A noite do 10: Gabigol vive apoteose pessoal em um Flamengo em frangalhos
A plaquinha feita por Chapolin, torcedor já folclórico nos tempos atuais de Flamengo, dizia: "Gabigol voltou com força máxima". Não foi bem assim. E tampouco foi essa a realidade da versão do time que recebeu o camisa 10 de volta.
O que aconteceu
Gabigol voltou, sim, com ídolo da torcida do Flamengo. E foi por causa dele que o Maracanã pulsou no jogo contra o Amazonas — além, claro, na comemoração do gol de Pedro, responsável pelo magro 1 a 0 no jogo de ida da Copa do Brasil.
Só que Gabigol entrou em uma barca que está instável. Um contraste e tanto do momento em que foi suspenso por tentativa de fraude em exame antidoping, há pouco mais de um mês.
Vejam só: o último jogo do qual o camisa 10 tinha participado foi o que Tite considera como a melhor atuação do ano. Trata-se da vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, no jogo de ida da semifinal do Carioca.
Classificação e jogos
Se Gabigol perdeu rendimento físico durante o período suspenso, o Flamengo vive uma baixa coletiva e técnica. Sobretudo no setor ofensivo. Antes de ganhar do Amazonas, vinha de três jogos sem vencer.
Um não ganha, grupo ganha. Ele (Gabigol) está para dar força em relação à equipe toda Tite
Apoio incondicional
Até por isso, o Maracanã viveu com uma dose alta de ansiedade o retorno do atacante. Só ele recebeu um grito de apoio mais forte na descida do ônibus.
"Ô, o Gabigol voltoooou!", foi o canto da torcida entoado antes mesmo da entrada do time em campo. Teve euforia ainda no aquecimento do time reserva, quando Gabigol apareceu no túnel. Ele retribuiu com gestos e acenos.
Da parte pessoal, Gabigol teve amigos na arquibancada. Os pais do jogador, segundo um dos "parças", estavam em São Paulo.
Gabriel participou só do treino de terça. Foi o suficiente para ser relacionado. O departamento médico já estava acompanhando o seu desenvolvimento físico, mesmo durante a suspensão. Por isso, ele não precisou de uma bateria extensa de exames, apesar do mês de afastamento.
Na semana em que o presidente Rodolfo Landim gerou uma discussão após uma fala sobre a duração da idolatria do maior camisa 10 da história do Fla, a arquibancada respondeu o mandatário com três bandeiras: Zico, Adriano Imperador e Gabigol. As faces que formam uma espécie de "santíssima trindade" rubro-negra.
O primeiro tempo do Flamengo foi muito parado. O gol de Pedro foi exceção. Até por isso Tite reconheceu que colocou Gabigol cedo demais no jogo.
Hora da ação
Aos seis minutos do segundo tempo, ele começou o aquecimento. Aos 14, foi chamado para entrar — disparando a euforia no estádio. Aos 18, substituiu De La Cruz.
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Quero receberO contraste entre a felicidade de ver Gabi ali novamente e a raiva com o desempenho pobre do time se viu pelos cânticos: instantes antes do camisa 10 entrar, a torcida puxou "acabou o amor, isso aqui vai virar um inferno". Engatou, depois, "solta o Gabigol nessa p...".
Gabigol fez o papel de um segundo atacante. Jogou ao lado de Pedro, em uma função que, diante da ausência de Arrascaeta por lesão, pode até dar a ele mais oportunidades de entrar durante os jogos.
Tocou pouco na bola, não teve chance clara de marcar. Tite até pediu desculpas por ter dado a Gabigol tantos minutos em ação, sem que ele tivesse condição e ritmo.
Ao fim, o atacante fez parte de um constrangido bloco de jogadores que aplaudiu a torcida, recebendo de volta protestos e vaias. Nada pessoal com o camisa 10. O problema é coletivo.
E a próxima oportunidade de, de fato, "voltar com força máxima", como escreveu o Chapolin Rubro-negro, é sábado, contra o Red Bull Bragantino, fora de casa. O Flamengo, mais uma vez, não terá Arrascaeta, Cebolinha e Pulgar. Mas ao menos conta com o retorno de um ídolo capaz de impulsionar o torcedor mesmo em dias de dificuldade.
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