Apoio do time x vaias: Carpini se equilibra na corda bamba no São Paulo
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A situação de Thiago Carpini no comando do São Paulo ganhou contornos mais delicados após a derrota para o Fortaleza por 2 a 1, em pleno MorumBIS, na estreia do Brasileirão.
Impaciência de um lado, apoio do outro
O técnico chegou pressionado e recebeu vaias antes mesmo do início do jogo. Apesar de vir de vitória contra o Cobresal, na Libertadores, ele teve o nome vaiado por torcedores quando o telão anunciou a escalação do time da casa.
A chapa esquentou ainda mais após o segundo gol do time visitante, quando vieram os xingamentos. Carpini foi chamado de "burro" e ouviu ofensas da arquibancada que se estenderam também depois do apito final.
Apesar da pressão externa, o treinador recebeu apoio do elenco na saída do estádio. Michel Araujo e André Silva, autor do "gol de honra", foram os porta-vozes que defenderam o comandante na zona mista.
Tenho certeza que ele segue com a gente, é um treinador em que temos confiança, o grupo abraça bastante o treinador. Não tem dúvida. Isso é uma pressão que vocês colocam, o grupo gosta do trabalho dele. Todo trabalho requer um processo. Por isso, peço paciência ao torcedor que a gente vai chegar ao êxito André Silva
100% [elenco continua apoiando Carpini]. Quem tem menos responsabilidade hoje é o treinador, fez de tudo para dar as armas para jogarmos, fazer gols. Não conseguimos, quem tem que ser cobrado são os jogadores. Hoje foi silêncio absoluto no vestiário. A gente já vai descansar domingo, treinar segunda, talvez tenha conversa, mas é treinar. Não temos tempo de lamentar, de culpar ninguém, somos todos São Paulo Michel Araújo
Culpa e sequência do trabalho
Carpini pediu paciência à torcida, assumiu a culpa e comentou a relação com os jogadores. O técnico disse que o ambiente interno é bom, mesmo com ele sendo "chato", e exaltou a torcida são-paulina. Ele ainda acrescentou que seguirá fazendo o seu melhor, e que a avaliação se está sendo ou não o suficiente não cabe a ele.
O treinador disse que a sombra da demissão não o preocupa. Carpini destacou o profissionalismo da diretoria, mas admitiu que os resultados positivos têm que voltar. O Tricolor paulista volta a campo já na quarta (17), contra o Flamengo, fora de casa.
Resultado precisa acontecer, senão a troca é inevitável. Estou muito tranquilo, [demissão] não é o que me preocupa. Trabalho todos os dias para evoluir, isso não é uma coisa que me preocupa. A minha responsabilidade comigo mesmo é de fazer o meu melhor, continuo acreditando que futebol precisa caminhar para um pouco mais de longevidade, paciência. Não estou só falando isso pelo momento que vivemos, é no que acredito. Thiago Carpini
A maior parte da culpa é minha, assumo. Muito fácil e cômodo apontar erros, mas não é meu papel. O que tenho que tratar pontualmente, trato internamente. Sou muito chato cobrando, não sei como jogadores gostam de mim. Tenho relação boa de falar a verdade, cobro. Digo que não vou falar o que eles querem ouvir, mas sim o que precisamos melhorar, começando por mim. Dividimos responsabilidade.