Rodada tem Palmeiras terrível em 'casa', alívio de Tite e debate por pausa
No Brasileirão ainda marcado por adiamentos em razão da calamidade no Rio Grande do Sul e em uma rodada ainda afetada pela Copa Verde, o Verdão esteve com problemas jogando "em casa". Ou melhor, no que a diretoria propôs que seja a casa provisória do Palmeiras quando o Allianz Parque receber shows.
Quem se sentiu muito bem foi o visitante e líder Athletico, mais uma vez na ponta da tabela, com o Bahia (City) colado. A diferença a favor do time paranaense é no saldo de gols.
O que mais teve?
O alívio de Tite e do Flamengo, depois de protestos e muita pressão por conta dos resultados ruins recentemente
Bento mostrando por que é o terceiro goleiro da seleção — o melhor do Brasil, segundo Dorival Júnior.
Corinthians problemático até mesmo no gol, que tinha sido boa notícia na semana passada.
O renascimento do Vasco em São Januário, saindo da zona de rebaixamento.
Marinho, do Fortaleza, chorando no banco de reservas.
A discussão e as incertezes sobre a paralisação ou não do Brasileirão por causa da calamidade no Rio Grande do Sul.
Sem o Allianz eu não consigo!
O Palmeiras perdeu de novo jogando em Barueri. Ficou fora do Allianz por uma questão comercial, que envolve diretoria e WTorre. E paga o preço técnico. Levou 2 a 0 e poderia ter sido mais. Detalhe é que Raphael Veiga ainda perdeu pênalti.
Abel Ferreira foi enfático mais uma vez depois da partida. Ele tem um problema declarado com o fato de abrir mão da casa palmeirense para usar outro lugar sem a identificação com esse time.
Me deixa muito triste não jogar em nossa casa. Não é justo. O Allianz é para jogar futebol, e o Palmeiras não conseguir jogar em seu estádio. O problema é, como que nós que lutamos por títulos, não podemos jogar na nossa casa. Como que é possível não jogarmos no Allianz Parque? Se não jogamos no Allianz, não nos cobrem para sermos campeões Abel Ferreira
Neste Brasileirão, o Palmeiras já tinha perdido como mandante em Barueri para o Internacional. Com esse cenário, está cinco pontos atrás do líder Athletico.
Bento é o melhor goleiro do Brasil?
A convocação para a Copa América é um referendo para o momento de Bento. O goleiro do Athletico foi o único da posição, entre os que atuam no futebol brasileiro, convocado à seleção por Dorival Júnior.
Contra o Palmeiras, Bento até fez pênalti em Endrick, mas defendeu a cobrança de Raphael Veiga. Sem contar outras exibições de segurança neste e em jogos anteriores.
Na seleção, a concorrência já sob a gestão Dorival teve Léo Jardim, do Vasco, e Rafael, do São Paulo. Mas Bento, titular nos amistosos passados, não tem dado margem para dúvidas.
Olho no Bahia City
Esse Bahia de Rogério Ceni tem um tempero diferente. Agora turbinado de vez pelo DNA do Grupo City, o tricolor está fazendo um ótimo começo de Brasileirão — o melhor dele na era dos pontos corridos.
Por enquanto, segue colado no líder com os mesmos 13 pontos e mais uma vez fez um jogo interessante na Arena Fonte Nova.
O "azeite de dendê" desse Bahia vem do meio-campo talentoso — Everton Ribeiro e Cauly, especialmente —, que alimenta um Thaciano em boa fase no ataque. A jogada do gol sobre o Red Bull Bragantino é exemplo disso.
Alívio para Tite e o Flamengo
Depois de tropeços no Brasileirão e na Libertadores, onde a situação está tensa ainda na fase de grupos, Tite e o Flamengo encontraram o alívio ao vencerem o Corinthians no Maracanã.
No vocabulário do treinador está constantemente o termo "retomar". E fazer 2 a 0 no ainda problemático time de António Oliveira foi um bom sinal.
Tite reforçou um desenho tático diferente, com Gerson aberto, fazendo papel de flutuador no meio. O cardápio do dia ainda teve mais um gol de Pedro - que saiu machucado e virou preocupação - e o gol do garoto Lorran, a quem Tite não se cansa de elogiar.
A vitória ameniza a tensão, mas não significa calmaria total no Fla, já que na quarta-feira a resposta na Libertadores precisa ser dada. Pelo menos o time voltou a ficar mais próximo dos líderes.
'Não é Playstation'
Se na semana passada Carlos Miguel foi uma das ótimas notícias do Corinthians, pegando tudo contra o Fortaleza, a derrota diante do Flamengo teve uma falha do goleiro do Timão.
O chute de Pedro era defensável, sim. O goleiro caiu de um jeito estranho, a bola passou entre o braço e o corpo dele. Falhou no fundamento.
Se o jogo do Corinthians bugou, o técnico fez questão de ressaltar a complexidade que é gerir um time diante de adversários diferentes e em dias nos quais as situações e o desempenho individual não se repetem.
Não há jogos iguais, portanto, isto não é Playstation, nem é Football Manager, porque senão qualquer um era treinador. António Oliveira, técnico do Corinthians
Ressurgimento na Colina
A memória mais recente da torcida em São Januário tinha sido Bolasie dando voltinha na bola, demissão de treinador e uma goleada histórica do Criciúma por 4 a 0.
Mas o Vasco ressurgiu. Ainda com interino, conseguiu bater o Vitória por 2 a 1. Não passou completamente sem sustos, mas deu um chega para lá na série de quatro derrotas seguidas no Brasileirão. De quebra, saiu da zona de rebaixamento.
São Januário teve público relativamente baixo - 10.748 pagantes. Mostra que a torcida precisa mesmo recuperar a confiança no time. Quem apareceu na arquibancada avisou: "Sábado é guerra". Sábado é dia de clássico contra o Flamengo.
O choro de Marinho no banco
O irreverente dono do minimíssil aleatório e figura que virou folclórica no futebol brasileiro também tem sentimentos.
A cena pós-empate entre Fortaleza e Botafogo talvez tenha sido mais interessante do que o jogo: Marinho estava sentado no banco de reservas chorando.
Ele foi titular, participou de algumas situações de perigo no primeiro tempo, mas foi substituído na etapa final e enfrenta cobranças da torcida.
Marinho, ele fez uma partida correta, ele sabe que pode render mais, por isso essa cobrança dele com ele mesmo. Ele sabe da capacidade que tem. É um jogador que tem um compromisso importante, eu acredito nele. Ele estava chateado, como estavam todos os atletas chateados. É importante isso de olhar para si mesmo, para melhorar. Juan Pablo Vojvoda, técnico do Fortaleza
Vai parar ou não?
A rodada começou com a CBF mandando ofício aos clubes pedindo posicionamento: querem parar o Brasileirão ou não por causa da situação de calamidade no Rio Grande do Sul?
A entidade deixou a responsabilidade com os dirigentes e alguns reforçaram durante a rodada o que pensam a respeito. A CBF já mostrou que não vai parar o campeonato de imediato, tanto que convocou só para dia 27 de maio uma reunião a respeito disso e outros itens que moldam o futuro do Brasileirão.
Nossa posição é de apoio total e restrito aos clubes gaúchos. A decisão que for melhor para esses clubes, em meio à tragédia, é o que vamos seguir. André Mazzuco, diretor de futebol do Athletico
A gente entende que, continuando a trabalhar, exercendo as atividades, podemos ajudar mais ainda do que ficando parado. Bruno Spindel, diretor de futebol do Flamengo
Será que a melhor forma será com a paralisação do futebol? O Palmeiras deu exemplo na pandemia e estamos sempre preocupados com o que representa o futebol para todos. Essa tragédia poderá ser superada só com muito trabalho e dedicação. Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras
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