras. "Para o pessoal do Patrimônio, os jogos costumam durar umas 12 horas", diz um dos torcedores da Mancha Alvi Verde, uniformizada do Palmeiras, na última partida do time na Arena Barueri. O jogo de futebol é só o ponto alto para eles.
O início da saga
Na sede da Mancha, na Barra Funda, faixas e bandeiras são abertas no chão para ver se precisam de alguma manutenção, os instrumentos e baquetas também passam por uma vistoria... São 10 horas. O jogo começa às 18h. Com tudo certo, é hora de partir.
São cerca de 15 torcedores no transporte do material: dezenas de quilos de panos e mastros dentro de um caminhãozinho baú até o local da partida.
Três horas antes do início do jogo, e eles já estão lá: os 15 que trouxeram tudo, mais um grupo de outros 20 para ajudar na revista da Polícia Militar. Em Barueri, a Polícia já tinha uma lista com todos os materiais que estariam nos degraus de concreto da arquibancada B. Faz parte do procedimento.
As torcidas organizadas têm um prazo de até três dias antes dos jogos para enviar ao Batalhão do Choque quais serão os itens que levarão à partida. Tudo é especificado para facilitar na hora da revista. Faixas e bandeiras são abertas, mochilas revistadas... plásticos, fitas, baquetas, instrumentos. Tem de estar tudo no documento. Senão, não entra.
Passando a catraca, cada um tem sua função. Quem toca cuida dos instrumentos, outros preparam mosaicos, plásticos e bexigas. Os "mais ligeiros" ficam na responsabilidade do bandeirão, o grande astro da festa, e precisam ter sincronia para subir os degraus a milhão.
Festa no [quase] chiqueiro
Com o Allianz Parque passando por reforma do gramado, a Arena Barueri se tornou um "segundo endereço" do Palmeiras no começo da temporada, o que influencia diretamente no trabalho dos responsáveis pela festa. A locomoção com os materiais leva mais tempo e requer uma logística especial, como se fosse um jogo de visitante. Mas isso não foi um impeditivo para que o "mar branco" pudesse celebrar mais uma tarde especial.
Já na metade do segundo tempo, o placar encaminhado e o hat-trick de Flaco López embalam a festa ao som de "chiqueiro ô ô, chiqueiro ô ô, chiqueiro. Festa no chiqueiro".
"A volta é triste"
O Palmeiras goleou a Ponte Preta e está na semifinal do Paulistão. Deu tudo certo. E então a saga continua até a quadra da torcida. "A volta é triste", dizem ao enrolar e amarrar o bandeirão. São os primeiros a chegar e os últimos a sair para uma festa que dura pouco 90 minutos com bola rolando.
Mais duas horas para voltar, guardar tudo e aí sim o expediente acabou. Cansados? Claro, mas vão fazer tudo de novo na semifinal contra o Novorizontino, na volta ao Allianz Parque.
Isso que você viu hoje já é comum pra gente. O amor pelo Palmeiras já fez a gente cometer loucuras maiores
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