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Ataque do Flamengo 'pifa', atrai vaias e baixa número exaltado por Tite

Bruno Henrique, do Flamengo, disputa a bola com Gustavo Gómez, do Palmeiras, em jogo do Campeonato Brasileiro Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Do UOL, no Rio de Janeiro

03/05/2024 04h00

As vaias da torcida do Flamengo pela dificuldade ofensiva do time ganham força com os números atuais do time de Tite. A criação e a conclusão de jogadas, já tão elogiadas pelo treinador no começo do ano, viraram dificuldades explícitas no recorte mais recente de jogos. Aí, a pressão subiu.

O que aconteceu

Nas últimas quatro partidas, o Flamengo fez dois gols. Uma média de 0,5 gol/jogo. Há um problema de engrenagem no sistema que não se limita aos atacantes.

Só um dos dois gols foi marcado por um atacante: Pedro balançou a rede contra o Amazonas. A outra bola no gol foi do lateral-esquerdo Viña.

Se o Flamengo riscasse da lista os quatro últimos jogos, a média de gols por partida com o time titular em 2024 ficaria em 2,06. Dessa conta saem dois jogos com a turma do sub-20 pelo Carioca.

Esse ataque que "pifou" coincide com a lesão de Everton Cebolinha e a rotação no time. Arrascaeta jogou parcialmente em um dos últimos quatro jogos e ainda se machucou no segundo tempo dele (o clássico diante do Botafogo).

Pedro foi afetado pela queda de rendimento, apesar do gol solitário contra o Amazonas. Na questão física, ele ficou fora contra o Bolívar, na altitude, e entrou só no segundo tempo contra o Palmeiras, quando o time cresceu de produção, mas não marcou.

Ainda assim, ele soma 15 gols em 2024. Ou seja, 40% dos gols que o time titular fez na temporada.

Pedro consegue se desvencilhar individualmente das vaias, que são mais coletivas. Só que a toricida já pegou no pé mais diretamente de Luiz Araújo pelas decisões erradas contra o Botafogo, por exemplo. O lateral Wesley foi vaiado também.

Tite, alvo de xingamento no jogo passado, terá mais uma vez um time sem Cebolinha e Arrascaeta para enfrentar o Red Bull Bragantino, neste sábado, fora de casa.

Contraste pré-Brasileirão

Se o recorte de jogos recentes tirar tudo o que aconteceu antes do segundo jogo da final do Carioca, contra o Nova Iguaçu, o Flamengo fez oito jogos e anotou um gol por jogo. O contraste: nas 14 partidas anteriores do time titular, a média de gols ficou em 2,07.

Já era possível esperar que as partidas ficassem mais competitivas quando os torneios nacionais começassem. Mas a dificuldade do Fla hoje inclui, mas não se restringe à força dos adversários. Contra o Botafogo, por exemplo, o time não acertou nem sequer um chute na direção do gol.

Desempenho do Flamengo em gols

Jogos: 21
Total do time titular em 2024: 37 gols
Média geral dos titulares: 1,76 gol/jogo
Média dos últimos quatro jogos: 0,5 gol/jogo
Média sem os últimos quatro jogos: 2,06 gols/jogo
Média após o fim do Carioca: 1 gol/jogo
Média da final do Carioca para trás: 2,07 gols/jogo

Choque de realidade

Tite não esconde a tristeza a decepção com o desempenho ofensivo atual. O técnico tenta absorver as críticas e fala sobre a necessidade de trabalhar os fundamentos, até simplificando algumas ações para ser mais objetivo lá na frente.

E olha que o técnico tinha valorizado o saldo de gols do Flamengo ao longo do Carioca para exemplificar como o time estava equilibrado.

O raciocínio é que se uma equipe sofre poucos gols (ou não sofre) e está eficaz no ataque, o saldo de gols é o primeiro a "denunciar" isso. No Brasileirão, após quatro rodadas, o saldo de gols do Flamengo é zero.

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