Renato chora ao falar de retorno após tragédia: 'Muita gente perdeu tudo'
Do UOL, em Porto Alegre
24/05/2024 16h01
Classificação e Jogos
Renato Gaúcho não conseguiu conter as lágrimas ao falar sobre o retorno do Grêmio aos jogos enquanto o Rio Grande do Sul ainda sofre os efeitos das enchentes que atingiram o estado nos últimos dias.
O que aconteceu
Em entrevista coletiva concedida nesta sexta-feira (24), em São Paulo, Renato Gaúcho chorou ao lembrar das pessoas que perderam tudo em razão da inundação. Portaluppi se mostrou bastante emocionado e afirmou que é muito difícil trabalhar o lado psicológico do grupo neste momento.
Renato se emocionou em dois momentos, ambos lembrando das pessoas que sofreram com os efeitos da enchente no RS. Porém, fez questão de salientar que não quer 'ninguém com peninha do Grêmio'.
Portaluppi ainda voltou a defender que o Brasileirão deste ano não tenha rebaixamento para evitar prejuízo técnico aos times gaúchos.
É difícil até de falar, eu sou bastante emotivo. É botar um grupo para cima. Eu tenho família no Rio Grande do Sul, penso todos os dias no povo em geral. Tenho ajudado bastante mesmo, o grupo tem ajudado, amigos mais próximos, tenho falado, eles têm ajudado, além do Brasil todo. Mas é a cabeça né... É dificil falar, é difícil. Eu falei que quem está no meio do furacão é que sabe o que está acontecendo. A chuva não para... A gente ajuda... Muita gente acha, fora do estado, que daqui a pouco a água baixa e tudo volta ao normal. Não, não volta ao normal. Muita gente perdeu tudo. Como elas vão fazer?
O que mais ele disse
Dar a volta por cima. "Nós estamos levantando a bandeira do nosso estado, pedindo essa ajuda. Se não tá sendo fácil pra gente aqui, imagina o povo que tá lá. É difícil cara, é muito difícil. Mas ao mesmo tempo temos um povo de gaúchos que é lutador, unido, e se Deus quiser vamos dar a volta por cima. Agradeço mais uma vez a ajuda do Brasil todo, mas vamos dar essa volta mais uma vez. O sofrimento é grande no momento, mas com nossas forças vamos vencer de novo".
Tirar o foco. "Está sendo muito difícil esta parte psicológica. Eles (jogadores) são profissionais, têm treinado. Hoje mesmo eu falava com presidente, estão com a cabeça aqui, têm treinado, mas é sempre na preocupação com nosso povo, com a família deles. A maioria tirou as famílias de lá (RS), os filhos, a saudade é imensa. Ontem vimos imagens, a chuva voltou, e o cenário nesta parte é muito ruim. Tenho visto algumas pessoas falarem que na última entrevista eu tentava desviar o foco... Desviar o foco do que? Eu não sei onde essas pessoas têm essa mente. Nosso povo está sofrendo, nosso povo está, em todos os sentidos, em uma catástrofe. Agradeço ao Brasil todo o que estão fazendo pelo Rio Grande do Sul... É difícil. As pessoas acham que estou desviando o foco. É só se colocar no lugar de um dos gaúchos".
Problemas na volta. "Na próxima quarta temos uma decisão na Libertadores, sábado decisão no Brasileiro... Gostaria de saber dessas pessoas, de que maneira estou desviando o foco. O Grêmio vai ser prejudicado, muito. Os clubes não tem culpa, estão jogando, e muito bem na parte física e técnica. O Grêmio está há um mês sem jogar. A desigualdade neste sentido é muito grande. Tenho conversado com o presidente, e ele com a CBF, para ver o que vão resolver. Mas a cabeça dos jogadores neste sentido está muito ruim. É o que eu falo para vocês. Só quem mora lá, vê as coisas de perto sabe o sofrimento que que o povo tem passado".
'Sem peninha'. "O fator psicologico é principal pela desigualdade. Mas somos profisisionais, vamos lutar, somos gaúchos, vamos lutar até onde der. E esperamos a reunião na CBF que os outros presidentes dos outros clubes opinem. Não quero que fiquem com peninha da gente. Só vemos uma desigualdade do futebol que vai acontecer. Agora se acha que não tem anda a ver, mas ali na frente a gente sabe que vamos pagar esta conta. Por isso que as pessoas têm que pensar direito no proximo dia 27 (congresso técnico da CBF) no que vai acontecer com os clubes gaúchos".