Jogadores têm casas submersas e perdem tudo em enchentes no RS
Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre
07/05/2024 13h31
Lucas Oliveira, de 20 anos, jogador do Novo Hamburgo, e Itaqui, de 33 anos, atleta do Monsoon, tiveram suas casas submersas e perderam tudo nas enchentes no RS.
O que aconteceu
Lucas mora em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, acompanhado da mãe. Sua casa fica ao lado de um campo que normalmente encharca com chuvas mais fortes, mas jamais havia inundado a casa.
Na quinta-feira da semana passada, o jogador percebeu o avanço das águas de forma rápida e impressionante, foi quando começou a elevar seus pertences na residência, como eletrônicos e colchões, para tentar evitar que fossem atingidos.
Em seguida, Lucas e a mãe deixaram a casa, ainda antes dela ser tomada pela água. O volume foi tamanho que chegou ao teto, atingindo tudo que havia na casa.
O jogador está em segurança em outro ponto da cidade, na casa da avó. O temor agora é com saques que estão ocorrendo na região. Lucas esteve na casa na segunda-feira e irá novamente nesta terça para tentar recuperar alguma coisa. A água, segundo o atleta, está baixando e já permite acesso à casa.
Quando teve outras enchentes, o máximo que chegou foi até o portão, nunca entrou em casa. Dessa vez foi horrível. Vimos que entrava muita água na quinta-feira, tiramos o que foi possível, de roupa, o resto todo ficou lá e se perdeu, pegou água em tudo. Mas isso se recupera, o que não se recupera é a vida. Graças a Deus estamos bem
Lucas Oliveira, jogador do Novo Hamburgo
Água chegou ao teto
Itaqui, de 33 anos, mora no bairro Mathias Velho, em Canoas e foi informado do pedido de evacuação da prefeitura na última semana. Então retirou a esposa e o filho de sete anos para a cidade de Gravataí, onde estão agora, na casa dos pais dele.
Durante a madrugada, o atleta tirou o carro deles com pertences do filho do local e também elevou pertences imaginando que a enchente não chegaria ao topo da casa. Entre as setas, na foto acima.
"Mas foi uma enxurrada, muito rápido. Em questão de horas, minutos... O pátio estava seco, depois água pelo joelho, e depois vimos fotos de drones da casa, com água passando do teto", contou.
Em segurança, eles agora se preparam para rever a casa, mas sem esperança de encontrar algo que possa ser aproveitado. O momento é de unir forças para recomeçar.
É um recomeço, é reconstruir, são as palavras para este momento. Não temos qualquer previsão para voltar lá. Trabalhamos com a hipótese, quase certeza de que tudo foi perdido, está submerso há três dias. Mas precisamos preservar o que tem valor, que é a nossa integridade. Vamos cuidar do nosso psicológico para voltar lá com forças para recomeçar. Não tem outra alternativa, precisamos ser fortes, encarar de frente, isso afetou todo mundo, vamos nos ajudar e conseguir dar a volta por cima o quanto antes
Itaqui, jogador do Monsoon