O Superior Tribunal de Justiça (STJ) marcou o julgamento de Ricardo Falco, amigo de Robinho que também foi condenado a nove anos por violência sexual em grupo contra uma albanesa, em uma boate de Milão, na Itália, em 2013. Assim como o ex-jogador, Falco pode ter de cumprir a pena no Brasil.
O que aconteceu
O julgamento de Falco vai acontecer no dia 5 de junho. A ação à qual ele responde é idêntica à de Robinho. Quando ambos foram condenados no país europeu, já estavam no Brasil, o que fez o governo italiano pedir a extradição, que foi negada. Posteriormente, o pedido foi para que a pena fosse cumprida no país natal deles.
A defesa de Falco teme precedente Robinho e pediu nova investigação no Brasil. Lorena Machado, advogada de defesa, afirmou ao UOL em abril que o artigo 216-k do Regimento Interno do STJ poderia permitir ao ministro Francisco Falcão confirmar a condenação do motorista usando a sentença contra Robinho como precedente. Na argumentação dos advogados de Falco e de Robinho, os brasileiros deveriam ser investigados e julgados novamente no Brasil — a entrevista com a advogada está no oitavo episódio do podcast UOL Esporte Histórias - Os Grampos de Robinho.
Falco tentou "interferir" no julgamento de Robinho. Ele e sua defesa entraram com um pedido para que a sessão do STJ para julgar o ex-jogador fosse adiada para que os dois casos fossem analisados juntos.
Robinho está preso desde 21 de março. A prisão foi realizada na casa do ex-jogador, em Santos. A ida da polícia à residência de Robinho aconteceu um dia após o STJ decidir que o ex-atleta deve cumprir a pena no Brasil.
O UOL procurou Ricardo Falco através da assessoria de imprensa, mas não houve resposta. Caso haja um posicionamento, a matéria será atualizada.
Apenas Robinho e Falco foram condenados pelo caso de violência sexual. Os outros quatro envolvidos estão livres: Rudney Gomes, Clayton Santos, Alexsandro da Silva e Fabio Galan. Estes são os outros quatro amigos de Robinho envolvidos no caso que não foram presos ou julgados.
Robinho tem um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a revogação da prisão. O primeiro pedido com esse objetivo foi indeferido pelo ministro Luiz Fux.
No recurso apresentado pelo ex-jogador, o Ministro Fux habilitou a União Brasileira de Mulheres (UBM) na condição de Amicus Curiae. Isso aconteceu quando se designa um terceiro que ingressa no processo com a função de fornecer subsídios ao órgão julgador. A UBM, que tem como advogados Carlos Nicodemos e Maria Fernanda Fernandes, já estava no processo do Falco.
"O esporte brasileiro e o Brasil não podem ser vistos pelo mundo como um esconderijo e absolvidor de estupradores. Entramos no processo para garantir a fala , o sentimento, indignação das mulheres e buscar que o olhar do judiciário se volte para o machismo estrutural que domina nossa sociedade", disse Vanja Andréa Santos, presidente da UBM.
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