'Recuperei a alegria de jogar': Gil se declara ao Santos e repensa futuro
Vou ser bem sincero e honesto: não imaginava que ia ser dessa maneira. Recuperei minha alegria de jogar futebol
Gil chegou ao Santos no pior momento da história do clube: a queda para a série B após três anos ficando no "quase". Coincidentemente, o zagueiro sentiu na pele a mesma situação em sua última temporada no Corinthians. Em meio aos insultos e cobranças da torcida, viveu a pressão e, ainda assim, aceitou o desafio de ser parte da reconstrução do alvinegro praiano.
Conhecer o treinador facilitou a chegada e foi motivo de alívio e segurança. Como o UOL antecipou, Carille ligou para o zagueiro e explicou o projeto para motivá-lo a aceitar a proposta mesmo diante de uma série B. Após o "sim", o que Gil não esperava era o acolhimento e ambiente fora de série no CT Rei Pelé que o ajudou a recuperar seu futebol.
Em pouco tempo me senti em casa. O clube abriu as portas para a gente trabalhar e poder desfrutar do nosso melhor futebol. Em conversa com o Léo [ex-lateral e ídolo do Santos] eu disse: 'vocês recuperaram a minha alegria de jogar futebol'. Pô, você vai jogar um clássico contra o Corinthians e o Neymar está no estádio! Aí vai jogar contra o Palmeiras na final, o Neymar está no estádio... é uma coisa absurda. É muito importante. E o clube? Não precisa nem dizer a grandeza do clube, então é um desafio que eu aceitei e estou muito feliz
Gil, zagueiro do Santos
Hoje, Gil é pilar da zaga alvinegra e, mesmo com seus 36 anos, não desfalcou um jogo sequer na temporada. Titular em todas as partidas, fez 90 minutos em 15 jogos e foi substituído apenas em um, aos 43 do segundo tempo.
Um dos motivos para a alta performance do defensor é a musculação. Inspirado em LeBron James, lenda do basquete e que mantém desempenho fora da curva mesmo aos 39 anos, Gil crê que a atividade física muda carreiras e está aliada diretamente à longevidade no esporte.
"Tenho um negócio que vejo muito no LeBron. Também acompanho o Cristiano Ronaldo. Eles estão no topo porque treinam muito. Isso faz muita diferença. Vou te falar o grupo que eu treinava no Corinthians: Cássio ganhou tudo, Fábio Santos.... Os caras são impressionantes. Acompanhar [os passos] do LeBron e fez toda a diferença na minha carreira", contou.
Em nova fase, Gil se reconectou com os gramados e cicatrizou a ferida de uma torcida machucada. E tem um torcedor alvinegro cuja influência moldou o estilo de viver do zagueiro: o rapper Mano Brown.
Antes da final do Paulistão, contra o Palmeiras, o rapper ligou para o jogador e o agradeceu pela reconstrução do time no futebol. A mesma voz no telefone era a que Gil, na infância, escutava nas músicas do Racionais MC's, em Campos de Goytacazes. Em meio às lições e vivências reconhecidas nos trechos, o zagueiro vibrou.
"O dia que recebi a mensagem do Mano Brown... cara, eu fiquei assim [mão tremendo]. Ele me ligou no primeiro jogo da final: 'meu, agradeço de coração pelo que vocês fizeram pelo clube, satisfação'. Desse jeito. Eu fiquei desacreditado! A gente tem um amigo em comum, que me chamou pra tomar um café com ele e, na correria, não tive tempo. Mas você não tem noção, eu fiquei louco. Ele mandou mensagem depois do jogo que a gente perdeu, eu ainda não abri", disse.
Sobre o futuro, Gil repensou e não sabe se vai pendurar as chuteiras na próxima temporada. A reportagem questionou e o defensor deixou a esperança no ar para o torcedor santista.
UOL: Você vai ficar aqui depois?
G: "Sim, se Deus quiser".
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Quero receberGil ainda terá tempo para definir o seu futuro, mas uma coisa é certa: ele irá a campo como titular na tarde deste sábado (20), contra o Paysandu, às 16h30 (de Brasília), na Vila Belmiro, pela estreia do Campeonato Brasileiro na série B.
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