Abel explica desgaste de Raphael Veiga no Palmeiras: 'A culpa é minha'
O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, trouxe para si a responsabilidade sobre a queda de desempenho de alguns jogadores no Palmeiras, como Raphael Veiga. Segundo o português, isso se dá por uma exigência física sobre o meia, que já deveria ter descansado mais em jogos anteriores ao confronto com o Flamengo, por exemplo.
"A culpa é minha porque eu já deveria ter tirado há dois, três jogos e estou sempre colocando ele. A responsabilidade é minha. Nós sabemos que o Veiga a qualquer momento pode nos dar coisas, decide jogos, fez três assistências (contra o Liverpool-URU). Mas o problema é o treinador que insiste em colocar. Ele precisa descansar", disse o treinador.
Como analisar isso? "Há dois dias, o Veiga não iria jogar. Eu achava que ele não iria jogar, em função da análise que fizemos. Mas a vontade dele é tanta, e sabemos que é um jogador diferenciado. Uma equipe como a nossa, tenho o Veiga e estamos à procura de um bom substituto à altura. O Flamengo tem Arrascaeta e De La Cruz. E eu estou forçando o Veiga".
Cobrança sobre os jogadores x desejo do treinador. "Muitas vezes vocês reclamam da fase dos jogadores. Mas não é porque eles não querem. É porque não conseguem, porque jogam muitas vezes com a bateria em 50%. E eles têm que ir lá para dentro de qualquer jeito. E queremos que aos 70, 80 minutos eles tenham frescura mental para fazer um cruzamento. O Veiga não está na melhor forma e o responsável sou eu. Deveria ter poupado mais no Paulista, não deveria ter jogado contra o Vitória. Eu coloquei hoje para jogar. Tiro ou não tiro no intervalo? Muitas vezes a má forma dos jogadores é minha responsabilidade. Já devia ter descansado há mais tempo".
O que mais Abel Ferreira disse
Desempenho contra o Flamengo
Fizemos uma alteração. Tiramos o Lázaro e pusemos o Luan. Muitas vezes acham que a construção de jogo começa na frente. Mas ela começa primeiro atrás. Eu mudo com muita facilidade. Gosto da saída a três. A grande diferença foi jogarmos aqui em casa, com nossa torcida, com nosso ambiente. O Internacional teve muito mais posse de bola que o Flamengo aqui. Já disse: é uma vantagem muito grande jogar aqui no Allianz Parque, mesmo faltando 10, 15 mil.
Mais sobre a entrada de Luan
"Vocês sabem que o Luan fez um excelente paulistão. E como disse há pouco. Às vezes acham que colocar mais um centroavante ou um ponta a equipe fica mais consistente. Não é isso que a gente vê. Há outras maneiras de se defender. Vocês viram como o Real Madrid passou na Champions. São jogos equilibrados, contra equipes grandes. Queríamos vencer, acho que poderíamos ter vencido. Mas não posso negar que do outro lado está uma equipe super competente, com muitos recursos, que nos criou dificuldades depois das substituições. Mas acho que nossa equipe suportou bem".
Insistência em cruzamentos
"O nosso adversário fecha bem o jogo por dentro. Joga com três meias por dentro. Ainda meteu um quarto. Portanto, meteu mais um médio. Não queríamos bater no muro. Quando o adversário se fecha por dentro, temos que ir por fora. Mas eu lanço um desafio. Olha essa rodada e veja quantos gols foram de jogo interior, de cruzamentos e de jogada individual. Nós entramos conforme o adversário nos deixa".
Força defensiva do Flamengo
"O Flamengo defende muito bem. Fecha bem o corredor da bola e o corredor central. Não por acaso é uma das melhores defesas. Quando fecham o corredor central, temos que usar o corredor de fora. Acho que fizemos o mesmo. Não deixamos o adversário jogar. Fizemos mais pressão. Mas há várias formas de defender e atacar. Um dos cruzamentos deu gol (anulado)".
Muita briga e pouco futebol?
"Não é o gramado. Vocês dizem que eu reclamo de tudo. Garanto que não foi pelo gramado. vocês sabem que são jogos equilibrados. Entendo que gostam de ver jogos como já teve um Flamengo x Palmeiras na Supercopa, um 4 a 3, espetacular. Mas foi um jogo tático mal jogado. Se teve tantos gols, foi taticamente mal jogado. O Tite não gosta de jogos mal jogados taticamente. Eu também. Há poucos gols porque são equipes com muitos recursos humanos. Nós tentamos pressionar alto, coisas que não fizemos contra o Inter. Mas acabou por ser um 0 a 0. Para quem gosta de ver gols, tenho que concordar que não foi bonito. Eu vejo de outra maneira. Claro que queria gols, queria ganhar, mas não foi por aí. Deu 0 a 0. Achei que nós poderíamos ter ganho, mas não podemos negar que do outro lado está uma equipe com muita qualidade. Nosso adversário mexeu na equipe, criou problemas, mas nossa equipe deu boa resposta".
Newsletter
OLHAR OLÍMPICO
Resumo dos resultados dos atletas brasileiros de olho em Los Angeles 2028 e os bastidores do esporte. Toda segunda.
Quero receberCadê o Jhon Jhon?
"É um jogador tipo Flaco López. Eu disse que há uma diferença muito grande entre um elenco e outro. Nós temos que formar os jogadores. Formar por vezes é tirar da competição e deixá-lo se desenvolver. Mas acreditamos no Jhon Jhon. Percebemos que é um moleque jovem e não queríamos deixá-lo sair sem tentar tudo, como aconteceu com o Artur. Entendo que os nossos jovens estão um pouquinho ansiosos, porque todos querem ser o Endrick. Mas o tempo de Deus não é para todos. Temos que ajudá-los, como foi com o Flaco López. Vamos ter essa paciência porque o Palmeiras tem. No Paulistão, ele foi um dos mais utilizados. Queríamos vê-lo, ajudá-lo. Agora fomos atrás do Rômulo. É um jogador que vai ter que adaptar à camisa, intensidade do treino, ao pré-treino, pós-treino. Acreditamos nele, como fizemos com o Rios. Mas nós contamos com o Jhon Jhon, queremos. Ele está no forno".
Deixe seu comentário