Os senadores que fazem parte da CPI da Manipulação de Jogos tiveram nesta segunda-feira (22) uma reunião secreta de aproximadamente duas horas com John Textor, dono da SAF Botafogo.
O dirigente foi a Brasília para prestar depoimento e apresentar os relatórios da Good Game que ele diz embasar as acusações de manipulação nas partidas do Brasileirão.
Ao término da reunião, a CPI considerou que há indícios, mas não quis tratar o material de Textor como provas.
Chegamos a uma conclusão. Tivemos conhecimento de diversos indícios. Não queremos falar em provas. Indícios importantíssimos. Não podemos dizer que participamos de uma conversa sem conteúdo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), presidente da CPI
O que mais Kajuru disse? "Consideramos indícios. Não se tratou apenas de trazer indícios apenas envolvendo o Botafogo. Ele falou de outros jogos, mostrou outras imagens. Temos indícios para investigar independentemente e chegarmos a conclusão de quem nos interessa nas nossas reuniões".
Dizer que temos indícios não significa que não poderemos ter provas. É importante deixar isso bem claro Kajuru
A próxima reunião da comissão será na quarta-feira (24).
A avaliação de Textor
Durante as cerca de três horas que falou publicamente sobre as acusações de manipulação, Textor disse que enviaria aos senadores os relatórios da Good Game, com vídeos e nomes dos jogadores e árbitros supostamente envolvidos.
Ele explicou que a análise é feita por inteligência artificial, monitorando os padrões de ações dos jogadores envolvidos nas partidas. Um jogo que ele afirma ter havido algo de errado foi a goleada do Palmeiras por 5 a 0 sobre o São Paulo.
"Foi um dia longo para mim. Foi uma apresentação de informação, comprovação do ponto de vista computacional. Eu apresentei na sessão secreta. Não espero que todos entendam. Mas gostei muito de ter a oportunidade de ter essa discussão aberta, com questões muito boa", disse Textor, que emendou:
"Com todo o respeito, não é uma vergonha para o Brasil, porque se trata de um problema mundial. Não estou aqui para ensinar nada a vocês. Mas é o primeiro órgão governamental a enfrentar essa questão".
O que outros senadores falaram?
Textor é um mensageiro. Há indícios, há elementos técnicos, há conteúdo. Me espanta como é que a CBF, maior responsável pela integridade do futebol no Brasil, não foi a fundo. Como é que o STJD, onde militei como advogado, não foi a fundo. Porque há elementos técnicos, há conteúdo, há razões para investigar. O que o Textor nos trouxe pode não ser prova concreta, mas não tenho dúvida que é fundamental ser investigado para preservação da integridade. Para que os que pensam em manipular, desistam. Carlos Portinho (PL-RJ)
Os indícios transcenderam a questão do comportamento de jogadores e foram para o VAR, da análise de imagens, supostamente negadas. A gente precisa entender por que isso aconteceu e o que a CBF tomou de providências. Estamos aqui para proteger o futebol brasileiro. Eduardo Girão (Novo-CE)
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