Ele explodiu para o futebol brasileiro ao integrar o "Quarteto Santástico" — quando jogou com Neymar, Ganso e cia —, tem no currículo títulos importantes e passagens por grandes clubes. Aos 33 anos, Andre está prestes a estrear pelo America-RJ, onde será parceiro de Romário, evita falar sobre aposentadoria e ainda tem objetivos na carreira, mesmo que mais modestos que outrora.
O primeiro deles é conseguir ser campeão da segunda divisão e levar o America de volta à elite do Carioca. A competição começa neste sábado (18), contra o Petrópolis, no Giulite Coutinho.
A minha meta é ser campeão e subir. É o meu primeiro foco. Sobre aposentar ou não, acho que temos de decidir um pouco mais para frente. O pensamento principal é o acesso do America
Campeão da Copa do Brasil por Santos e Atlético-MG, e com passagens por Corinthians, Vasco, Grêmio e Sport, Andre conversou com o UOL sobre o novo desafio. Ele falou ainda sobre o apelido "Balada", possível retorno de Neymar ao futebol brasileiro e até mesmo a oportunidade de enfrentar a Cabofriense, clube de sua cidade-natal e onde deu os primeiros passos no futebol.
Confira o que Andre disse
Convite para o America-RJ. "O convite partiu do Romário [presidente do clube]. Estou diariamente na casa dele por causa do filho dele, o Romarinho, e ele acabou me convidando para participar do projeto. Óbvio que aceitei! Está sendo uma honra".
Nota da redação: Poucos dias após a entrevista, Romário divulgou que está inscrito e pode atuar em parte de alguns jogos.
Sua família é de Cabo Frio [Região dos Lagos do estado do Rio]. Essa proximidade pesou? "Eu moro aqui no Rio e meus pais em Cabo Frio. Claro que estar no America e morando aqui ajudou muito".
Você é centroavante e foi contratado pelo clube que tem o Romário como presidente. Aumenta a pressão? "Além disso, ele é meu maior ídolo. Então, a responsabilidade vai ser grande (risos). Tenho de me dedicar para, pelo menos, dar orgulho a ele. E vou pedir dicas também, tá?"
No dia 25 o America vai enfrentar a Cabofriense no Alcir Correa. "Acho que vai ser meu primeiro jogo como profissional lá, e meu primeiro jogo contra o Cabofriense. Tem tudo pra ser um encontro muito especial".
Já defendeu grandes clubes e conquistou títulos importantes. Você falou em título pelo America, onde ele entraria na sua galeria particular? "Título é sempre importante. E conseguir trazer o America para o cenário de primeira divisão de novo é especial. É o segundo clube de todo o Carioca, um clube centenário. Fazer parte da história desse clube já é especial e isso me motiva muito. Poder ser campeão com o meu amigo Romarinho, com meu maior ídolo Romário... tudo isso me motiva muito.
Após deixar a Ponte Preta, em setembro, ficou uns meses sem clube. O que passou pela sua cabeça? O America pode ser seu último clube? "Acho que tem de ser por parte. Minha meta é ajudar o America a subir. Esse é o meu primeiro foco. Sobre aposentar ou não, acho que tenho de decidir um pouco mais para frente".
Muito se fala em possível retorno de Neymar ao futebol brasileiro, e ao Santos, em 2025. Ele já te revelou alguma coisa? "Acho que isso é muito particular dele, mas torço muito para ter ele aqui próximo, que possamos assistir ele jogando. Vamos ver se vai em 2025, em 2026, não sei, mas que tenhamos ele aqui perto para podermos vê-lo fazendo gol e muito feliz".
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Quero receberVocê é formado em administração. Pensa em usar esse conhecimento de alguma forma no pós-carreira? "Tenho algumas ideias, alguns projetos, mas acho que, primeiramente, tenho de encerrar esse ciclo no futebol para depois iniciar outras coisas".
Você trabalhou com o Dorival Júnior no início da sua carreira. Como é vê-lo agora na seleção brasileira? "A história de vida dele é muito bacana. É um cara que passou por algumas coisas e vê-lo na seleção é muito legal. Quando nós fomos para a seleção [ele, Neymar e Ganso foram convocados em 2010], o auge para um jogador, ele ficou feliz. E ele também alcançar a seleção é muito legal. Fico feliz. É um treinador muito bacana. Todo aquele time tem um carinho muito grande".
Qual o técnico que mais te marcou? "Acho que o Renato [Gaúcho]. É um cara muito amigo, honesto. Tinha essa questão que pegavam no pé dele e sempre deu muitos toques sobre o que fazer. Também foi jogador de futebol... Então, acho que ele".
Você trabalhou com o Jorge Jesus, no Sporting, antes do sucesso dele aqui no Brasil. "O Jesus foi um cara que me ajudou muito na questão de peso, em abrir a minha cabeça de que o atleta tem de estar em forma e se preocupar com isso. Eu sabia do potencial dele quando ele veio para cá, sabia também que ele tem esse jeito meio maluco, e falava que se os jogadores comprassem a ideia ia ter muito sucesso. É um grande treinador e acho que ainda vai voltar ao Brasil futuramente".
Acredita que o apelido "Balada" possa ter atrapalhado ao longo da carreira? "Claro que não é legal, ainda mais para um jogador de futebol, né? Mas acho que atrapalhar, não posso falar tanto assim. Claro que sei que não é o melhor apelido, mas faz parte. Acho que não dá pra ficar reclamando, não tem o que fazer. Pegou a apelido é assim. Então, temos de seguir"..
Olhando para trás, ficou alguma arrependimento? "Não, cara, acho que tudo foi como tinha de ser. Claro que, na vida, você comete alguns excessos, erros, mas que te trazem experiências e aprendizados. Sou totalmente realizado e feliz como o Andre que sou hoje".
Você foi companheiro do Robinho naquele Santos de 2010. Como foi ver tudo isso que aconteceu [foi preso após condenação em caso de estupro na Itália]? "É triste, né? Foi um cara que sempre me tratou muito bem quando trabalhou comigo. Acho que, da minha parte, o que posso dizer é isso".
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