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Áudio que Textor usa como prova é de ex-árbitro da 4ª divisão do RJ

John Textor, dono da SAF Botafogo, durante depoimento na CPI das Apostas no Senado Imagem: Roque de Sá/Agência Senado

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/04/2024 11h57Atualizada em 24/04/2024 18h18

O áudio levado por John Textor, dono da SAF Botafogo, à CPI da Manipulação é atribuído pelo dirigente e por senadores a um ex-árbitro que atuou nas divisões de acesso do Carioca. O conteúdo aponta uma suposta corrupção em jogos do estadual.

O que aconteceu

A gravação é creditada a Glauber do Amaral Cunha, que se tornou alvo de um requerimento para depor à CPI.

Glauber atuou até 2022 e apitou jogos das Séries B2 e C, que são a quarta e quinta divisões do Carioca, respectivamente.

Ele também já apitou em outras competições de base, como o Carioca Sub-20, e também no feminino. Mas não há registros dele em competições nacionais.

O requerimento a respeito de Glauber foi feito na terça-feira (23), pelo senador Carlos Portinho (PL-RJ).

Na reunião desta quarta (24), Portinho confirmou que a gravação é atribuída a Glauber. E o requerimento foi aprovado como forma de convocação.

O áudio foi levado por Textor à CPI na segunda-feira (22), durante reunião secreta.

O pedido foi que Glauber fosse ouvido em outra reunião sigilosa. "É essencial que tomemos medidas adequadas para proteger a integridade das investigações em andamento", disse o requerimento de Portinho.

Ó áudio é do árbitro que estamos convocando. É da Série C do Rio de Janeiro. Não existe áudio de manipulação do Brasileiro, vamos deixar bem claro. Carlos Portinho, senador (PL-RJ)

Como o áudio foi parar lá?

Eu recebi uma gravação de um funcionário ligado à CBF. Foi validado e autenticado. Foi falado para mim, por autoridades de confiança, não foram jornalistas, nem agentes. Também estão na mão da polícia e estiveram nas mãos de governantes por um ano. Foi em uma divisão menor, é um jogo conhecido por nós. Tem um técnico, um time, pessoas que autenticamos. Tem a gravação de um árbitro dizendo que estava triste de ter perdido dinheiro porque o jogo que ele estava tentando manipular não tinha ido do jeito que ele estava tentando influenciar. Ele foi específico: ele deu 1 minuto no relógio e deu um pênalti que não deveria e o atacante bateu o pênalti na trave. Ele reclamou, dizendo que tudo que fez tudo que foi possível. É de um sotaque carioca. John Textor

Andamento da CPI

A CPI está no início dos trabalhos e Textor foi o primeiro a ser ouvido. Os senadores aprovaram nesta quarta requerimentos para ouvir o árbitro Raphael Claus (Fifa-SP) e a árbitra de vídeo Daiane Muniz (Fifa-SP).

Os membros da CPI consideraram que o dono da SAF Botafogo levou "indícios" e não provas a respeito da manipulação de partidas, quando apresentou relatórios da empresa Good Game.

A análise da companhia usa inteligência artificial e compara o padrão comportamental dos jogadores dentro de campo.

Um dos jogos que Textor afirma, sem ter elementos adicionais, que foram manipulados é a goleada do Palmeiras sobre o São Paulo, por 5 a 0.

Textor também questiona a atuação da arbitragem, inclusive do VAR, em partidas do Brasileirão. Mas também não apontou provas de desvios dos árbitros.

Quem mais foi convidado a depor

Thairo Arruda, CEO do Botafogo

Hélio Santos Menezes Junior, Diretor de Governança e Conformidade da CBF

Wilson Luiz Seneme, Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF

Eduardo Gussem, Oficial de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol - CBF

Felippe Marchetti, representante da empresa SportRadar AG

Tiago Horta Barbosa, Chefe de integridade para a América Latina da empresa Genius Sports

Emanuel Macedo de Medeiros, Presidente da Sport Integrity Global Alliance - SIGA Latin America

José Perdiz de Jesus, Presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva - STJD

Régis Anderson Dudena, Secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda

Ronaldo Botelho Piacente, Procurador-Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva

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