Paulinho se emociona em despedida do Corinthians: 'Um eterno torcedor'
O volante Paulinho se despediu do Corinthians nesta quarta-feira (29). Emocionado, o jogador agradeceu ao clube e destacou que "dei o meu melhor com essa camisa" e afirmou que a saída do clube paulista não significa uma aposentadoria.
É, vai ser difícil, né? Foram algumas noites pensando que chegaria esse momento. E dentro de muitas coisas, acho que é uma despedida de gratidão. Eu me sinto privilegiado, lisonjeado, de ter feito parte de uma história tão bonita, tão linda. É olhar pra trás e falar assim 'eu dei o meu melhor com essa camisa', com amor, com carinho, com lealdade, sendo verdadeiro, com a instituição. Paulinho
Obrigado por tudo, Corinthians. Obrigado por tudo, nação corintiana. E aqui ficará um eterno torcedor do Corinthians.
O que mais Paulinho falou
Próximos passos: "Eu não tenho destino, não tenho proposta oficial, não tenho nada disso. Essa questão do sétimo jogo é que realmente sentamos, e se houver alguma possibilidade de jogar algum outro clube brasileiro, a gente tinha que trabalhar isso também, até mesmo para eu não atrapalhar também a programação".
Classificação e jogos
Aposentadoria: "Vou ser muito sincero e correto: se eu enxergar que chegou o momento de parar, seja em dezembro, eu vou parar. Eu não tenho problema com isso, como eu enxerguei aqui que o ciclo havia encerrado".
Lesões e segunda passagem: "Obviamente, como eu falei, a segunda passagem foi difícil. É difícil passar quase 500 dias sem jogar, devido a duas lesões. Mas, isso não fez com que eu baixasse a guarda. Tive profissionais aqui dentro que me fizeram não desistir. Minha família não me deixou desistir. Eu não poderia parar de jogar futebol por causa de uma lesão. Por mais difícil que seja, e foi. Tenho que parar dentro do campo, jogando. Minha família não pode me ver parando de jogar por uma lesão".
Carinho por António Oliveira: "Aprendi a gostar desse cara em pouco tempo. Nunca pensei que teria um relacionamento tão aberto. É um cara verdadeiro, feliz, alegre. Ele tem um carinho e respeito por mim, muito grande. E em cinco meses é difícil criar isso. Na vida, não só no futebol. E quando ele fala que vai levar um amigo, não só ele, a comissão inteira. Ele vai ter um amigo. Para toda a vida. E o que tenho a falar para a comissão: muito obrigado por me transformar em um cara melhor, um profissional melhor e um líder".
Futuros líderes: "Dentro de um grupo, pode-se formar vários [líderes]. Mas eu vejo o Raniele, o próprio Garro. O Fagner, que é uma referência dentro do clube, é uma liderança. Ele é uma liderança na forma que vive a vida, ele escolheu isso. O próprio Carlos Miguel pode surgir para isso. Liderança é normal surgir, mas não tem que ser forçada. Liderei calado nos últimos anos porque outros faziam melhor. Nesses [últimos] meses, tive mais voz, de conversar, de mostrar".
Saída do Cássio: "Cada um tem suas decisões, forma de gerir. Decisão do Cássio é dele, a do Paulinho é exclusivamente do Paulinho. Quando eu me sento com a diretoria, digo que o ciclo se encerrou. Não tem um motivo específico. Cássio, para mim, é um dos maiores ídolos do clube. Ruim para falar. Não tomei decisão em cima da dele. A minha é minha. Achei que era o momento de encerrar essa história linda. Vou ficar marcado por 50, 100 anos".
Sensação de dever cumprido: "Ontem falei que eu não tinha dimensão do que eu fiz dentro desse clube e me questionei se merecia tudo isso. E não é se fazendo de vítima, de coitado. Mas, quando a gente está dentro da instituição, não tem dimensão do que representa para os torcedores. E ontem, chegando em casa, eu pude ver que deixei um legado. Sai com uma situação de cabeça erguida, de que deu tudo pelo clube. Como eu falei, com muito amor, com muita lealdade, muito carinho".
Não se afastar do elenco: "Eu conversei, ajudei e vou continuar ajudando. Não é porque eu vou sair que eu vou deixar de ajudar, conversar. Eu sei que vou fazer falta, mas eles não sabem o quanto vão fazer falta para mim. Mas, infelizmente, os ciclos se encerram e a gente tem que respeitar".
A 'mística' da camisa 8: "O que falar de um número onde você também fica marcado? Com tantos craques. Eu fui privilegiado de jogar nessa equipe, um clube entre os maiores do mundo e você vê os jogadores fenomenais que vestiram a camisa 8 e você é um deles. São coisas que eu vou guardar para sempre".
Momento mais especial pelo Corinthians: "O gol do Vasco foi uma coisa muito fora da curva. De tudo que eu vivi aqui, acho que ainda o gol contra o Vasco ainda está um passinho à frente. Eu vivi muitas coisas aqui, coisas boas, momentos ruins. E essas coisas que te fazem evoluir, como atleta, como homem. E não tenho nada a reclamar, só agradecer por tudo que eu vivi aqui".
Parceria com Ralf: "Eu e o Ralf tivemos momentos marcantes, até difícil comparar. O meu parceiro foi ele. Eu conheci ele dentro e fora de campo, é meu amigo, meu irmão. Tivemos momentos difíceis. Falava comigo 24 horas por dia, dizia para eu ver o que era melhor. Eu coloco com certeza o Ralf como meu maior parceiro dentro do clube".
O que aconteceu
Paulinho recebeu camisa com símbolo do infinito e placa comemorativa. O jogador fez sua última partida pelo clube paulista na última terça-feira (28), na vitória contra o Racing-URU.
A esposa e dois filhos do jogador participaram da homenagem. Tanto Paulinho quanto a mulher Vivian estavam bastante emocionado.
O jogador afirmou que não tem acerto com outro clube e descartou aposentadoria. O jogador, inclusive, teve o cuidado de não completar sete jogos pelo Brasileirão para eventualmente defender outro clube brasileiro.
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