Corinthians: António se irrita sobre Z4 e diz que futebol não é Playstation
O técnico António Oliveira se irritou durante a entrevista após a derrota do Corinthians por 2 a 0 para o Flamengo neste sábado (11), no Maracanã, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro.
O que aconteceu
António Oliveira não gostou da pergunta sobre rebaixamento. Ele entende que é muito cedo para esse tipo de questionamento.
Na sequência, o português deu novo recado e afirmou que o futebol não é "Playstation" ou "Football Manager". Se fosse, todos seriam treinadores.
O treinador também negou que a opção por três zagueiros tenha sido decisiva para a derrota. O Corinthians foi dominado pelo Flamengo.
Você fala de rebaixamento na sexta rodada? Sabemos da nossa realidade e vamos trabalhar mais para conquistar mais pontos António Oliveira
Tem a ver com eficácia. Temos que trazer números. Expectativa de gol quase dois, no último jogo dois e pouco. É eficácia. Se não faz gol em frente ao gol é eficácia, não criação. Contra o Nacional não tivemos expectativa alta e fizemos dois gols. Não é Playstation ou Football Manager, se não todos seriam treinadores. Entendo as perguntas e eficácia é o que mais resume a situação. Contra esse tipo de equipe quem não mata acaba por morrer António Oliveira
Leia a entrevista coletiva na íntegra
Derrota e esquema com três zagueiros
"Foi um jogo em que a primeira parte teve domínio territorial do adversário, com algumas oportunidades criadas. Nos faltou alguma profundidade para criar dentro do plano estratégico algum efeito no último reduto do adversário. Segunda parte mais equilibrada, quando o adversário já ganhava o jogo. Domínio do Corinthians e oportunidades. Sobre o ponto de vista estrutural, nada a ver com o resultado final. Expectativa de gol do Corinthians superior ao Flamengo. Não foi por ter linha de quatro que criamos mais situações depois. Equipe equilibrada, com oportunidades no jogo. Nos primeiros minutos entrou bem, pressionando adversário e criando desconforto para tirar a confiança. Sofremos gol, tivemos 10 minutos abaixo por causa da ansiedade em quebrar a linha. Tivemos alguma dificuldade com Wesley para a bola não entrar no Gerson, numa dessas situações sai o gol. Eficácia dita o resultado final. Outro aspecto final tem a ver com gol perdido. A equipe tem sofrido ao longo da temporada. Ausência de alguns jogadores também. Quem me conhece sabe como abordo o jogo. Não tendo Raniele, se perde muito e quem não tem cão caça com gato. Mas já ganhei com três de linha de três. Não tem a ver com estruturas, mas com atitudes, comportamentos cumpridos ou não, taxa de gol, entregar a bola. São conjunto de situações e parece que adversário está sempre em cima no jogo. Antes do segundo gol do Flamengo tivemos ocasião claríssima com o Cacá. Tivemos com o Paulinho na primeira parte também. Não foi situação estrutural, foi um momento que o adversário nos feriu por 15 minutos com o Carlos [Miguel] bem. É a função dele. As vitórias são dos jogadores e responsabilidade sempre minha quando não ganhamos".
Fator extracampo
"Passou ao lado [salários atrasados]. Direito do trabalhador é receber, mas não foi questionado e falado entre nós. Nosso foco é com o clube e nossas competições. Temos tido gente séria e que cumpre tudo que fala conosco. Nos compete jogar, dar nosso melhor e lutar para ganhar. Sobre o mercado e peças, temos gente competente no clube, falamos, debatemos, refletimos. Sabemos o que necessitamos. Até lá trabalharemos com o que temos e é para isso que me pagam. Para encontrar soluções".
Por que a oscilação?
"Nesses grandes jogos, de dois colossos do futebol mundial, quem não mata morre. No segundo tempo o Flamengo finalizou uma vez ao gol. Temos enfrentado equipes fortes, boas. Não jogamos sozinhos. O que destoa desses jogos é o Juventude e eu assumi diversas vezes. A nossa responsabilidade é a atitude competitiva que não tivemos nesse jogo. Hoje deram tudo. São 15 minutos de frustração, chorar lá dentro, agora é converter toda essa frustração em energia porque terça temos jogo importante, uma final e temos que estar preparados. Jogamos contra o Fortaleza e o resultado não traduz o que foi o jogo. Contra o Bragantino a mesma coisa. Jogamos contra Atlético-MG penso o mesmo. Jogamos contra boas equipes dentro de um processo que construímos quase do zero. Não vou falar de jogadores novos que nunca jogaram juntos. Não vou arranjar desculpas. Vou pensar nos melhores para defender uma grande instituição. Gostaríamos de outro resultado, mas agradeço ao torcedor que compareceu. Em qualquer contexto e em qualquer campo nunca estaremos sozinhos. E pedimos desculpas por não darmos o que queriam".
Problemas ofensivos
"Você fala de rebaixamento na sexta rodada? Sabemos da nossa realidade e vamos trabalhar mais para conquistar mais pontos".
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"Tem a ver com eficácia. Temos que trazer números. Expectativa de gol quase dois, no último jogo dois e pouco. É eficácia. Se não faz gol em frente ao gol é eficácia, não criação. Contra o Nacional não tivemos expectativa alta e fizemos dois gols. Não é Playstation ou Football Manager, se não todos seriam treinadores. Entendo as perguntas e eficácia é o que mais resume a situação. Contra esse tipo de equipe quem não mata acaba por morrer".
Problemas no Rio Grande do Sul e paralisação
"Não vou tecer qualquer comentário sobre a paralisação. CBF e clubes chegarão a um entendimento com pessoas competentes. As vítimas, as pessoas sofrem. Já falei no último jogo sobre a minha solidariedade a todos que perderam a vida, aos familiares aos que perderam os mais queridos, e os que perderam seus bens, suas casas. Nossas orações, preces, estão com eles. Nossos corações e pensamentos. Espero que se recomponham, será desafiador. Costumo dizer aos meus e nossas equipes que os campeões caem, mas levantam com força redobrada. O mundo inteiro torce por eles. Um abraço fraterno a todos que vivem essa situação".
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