Diretora do Grêmio chora ao falar do RS e diz: 'Nosso lema é salvar vidas'
A diretora de futebol feminino do Grêmio, Marianita Nascimento, se emocionou, no Joga Junto, ao falar sobre a situação do Rio Grande do Sul e afirmou que a preocupação agora não é com o futebol, e sim em salvar vidas.
A nossa posição maior, agora, neste momento, não é em função ao futebol, o nosso lema é salvar vidas. É ser esperança para essas pessoas, é poder se colocar no lugar dessas pessoas e a gente poder fazer, mesmo distante, ou mesmo presente, a gente poder ajudar Ajudar até rezando, ajudar tendo uma palavra amiga, ajudar em um abraço, ajudar naquilo que a gente possa levar como esperança pro estado do Rio Grande do Sul
Marianita agradeceu toda a ajuda que tem chegado ao Rio Grande do Sul, afirmou que isso mostra a humanidade das pessoas e frisou que irão superar as dificuldades juntos.
É um momento de dificuldade, mas a gente tem força, porque somos gaúchos, porque somos irmãos, e a gente acredita que a gente vai superar tudo isso. Eu já agradeço antecipadamente a todo esforço do Brasil, de tudo que está chegando para nós, dessa mobilização que nos faz sentir um alentos, que nos faz sentir abraçados e eu acho que isso é importante. E a gente vai superar, porque tudo passa. Então momentos mais difíceis, agora, virão outros mais difíceis quando essa água abaixar, mas unidos onde a gente se importa por vidas, eu acho que a humanidade está mostrando, os brasileiros estão mostrando, o mundo está mostrando que a gente pode se tornar melhor
Situação das jogadoras
A diretora contou que as atletas moram em Canoas, uma das cidades mais afetadas pelas enchentes, pois o Centro de Treinamento do time feminino fica localizado lá, e não em Porto Alegre. Elas estão abrigadas na Ulbra (Universidade Luterana Brasileira), que não foi atingida pela água.
O nosso CT não fica em Porto Alegre, eu moro em Porto Alegre, ele fica em Canoas. E quem mora em Canoas, que na realidade são todas as atletas e mais o pessoal que está sendo incansável, primeiro o apoio do Grêmio, depois os profissionais que estão lá em atuação direta, a coordenadora Patrícia Gusmão, a diretora Karina Balestra, e a treinadora Thaissan Passos. (...) A gente tem que agradecer, porque o alojamento da UBRA não foi alagado, elas estão em uma área que graças a Deus está seca, não está trazendo esses problemas maiores que todo o Rio Grande do Sul está tendo. Também estamos dando todo o apoio que precisa, chega tudo que elas precisam lá
Ela também explicou que para chegar onde as jogadoras estão tem sido muito difícil, e que por isso quem está em Porto Alegre tem prestado mais ajuda nas regiões próximas.
Para vocês terem uma ideia, eu ia todos os dias para a Ulbra, e na realidade, antes dessa catástrofe toda, a gente levava uma média de Porto Alegre para Canoas de 30 a 45 minutos no máximo, hoje para chegar lá você leva seis horas para ir e seis horas para voltar. Então é bem complicado o acesso, chuva o tempo todo e tem várias vias que não permitem que a gente saia. Então, a gente que está em Porto Alegre, apoia quem precisa aqui na volta, porque é em todos os lugares.
Apesar disso, o time tem se empenhado nas campanhas para arrecadar dinheiro e poderem ajudar as famílias da região.
E por também alternativa delas e de todo o nosso grupo no Grêmio, existe um trabalho, que é maravilhoso, através de PIX que elas estão recebendo, está sendo distribuído materiais de higiene, água, cobertor. É uma força tarefa incrível, é comida, elas estão sendo maravilhosas. Eu tenho muito orgulho de todo o trabalho que está sendo desenvolvido lá.
Treinos e saúde mental
Marianita disse que as atletas tem treinado, mas em um nível muito abaixo do que o profissional exige. Além disso, o Grêmio tem profissionais lá para cuidar do emocional das jogadoras.
Não tem como treinar no nível que a gente gostaria, normalmente elas tem alguma atividade recreativa na parte da manhã, quando existe essa possibilidade com os profissionais que estão lá. Mas nada parecido com o trabalho profissional que a gente vinha fazendo, isso tem que ficar muito claro para todos, até para elas espairecerem um pouco e após o trabalho elas almoçam, não está faltando água e nem comida.
E isso já foi até perguntado, como é que emocionalmente estas meninas estão, mas também o Grêmio está dando o apoio necessário, tem profissionais lá, para também dar esta estrutura que a gente sabe que emocionalmente, agente estando perto ou estando longe, não tem como não impactar ou ser indiferente
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