Abel tem razão: Ida do Palmeiras a Quito é o dobro de maior viagem do City

Abel Ferreira disparou ao comparar os deslocamentos feitos para jogos na América do Sul com a Europa. Ao citar o Manchester City de Guardiola, o treinador português disse que os compromissos continentais não exigem longos períodos em trânsito. E acertou.

A maior viagem do City na temporada — desconsiderando a disputa do Mundial de Clubes — é praticamente a metade do deslocamento do Palmeiras para Quito, onde encara hoje o Independiente del Valle pela Libertadores. Levando em conta a Liga dos Campeões, o maior deslocamento do City tem menos da metade da distância de Quito.

Eu gostaria que vocês ouvissem com atenção sobre o que o Guardiola falou nas últimas coletivas sobre ter dois, três dias de descanso. E digo ao Guardiola: se ele se queixa com o campeonato que tem, se vier aqui para competir no Brasil, com a quantidade de viagens que temos que fazer... Ele não faz nenhuma viagem de seis horas para ir jogar a Liga dos Campeões. Dificilmente fará. Eu faço a pergunta: que tempo eu tenho para treinar para jogar contra o Del Valle? Abel Ferreira

Viagens muito menores

A maior viagem do elenco treinado por Guardiola na temporada foi para a disputa da Supercopa, contra o Sevilla. A partida foi realizada em Pireu, na Grécia, distante 2.600 quilômetros de Manchester. O Palmeiras teve pela frente 4.300 quilômetros até Quito.

Considerando a Liga dos Campeões, torneio citado por Abel Ferreira, o maior deslocamento do City até agora foi até Belgrado, na Sérvia, para enfrentar o Estrela Vermelha: 1.900 quilômetros. A distância é inferior ao percurso entre São Paulo e Recife ou Fortaleza.

No Campeonato Inglês, o jogo como visitante que obriga a maior viagem para o Manchester City é na casa do Brighton: 337 quilômetros. É como se a viagem para o jogo mais longe do Palmeiras no Brasileirão fosse até Curitiba.

As distâncias calculadas se referem ao trajeto 'em linha reta', desconsiderando o meio de transporte a ser utilizado.

O Brasil e a Inglaterra, onde o time de Guardiola joga a maioria de seus jogos, são dois mundos diferentes. Na Inglaterra, além da óbvia questão geográfica, as equipes estão aglutinadas em grandes centros urbanos: na Premier League, por exemplo, há 7 times na Grande Londres. Soma-se isso à imensa malha ferroviária e às conexões internas, e a vida de um treinador no futebol inglês é muito mais fácil. Abel, para ir a Fortaleza, precisa se deslocar três mil quilômetros

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Thiago Arantes, colunista do UOL

Pep Guardiola tem plena razão nas suas reclamações sobre o calendário dos jogos na Inglaterra. Na Espanha e na Alemanha, ele acredita que as Ligas ajudam mais as equipes que participam das competições europeias. Ele ficou perplexo quando jogou o clássico contra o United em março, em um domingo, três dias antes do jogo da Liga dos Campeões contra o Copenhague Richard Martin, jornalista que cobre o Manchester City

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