Goleiro do Vélez acusado de abuso sexual deixa prisão após pagar fiança

O goleiro uruguaio Sebastián Sosa, acusado de participação em abuso sexual, deixou a prisão ontem (27).

O que aconteceu

A Justiça de Tucumán, na Argentina, aceitou que Sosa aguarde o processo em liberdade condicional. O atleta pagou multa de 50 milhões de pesos (R$ 291 mil na cotação atual) após determinação da juíza Eliana Gómez Moreira.

O goleiro terá que se apresentar à Justiça a cada 15 dias. O uruguaio poderá retornar a Buenos Aires, mas terá que estabelecer uma residência fixa — Sosa foi contratado pelo Vélez há menos de dois meses. Ele também não pode deixar a Argentina nos próximos 90 dias sem autorização judicial prévia.

Sosa afirmou ser inocente à imprensa argentina. Após deixar prisão preventiva, o atleta disse: "A única coisa que quero é que a verdade de tudo isso seja conhecida. Não quero entrar em detalhes quando são os advogados que podem falar melhor, eles têm feito um trabalho muito bom."

Por ser cidadão estrangeiro, Sosa é sujeito a condições diferentes em relação aos outros acusados. Braian Cufré, Abiel Osorio e José Florentín cumprem prisão domiciliar por 90 dias.

A acusação

O crime teria ocorrido na madrugada de 03 de março, em um quarto de hotel em Tucumán, Argentina. A denunciante afirma que o episódio aconteceu horas depois de o Vélez enfrentar o Tucumán, pela Copa da Liga Argentina.

A mulher diz que aceitou convite de Sosa para encontrá-lo em um hotel, mas foi surpreendida com a presença de outros três atletas — Braian Cufré, Abiel Osorio e José Florentín. A comunicação entre a estudante de jornalismo e o goleiro uruguaio ocorreu através de mensagens no Instagram.

Ela teria se sentido mal e deitado numa cama, e após isso os quatro atletas supostamente cometeram abuso sexual. A sensação de mal-estar se deu após a mulher ingeriu fernet, uma bebida alcoólica.

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A estudante de jornalismo conseguiu deixar o local horas depois, pela manhã. Ela denunciou o suposto crime acompanhada de sua advogada, Patricia Neme.

A violência sexual contra a mulher no Brasil

No primeiro semestre de 2020, foram registrados 141 casos de estupro por dia no Brasil. Em todo ano de 2019, o número foi de 181 registros a cada dia, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Em 58% de todos os casos, a vítima tinha até 13 anos de idade, o que também caracteriza estupro de vulnerável, um outro tipo de violência sexual.

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

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Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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