Vestiário se divide após técnico acusado de assédio ser mantido no Santos
O vestiário das jogadoras do Santos se dividiu após a permanência do técnico Kleiton Lima, acusado de assédio.
O que aconteceu
Após os protestos contra Kleiton Lima, acusado de assédio, o vestiário das jogadoras do Santos se dividiu. Segundo apurou o UOL, há atletas que apoiam a permanência do treinador, mas também há quem queira a demissão.
O clima estranho afetou o Santos, que adotou cautela para comentar o assunto internamente. Nos corredores do clube, pouco se comenta sobre o caso por causa do clima nebuloso.
O presidente Marcelo Teixeira bancou a manutenção do treinador após apurar o caso e não encontrar 'fatos concretos'. De acordo com o dirigente, não existe uma autora por trás das denúncias e até o momento não chegou até ele uma situação grave.
Internamente e em outras esferas não há nenhum tipo de denúncia concreta ou processo. Ao contrário, foi arquivado por falta de autora. O departamento do futebol feminino entendeu que o profissional era importante para darmos prioridade ao futebol feminino. Se eu tiver qualquer tipo de fato concreto e que pudesse ser provado que ocorreu algo grave, envolvendo qualquer pessoa, seja ela atleta ou funcionária, imediatamente tomaremos as medidas cabíveis. Até esse momento não temos nada
Marcelo Teixeira
Ketlen, em sinal de apoio, abraçou Kleiton após fazer o gol pelo Santos na derrota por 3 a 1 para o Corinthians. Em contrapartida, há jogadoras que se incomodaram com a falta de consideração da diretoria com o tema.
O protesto
As jogadoras do Corinthians fizeram um protesto pouco antes da bola rolar com o Santos, na Vila Belmiro. O ato ocorreu contra o técnico Kleiton Lima, que retornou ao clube mesmo após acusações de assédio por parte de 19 atletas no ano passado.
Na ocasião, as jogadoras colocaram mãos na boca e no ouvido durante a execução do hino nacional. As santistas, no entanto, não repetiram o gesto contra o novo treinador.
O protesto também ocorreu na partida entre Avaí/Kindermann e Palmeiras, que começou às 20h. Na ocasião, as duas camisas 19 das equipes se viraram de costas enquanto as companheiras tamparam a boca na foto oficial da partida — uma referência ao número de denúncias.
No ano passado, o UOL teve acesso a 10 cartas anônimas relatando situações de assédio moral e sexual. Ao todo, foram 19 denúncias. As jogadoras também questionavam as vestimentas do treinador, que deixavam marcado seu órgão genital.
De acordo com os relatos, algumas jogadoras desenvolveram crise de ansiedade por causa da má condução de Kleiton em ambiente de trabalho. Ainda segundo os documentos, ele foi acusado de comentar sobre os corpos das jogadoras e fazer piadas.
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