Augusto sustenta braço direito no Corinthians e cria instabilidade no clube
O presidente Augusto Melo bancou seu "braço direito" Marcelo Mariano e aumentou a instabilidade no Corinthians.
O que aconteceu
Augusto Melo criou o status de "intocável" para o diretor administrativo Marcelo Mariano e aumentou as dúvidas no dia a dia do Corinthians.
O presidente sofre pressão para demitir Marcelinho, como é conhecido no clube, mas banca sua continuidade no cargo, apesar da investigação do caso de "laranja" na intermediação da VaideBet.
A não demissão de Marcelo Mariano foi o principal motivo das saídas do diretor jurídico Yun Kin Lee e do diretor jurídico adjunto Fernando Perino. Incomodado, o diretor financeiro Rozallah Santoro também esteve perto de pedir demissão e ainda pode sair. Já o diretor de marketing Sérgio Moura pediu afastamento.
Quem convive com Augusto Melo no Corinthians afirma que Marcelo Mariano manda mais que outros diretores e "se mete até no financeiro". Ele tem carta branca no clube, manda contratar e demitir em outros departamentos e está ainda mais forte depois do presidente bancá-lo.
Marcelo Mariano é um cara muito profissional, um cara capacitado, que conhece de tudo. E ele está ao meu lado lá. É um diretor meu de confiança
Augusto Melo, ao canal "Cross"
A investigação
O Corinthians fechou, em janeiro, um acordo de três anos de patrocínio com a Vai de Bet no valor de R$ 360 milhões. Pela intermediação, o clube vai pagar 7% à empresa Rede Social. Os pagamentos são divididos em parcelas mensais.
Na semana passada, a coluna de Juca Kfouri mostrou que, após os dois primeiros pagamentos, de R$ 1,4 milhão, a Rede Social enviou R$ 1,06 milhão, em duas transferências, para uma terceira empresa.
Essa terceria empresa, chamada Neoway Soluções, tem como sócia Edna Oliveira dos Santos, moradora de uma casa sem eletricidade no Jardim Caraminguava, em Peruíbe, São Paulo. Ela vive de Auxílio Brasil, e desconhece Alex Cassundé, o dono da Rede Social Media Design.
Alex Cassundé foi um dos apoiadores de Augusto Melo e é muito próximo do diretor de marketing Sérgio Moura. Os dois pagamentos de 700 mil reais com intervalo de três dias foram feitos à revelia do diretor financeiro Rozallah Santoro, que estava fora do Parque São Jorge, em viagem, e determinados pelo diretor administrativo Marcelo Mariano, sob alegação de que a Rede Social havia emitido notas fiscais e pagado os impostos.
No endereço indicado como o de Edna na Junta Comercial, o zelador do edifício informou que não existe a unidade indicada e que o nome da mulher não constava na lista dos moradores. O endereço indicado como o da Neoway é de um coworking na Avenida Paulista.
O Corinthians disse que "todas as negociações, incluindo patrocínios, se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas" e que "não guarda responsabilidade sobre eventuais repasses de valores a terceiros."
O clube afirmou ainda que "caso sejam apresentadas quaisquer provas de ilícitos, estes serão discutidos junto ao Conselho Deliberativo para providências que se fizerem necessárias."
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Marcelo Mariano, de acordo com a rede social LinkedIn, é profissional autônomo de plástico e administrador da Paxon, empresa do ramo varejista de equipamentos eletrônicos.
Ele foi nomeado diretor administrativo por causa da proximidade com Osmar Stabile, primeiro vice-presidente do Corinthians. Eles trabalharam juntos na gestão de Alberto Dualib.
O UOL procurou Marcelo Mariano para tratar dos assuntos da reportagem, mas ouviu que o profissional não pretende se posicionar.
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