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O que a convocação para Copa América mostra sobre como a seleção vai jogar

Do UOL, em São Paulo, Rio de Janeiro e Santos

11/05/2024 04h00

Dorival colocou os nomes à mesa. Com dois jogos no passado, mais dois amistosos adiante e a uma Copa América para vencer, o técnico trouxe os 23 jogadores que entende serem os melhores do momento. E mais: os que vão executar a ideia de jogo que ele pretende.

O que Dorival quer?

O treinador resumiu em uma das respostas o comportamento desejado para a seleção: "Compacta, forte, combativa, agressiva".

O que isso significa

Jogadores móveis, versáteis e que tragam uma dinâmica de jogo. O Brasil, por exemplo, não tem um volante que jogue de forma fixa à frente da área. E, na outra ponta, também não tem um centroavante com característica mais estática na área.

Como fica a defesa

Dorival é adepto da linha de quatro. Gosta de um sistema bem definido.

Para a zaga, ele recorreu a nomes consolidados na era Tite, como Marquinhos e Eder Militão. Gabriel Magalhães tem ganhado status de incontestável pela atuação no Arsenal. E Beraldo é a parcela de renovação.

Dois zagueiros canhotos e dois destros. A tendência é que Marquinhos e Gabriel Magalhães comecem como titulares. Embora Militão tenha mais experiência na seleção.

Nas laterais, Danilo dá uma dose de experiência. E vai nessa posição, mesmo já tendo virado zagueiro na Juventus. Por característica individual, um lateral mais posicional, construtor. Yan Couto, por sua vez, tem uma veia mais ofensiva e o Girona tem usado bem isso.

Na esquerda, Arana voltou a ser chamado. É mais apoiador. Wendell consegue, por outro lado, dar mais equilíbrio defensivo ao setor. Pelos amistosos passados, o jogador do Porto deve começar como titular.

Como fica o meio

Sem Casemiro, nada de um cinco fixo à frente da defesa. Bruno Guimarães e João Gomes largam em vantagem. Paquetá é o terceiro homem do setor entre os titulares.

A aposta é um time dinâmico e flexível, até pela capacidade física de João Gomes e o que Bruno Guimarães consegue imprimir com a bola no pé. Paquetá também tem facilidade de jogar tanto mais recuado quanto mais avançado — o time varia de um 4-2-3-1 para um 4-1-4-1 (também pelo movimento dos pontas).

Como alternativa, Dorival só levou mais dois meio-campistas de ofício: Douglas Luiz, que pode ser primeiro e segundo volante, e Andreas Pereira, outro que flutua bem entre segundo e terceiro homem de meio.

Um desenho mais ousado pode transformar Rodrygo em meia, repetindo o que Fernando Diniz fizera nos seis jogos do ano passado e um pouco do que era o Brasil com Tite (e Neymar).

Como fica o ataque

Vini Jr é o principal nome da seleção. Tem seu lugar cativo na esquerda, com liberdade na frente, sem necessariamente se esforçar tanto para voltar pra marcar.

Nos amistosos, Dorival ainda escalou Rodrygo e Raphinha como titulares. O jogador do Barcelona geralmente atua aberto pela direita, mas o Barcelona de Xavi o fez transitar por outros setores do campo.

Só que Endrick está pedindo passagem. Tanto que fez gol contra Inglaterra e Espanha. A fase é ótima.

O fator Endrick, inclusive, mexe com o posicionamento de Rodrygo.

Dorival pode tentar transformar o ex-santista em articulador, atrás da dupla de atacantes, ou usá-lo na direita.

Independentemente do desenho, nada de centroavante clássico. O mais perto disso entre os convocados é Evanílson, que está longe de ser aquele "poste" no ataque. Mas tem mostrado faro de gol no Porto.

Outras alternativas para o setor são Gabriel Martinelli e Savinho, dois rápidos e habilidosos pontas.

Não podemos voltar atrás, independentemente dos nomes em campo. Temos que honrar o nome da seleção em cada partida que estejamos. O futebol brasileiro tem muito a nos mostrar. E espero que a seleção apresente a verdadeira cara de todos nós. Dorival Júnior

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