A Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (Abrafut) criticou o Botafogo e John Textor pelo pedido de afastamento e retirada da escala do árbitro Raphael Claus e da árbitra de vídeo Daiane Muniz.
A solicitação foi feita formalmente à CBF nesta terça-feira (23) e pleiteia o afastamento enquanto durar a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas. Mas gerou um contra-ataque da entidade que representa os árbitros.
O que a Abrafut disse
Face à veiculação de notícias envolvendo o nome do árbitro Raphael Claus e a árbitra Daiane Muniz, ambos associados desta entidade, a ABRAFUT vem a público se manifestar com as seguintes considerações:
1. A ABRAFUT é a entidade que representa 492 (quatrocentos e noventa e dois) árbitros do quadro da CBF, sendo a única entidade reconhecida pela CBF e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD), para representação dos árbitros;
2. As graves e reiteradas ilações proferidas pelo Sr. John Charles Textor, Diretor da SAF BOTAFOGO, que vêm ocorrendo desde o ano passado, envolvendo a suposta existência de manipulação de resultados no futebol brasileiro, ainda não foram alicerçadas e corroboradas por qualquer prova, seja ela qual fosse.
Mesmo sendo o citado diretor intimado, pelo Superior Tribunal Desportivo do Futebol, a entregar qualquer tipo de documento que pudesse justificar as graves ilações e acusações proferidas;
3. O citado diretor permanece manipulando os amantes do futebol e as pessoas que trabalham nele, utilizando a imprensa para reiterar frases de efeito, colocando em xeque a todo momento a idoneidade das pessoas que trabalham de maneira honesta e honrada no futebol.
Não é demais lembrar que a equipe que dirige teve inúmeras oportunidades esportivas para alcançar seus objetivos, que contaram inclusive com falhas nos padrões normais de desempenho de atletas profissionais de sua própria equipe, situações que ocorrem no âmbito esportivo e humano, afinal, ninguém consegue ser perfeito todo o tempo. O ser humano está sujeito a falhas e equívocos involuntários e indesejáveis, e nem por isso deve ser suspeito de ato ilícito premeditado;
4. Ao citar - sem o mínimo de responsabilidade ou prova, apenas por opinião pessoal baseada em subjetividades - dois dos mais respeitados árbitros do Brasil, América do Sul e do mundo, com vastos currículos internacionais, incluindo Copas do Mundo masculina e feminina em diversas categorias, dezenas de finais, selecionados para Olimpíada de Paris (Daiane Muniz) e no projeto para a Copa do Mundo de 2026 (Raphael Claus), o citado dirigente assume uma postura totalmente contrária ao que se espera de uma pessoa com o mínimo de responsabilidade com a carreira de um profissional e a história ilibada de um ser humano.
Ambos profissionais são exemplos de dedicação à arbitragem, exemplos como seres humanos, são profissionais do mais alto nível, a capacidade e seriedade com que tratam o futebol servem de referência para varias gerações de árbitros, em vários países.
5. A ABRAFUT repudia de forma veemente as colocações do citado dirigente, repudia inclusive os pedidos de suspensão de ambos das atividades como árbitros, já que não há nada, reitera-se, nada, que desabone a conduta dos profissionais citados;
6. Em relação a escala do associado Raphael Claus no jogo Flamengo (RJ) x Botafogo (RJ), a ABRAFUT mostra que, conforme calendário das audiências públicas para designações dos árbitros da Comissão de Arbitragem da CBF, informado no site da CBF, no dia 21/04/2024 (domingo) às 16h27, a audiência para designação do citado jogo da equipe do Botafogo fora marcada para o dia 22/04/2024 (segunda-feira) às 17h.
Assim, a designação do árbitro para a partida de 28/04/2024, contestada pelo citado diretor, ocorreu antes da publicidade das ilações envolvendo ambos associados citados;
7. A ABRAFUT reitera o apoio aos dois exemplares profissionais da arbitragem citados, reitera o apoio ao Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sr Wilson Seneme, e o apoio ao presidente da CBF, Sr Ednaldo Rodrigues Gomes.
8. Espera ainda que as autoridades brasileiras cobrem do Sr. John Charles Textor a apresentação de alguma prova, das graves acusações e ilações reiteradamente proferidas, sob pena de responder por esta conduta nociva e reiterada.
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