Abel revive Felipão após empate e cita 'turma do amendoim' no Palmeiras
Do UOL
29/04/2024 23h11Atualizada em 30/04/2024 09h46
O técnico Abel Ferreira repetiu o termo "turma do amendoim", cunhado por Felipão, ao falar sobre a expectativa da torcida do Palmeiras após o empate sem gols com o São Paulo, pelo Brasileirão.
O que aconteceu
Abel usou o termo duas vezes no fim da entrevista coletiva. Ele foi questionado sobre por que Rômulo não vem tendo muitas oportunidades no Palmeiras, e traçou um paralelo entre como brasileiros e portugueses.
Primeiro, o treinador disse que a "cornetada" dos torcedores faz bem. Ele disse que respeita a opinião dos torcedores, inclusive os "amendoins" e disse que algumas alfinetas extracampo são boas para "apimentar".
Depois, acrescentou que está preparando todo o elenco para atingir as expectativas da torcida, sobretudo da turma do amendoim. Abel destacou a importância de rodar o elenco para dar ritmo aos jogadores e citou que isso será necessário durante a Copa América.
Grama do vizinho: "Sou português e já sou meio brasileiro. Há uma coisa em que somos muito parecidos: nunca está certo. A música estrangeira é melhor, o carro importando, tudo que está de fora é muito melhor. No futebol é igual. Entendo os torcedores, respeito muito a opinião, tem uns mesmo que são amendoins, e às vezes faz falta".
Carrinho bom para apimentar: "Aprendi muito com Jesualdo, ele me ajudou a ver além das quatro linhas, a importância da imprensa, da mídia, e faz bem essa cornetada. Um presidente dar um carrinho, não igual o do Diego Costa no Murilo, mas um carrinho suave, como faz nossa presidente, é bom para apimentar".
Expectativa dos 'amendoins': "Fiquem calmos, tenham paciência, confirme no trabalho. Jogadores têm que estar preparados. Temos Copa América e o campeonato não vai parar .Vamos precisar deles nesse momento. Vamos tentar prepará-los todos para quando chegar essa oportunidade, eles responderem às expectativas de todos. Sobretudo dos torcedores do amendoim".
O que mais Abel disse
Oportunidades a Rômulo: "Rômulo, já disse, chegou ao Palmeiras por mérito dele, é muito bom jogador, finalizador, mas tem que subir a montanha. Na altura certa, vai jogar. Todas as minhas decisões são para o melhor para o time. Tem oportunidade de trabalhar em uma das melhores equipes brasileiras. É continuar a trabalha, como todos".
Situação de Veiga: "Ele é igual a todos nós, não é uma máquina, tem emoções, procura estar sempre na melhor forma, profissional de mão cheia, mas expectativas de vocês em cima dele são tantas, que ele tem que fazer sempre dez gols. Viram o que aconteceu esse ano com Haaland, bateu recordes ano passado, e agora querem torná-lo em um jogador que zoam. Veiga sabe o quanto acreditamos nele, que time precisa dele. Quando tiver que ficar fora, vai. Quem decide sou eu. Mas, na minha opinião, jogou muito bem hoje".
Desabafo do camisa 23: "Não tinha nada que ir às redes sociais pedir desculpas, nada, porque quando ele decide jogos também não vai dizer que foi ele que resolveu. Essa é minha opinião, mas vivemos numa democracia, todos são livres para dizer o que pensa. E, se meu jogador se sente bem ao fazer isso, terá todo meu apoio. Sempre".
Gols 'imperdíveis': "O treinador é criticado quando gira e quando não gira o elenco. O que faltou? Nos dois 'pênaltis' que tivemos, nos pés de Endrick e de Lázaro, fazer os gols. Nesses tipos de jogos, contra times que disputam o mesmo objetivo, é natural e normal que não vai haver tantas oportunidades flagrantes. Tivemos uma nos pés no Lázaro, em que nem o goleiro estva no gol, em momento de pressão forte nossa e conseguimos recuperar com Endrick. Sabemos que ninguém mais que o Lázaro queria fazer, mas há gols que não podemos perder, e esse é um deles. E mesma coisa com Endrick, que demorou muito tempo a decidir. Foi isso que faltou, adversário também teve em transição bola que Calleri jogou no poste. Eu, que tenho jogado bastante contra o São Paulo, acho que foi um jogo de equilíbrio."
Efetividade: "Quantas oportunidades flagrantes o palmeiras fez hoje? Temos que ser mais efetivos. Nas oportunidades que criamos, e na minha opinião, criamos mais que nosso adversário, o que me preocupa não é como criamos, temos que ser efetivos. Falo isso várias vezes, estou a cobrar muito".
Sequência dura: "Jogamos em casa contra Inter e perdemos, em casa empatamos com o Flamengo, ganhamos do Del Valle. Viemos aqui e empatamos, não era isso que queríamos, mas é vida que segue. Mas o que me preocupa não são gols, é o que daqui a 72h temos que competir, com obrigação de ganhar sempre".
Abraço em Belmonte: "Perdoo e não esqueço, mas não é esse o caso. Quando um homem é homem e assume sua responsabilidade, pede desculpa... aconteceu comigo várias vezes. Hoje foi uma atitude bonita, somos rivais dentro de campo, se puder vou ganhar todas do São Paulo, mas respeito muito nossos vizinhos, só há um muro que nos separa. Acho que foi uma atitude bonita por parte do Belmonte por um erro que teve em um momento quente. Acontece com todos e ninguém tem que ficar chateado quando as desculpas são sinceras, honestas, olho no olho. Quem sou eu para julgar? Disse que da minha parte está perdoado, não tem mais nada".
Confiança nos jogadores: "Confio demais nos meus jogadores, se eles confiassem tanto neles... Jogador precisa de confiança, é a base de tudo no esporte. Muitas vezes em pressão de jogo, telefonemas de empresários, às vezes eles se esquecem do que os trouxe até aqui, que é jogar bem, focar nas tarefas, ser atrevido e audaz. Estevão é um exemplo para todos, ele erra, acerta, nunca se esconde do jogo. Isso que fico triste às vezes e tenho que os desafiar, não pode se esconder do jogo nunca. Não falo sem bola, eles se entregam com corpo e alma, mas com bola para atacar bem. Precisam que não se escondem e que confiem neles".
Volta de Zé Rafael: "Quero que os jogadores se sintam bem para jogar. Zé sabe disso, precisamos que ele diga. Quando disser, estará à disposição. É um jogador que precisamos muito. Agora é esperar, lesão [lombalgia] que não tem tempo, é o nível de suporte da dor dele".