De bronca com VAR a Senna: Abel usa ironia, mas fecha noite 'paz e amor'
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O técnico Abel Ferreira, do Palmeiras, iniciou a entrevista coletiva pós-vitória sobre o Botafogo-SP com ironia envolvendo o uso do VAR, mas fechou a sessão se declarando ao alviverde. Ele também abordou Ayrton Senna, que morreu há 30 anos e recebeu diversas homenagens pelo país.
VAR com linhas diferentes? "O VAR devia ser para tirar dúvidas, mas eu olho e é gol. Falei com o Rodrigo Correia [assistente] e reclamei porque a linha não pode ser traçada no meio do corpo. A única coisa que tenho a dizer é que o VAR tem que tirar dúvidas, se é impedimento, é impedimento, e eu olho para a imagem e não é impedimento. Eu gostaria de olhar a imagem e tirar a dúvida, mas olho e vejo o corpo do Rony e do zagueiro. A linha passa no meio do corpo do zagueiro. Não é minha competência e não estudo para isso. Acho que há uma linha mais grossa que outra, isso é outra coisa que me assusta. Não sei é da Globo, não sei quem transmitiu. Não sei se tem câmeras em condições. Não pode ser [risos]. Isto é muito sério. Eu rio, mas é sério demais. Às vezes, parece uma brincadeira."
Pedido por fico de Estevão. "Não vendam este jogador, deixem ele conosco até 2027, acho que ele é diferente de tudo que já vi, ele defende, ataca, se mostra. [...] É o único pedido a direção: não deixem esse jogador sair. Ele pode ser uma referência para nós, todas as equipes precisam deste tipo de jogador porque ele faz coisas diferentes. Não sou eu que ensino a driblar e chutar, minha função é ensinar posicionamento, defesa... Ele tem uma família muito bem estruturada, tem um pai e uma mãe que ajudam muito. Os colegas falam muito bem dele, ele se sente bem em campo. Quando você começa a vestir essa camisa, tem que ser tratado de maneira igual, mas ele sabe que tem uma equipe que o ajuda. O próprio Luis está um pouco chateado porque eu não o coloquei. Não consigo colocar todos, mas é bom poder participar e desfrutar de um jogador como ele [Estevão]. Me dá gozo vê-lo jogar, mas se amanhã ele ficar fora não me critiquem, porque ele não pode jogar todos os jogos."
Barreira rival. "Sabíamos o que iríamos encontrar: uma equipe bem fechada e organizada, com uma linha de cinco e outra de quatro à frente. É um sistema que permite usar a largura. No 1° tempo, as melhores oportunidades foram deles e não nossas. Na 2ª parte, mudamos para ter mais presença na área com a nossa intensidade. Sabíamos que o adversário nao aguentaria, é como uma luta de boxe. Eles se defenderam, mas conseguimos criar oportunidades e fizemos dois gols."
Pontas "invertidos". "Tínhamos dois pés, um direito e um esquerdo, em cada corredor. O que tínhamos que fazer, fizemos e fizemos bem. Faltou mais vezes a presença na área. É difícil entrar em uma equipe que joga com uma linha de cinco e outra de quatro. É difícil. São jogos em que você tem que ser muito persistente, circular rápido a bola e não falhar passes. Fizemos substituições que correram bem e outras que não correram tão bem. Os jogadores têm que estar preparados, não podemos entrar e falhar uma, duas, três ou quatro passes, isso é displicência. Temos que estar vivos no jogo. De um modo geral, o 2° tempo foi muito bem e com boas oportunidades. Nosso adversário merecia ter feito um gol pelo que criou. O resultado é mais do que justo e meus jogadores estão de parabéns.
Citação a Senna. "Sinto um orgulho tremendo desta equipe. Com certeza, nunca vou me esquecer destes jogadores e destes momentos. Eles representam tudo o que acredito na vida: como dizia o Senna, de alguma maneira, se formos persistentes, a gente chega lá. O último gol é prova disso. A forma como o Rômulo ganha as divididas, encaixa a bola nas linhas... é isso que queremos, parabéns para ele. O último gol é a imagem do nosso Palmeiras."
Atuação de Endrick. "Ele fez um ótimo jogo. Ele chegou lesionado da seleção os níveis físicos dele baixaram um pouco: distância, velocidade, intensidade... falamos com ele para dar um pouquinho mais porque queremos ver ele chegar bem na Copa América e no Real Madrid. Ele fez um jogo muito bom."
Rômulo e Veiga. "O Rômulo chegou agora, é um moleque que fomos buscar e buscamos na hora certa. Eu e o Barros fizemos o que tínhamos que fazer para não deixar que alguém nos roubasse esse jogador, que era interessante. Ele tem fome, quer triunfar e tem qualidade. Fazemos alguns exercícios no treino e ele já tem o respeito dos colegas porque ele é bom. O Veiga também é bom. Vocês sabem o quanto admiro os jogadores. Pensei se tiraria ele ou não, mas quis deixá-lo jogar mais 45 minutos. Não devia ter colocado ele, mas ele está sempre disponível. Sabemos que, a qualquer momento, ele resolve um jogo. Não vou entrar nessa. Vocês sempre querem achar coisinhas. Falem do Rômulo."
Final "paz e amor". "Vocês sabem o quanto eu gosto deste clube, já dei mais do que provas disto. Gosto do clube e dos jogadores. Minha família até fica com ciúmes porque acham gosto mais dos jogadores do que deles, mas não gosto. Mas gosto dos meus jogadores. Tenho pena desta distância, tem um oceano. Se não fosse isso, eu poderia passar muitos anos aqui. Mas não penso muito nisso. Digo aos jogadores: vamos viver o momento. Já sentimos as emoções de ganhar e perder. É desfrutar da forma de jogar, dos moleques, dos experientes... é uma forma resiliente, de nunca desistir."