O que os clubes pensam sobre parar o Brasileirão diante do caos no RS
A CBF convocou uma reunião com os clubes da Série A para avaliar a paralisação do Brasileirão. Mas o encontro só será em 27 de maio. De qualquer forma, é possível constatar uma divisão entre os clubes a respeito da ideia de parar o campeonato por causa da calamidade que afeta os clubes gaúchos — Internacional, Grêmio e Juventude.
O que aconteceu
Alguns clubes aproveitaram a rodada do fim de semana para reforçar ou revelar a posição atual sobre o desejo do trio de gaúchos de paralisação do Brasileirão.
O Flamengo sublinhou que faz parte do grupo que não quer a interrupção do Brasileirão. Essa posição é compartilhada, por exemplo, com o Palmeiras.
Já o Athletico é um dos que mudaram de ideia e agora defende o pleito dos gaúchos de paralisar o Brasileirão.
O Atlético-MG nem jogou, mas fez um treino aberto para reverter arrecadação para o Rio Grande do Sul. E aproveitou para dizer que está do lado da proposta dos gaúchos.
Os clubes da Liga Forte União têm conversado nos bastidores para a construção de uma posição conjunta. Uma reunião entre eles estava prevista para esta segunda-feira, mas ficou pendente de confirmação após a CBF marcar o conselho técnico da Série A.
Isso envolve Fluminense, Cruzeiro, Vasco, Atlético-GO, Botafogo, Fortaleza, Cuiabá e Criciúma, entre os que estão na Série A.
Mas o Atlético-GO individualmente já disse que o futebol não deve parar. O Criciúma e o Cuiabá defendem a pausa. E outros aguardam deliberações em conjunto.
Já no bloco da Libra, há quem também prefira esperar o dia 27 para se posicionar: é o caso do São Paulo, embora o tricolor tenha emitido nota com Flamengo e Palmeiras colocando instalações à disposição dos gaúchos.
Entre os clubes, uma preocupação de emitir nota conjunta (LFU ou Libra) é que a discussão envolve mais as peculiaridades de cada divisão do Brasileirão do que as particularidades dos blocos formados para negociar direitos de transmissão. Ou seja, o problema se mede mais de acordo com a Série (A, B, C ou D) e não com afinidades no modelo de divisão de receitas de TV, por exemplo.
Quem falou no fim de semana?
Nossa posição é de apoio total e restrito aos clubes gaúchos. A decisão que for melhor para esses clubes, em meio à tragédia, é o que vamos seguir. André Mazzuco, diretor de futebol do Athletico
Será que todas aquelas pessoas que dependem do futebol seriam capazes de suportar um período de não futebol? Será que todos os trabalhadores que dependem do que está em torno do futebol seriam capazes de suportar o momento? Tivemos um exemplo recente e sabemos quanto os clubes sofrerem quando pararam. Será que a melhor forma será com a paralisação do futebol? O Palmeiras deu exemplo na pandemia e estamos sempre preocupados com o que representa o futebol para todos. Essa tragédia poderá ser superada só com muito trabalho e dedicação. Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras
Os clubes e pessoas de lá não tem a menor condição de estar envolvidos, hoje, no futebol. Eles estão emocionalmente abalados. Eles não têm condições de treinar, têm familiares e amigos que estão passando dificuldades, podem ter perdido alguém da família, casa destruída. Para dar isonomia a esses clubes, no meu entendimento, é que deveria parar o Campeonato Brasileiro. Sérgio Coelho, presidente do Atlético-MG
O clube já se posicionou em relação aos coirmãos Inter, Grêmio e Juventude. Temos nos solidarizado e nos colocamos o centro de treinamento à disposição para que quando, e se julgarem necessário, usarem a nossa instalação, entre outras ações. A gente entende que, continuando a trabalhar, exercendo as atividades, podemos ajudar mais ainda do que ficando parado. Bruno Spindel, diretor de futebol do Flamengo